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Li um dia destes uma crítica ao modelo de Governo que integra superministros, referindo Valente de Oliveira ou Pina Moura, nos governos de Cavaco e Guterres, como exemplos de como correu mal.
Francamente a organização dos governos é um assunto que me interessa relativamente pouco - acho sempre que os governos são muito menos importantes que o que pensam os seus membros - mas ao olhar para os três nomes citados no tal texto, Valente de Oliveira, Pina Moura e Mariana Vieira da Silva, não pude deixar de sentir algum incómodo.
Eu fujo como o Diabo da cruz do reaccionarismo associado ao "antigamente é que era bom" e expressões do género, fazendo um esforço para racionalizar o facto de ser eu que estou, hora a hora, mais velho e com mais desesperança, o que me leva a olhar para o que se passa hoje com olhos diferentes daqueles que usava para ver o que se passava ontem.
Mas mesmo com todo esse esforço, não há como não reparar nas diferenças de história de vida anterior ao facto destes três serem superministros.
Dos três apenas tive contacto pessoal directo com Valente de Oliveira, que foi uma das duas ou três pessoas que, lendo o livro que escrevi sobre a evolução da paisagem rural ao longo do século XX, tiveram curiosidade em conversar comigo. Do que resultou um almoço muito simpático em casa de um amigo comum que se encarregou de criar as condições para essa conversa, mas isto já foi muitos anos depois de ter sido um super ministro, já numa fase de total afastamento da vida política.
Admito que este almoço não esteja a influenciar a minha opinião sobre a comparação da experiência de vida prévia destes três super ministros.
O que para mim está em causa não é qualidade de cada um destes três nomes, tenho mesmo dificuldade em ter opinião sobre a qualidade de servidores públicos de cada uma destas três pessoas, mas há um facto objectivo inegável: ninguém conhece qualquer vida profissional de Mariana Vieira da Silva fora das paredes do partido socialista e suas metástases no Estado e afins. E, como se não bastasse, para afunilar ainda mais a sua experiência de vida, a sua casa de família era já uma espécie de secção do PS, tendo passado directamente do ISCTE para os meandros dos governos do PS, sendo adjunta aos 27 anos (sim, eu sei que antes trabalhou para as união das mutualidades, contratada por um notório militante do PS, mas o que é isso se não mais uma metástase do PS).
"Mas tudo cansa! Apagam-se nas frentes
Os candelabros, como estrelas, pouco a pouco;
Da solidão regouga um cauteleiro rouco;
Tornam-se mausoléus as armações fulgentes".
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Olha! Parece quase a história do Cavaco com a Quin...
Calculo que tenha lido uma pequena sátira antiga e...
Parabéns. Excelente ironia da nossa triste realida...
estudei matemáticas dita superiores. nunca levei a...
Sendo tudo isso verdade, e por isso referi no post...