Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Quando vi que havia uma campanha de subscrição pública (agora chama-se crowdfunding) para apoio a Arlindo Marques no processo que a Celtejo lhe moveu (no seu pleno direito, é claro, mas um erro monumental de estratégia empresarial. Se queriam processar alguém por difamação, processavam Miguel Sousa Tavares por dizer que o eucalipto mata), fiz questão de divulgar essa campanha, mesmo discordando eu, e não apoiando, o modelo de intervenção ambiental adoptado por Arlindo Marques.
É um modelo clássico assente no espectáculo mediático, em que a vontade de notoriedade e visibilidade substitui a necessária ponderação e solidez de argumentos, modelo de que discordo profundamente há anos, sem deixar de reconhecer mérito nas vantagens que a visibilidade dos problemas pode trazer à sua resolução.
O caso do Tejo é um bom exemplo, espero que não venha a ser o enésimo exemplo de como este tipo de intervenções provocam reacções positivas fortes à visibilidade mediática, mas estratégias de fundo muito frágeis, que desaparecem quando desaparece a atenção mediática.
Divulguei e volto a divulgar a campanha, onde não ponho um euro pelas razões que expliquei acima, porque acho muito bem o método escolhido: se Arlindo Marques precisa de apoio numa acção em que muita gente se reconhece, nada mais razoável e sensato que as pessoas contribuírem qualquer coisa para lhe dar algum apoio real, em vez de palmadinhas nas costas.
Ora o que me supreende, e na verdade me entristece, é que o apoio real, com meia dúzia de euros que seja, parece estar desfasado do apoio expresso mediaticamente, nos meios formais e informais, por uma enorme quantidade de pessoas que, aparentemente, estão disponíveis para dar ao Arlindo umas palmadinhas nas costas, dizer-lhe que é um herói, mas quando se trata de contribuir com cinco euros para a sua defesa, adeus até ao meu regresso.
A campanha de crowdfunding começou muito bem, forte, mas, a três semanas do fim, está em 43% do valor pedido.
Neste tipo de campanhas, três semanas é muito tempo, o impulso final é fundamental, eu diria que com mais ou menos esforço, se chegará aos 100% e a campanha terá êxito, mas não deixo de me espantar com a diferença entre o apoio expresso de boca e o gesto de meter a mão ao bolso para entregar umas moedas a quem precisa delas.
Aparentemente somos todos muito ambientalistas, mas só até ao momento em que é preciso prescindir do nosso conforto e do nosso dinheiro, por pouco que seja, para que os objectivos que se defendem possam ser atingidos.
Bem dizia um comentador de um dos meus posts anteriores sobre fogos "O que as pessoas querem mesmo é que o Estado obrigue os seus vizinhos a limpar", sem que o dito comentador se desse conta de que as pessoas de que fala, e os vizinhos de que fala, são os mesmos e, ainda assim, acham normal pedir ao Estado que os obrigue a fazer o que não querem fazer.
Não me dou conta? Eu dou conta de tudo, só não faço esses seus juízos de valor. Não acho normal, nem deixo de achar. De resto, quando um vizinho me prejudica e eu não o consigo chamar à razão, chamo as autoridades. No caso, a tarefa é dificultada pelo facto de grande parte dos vizinhos estarem ausentes. Mas como é que o Henrique resolve assuntos privados, estes (?) ou outros? Tem capacidades extraordinárias de persuasão? Tem uma milícia privada? ;)
Renato
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
Onde está Pad é obviamente Psd.
E isto porquê? Porque o Pad teima em não falar abe...
Se o PSD ganhar as eleições com maioria relativa, ...
Se o PSD ganhar as eleições com maioria relativa, ...
Quem quiser colocar em causa o sistema dito libera...