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Como referi no meu Post de ontem, acredito que a social democracia , à Portuguesa, será o melhor que poderemos aspirar em Portugal nas próximas décadas. Convém lembrar, que mesmo muito melhor do que a esquerda radical, a social democracia à Portuguesa, continua a ser uma opção verdadeiramente muito má.
A social democracia à Portuguesa, não abraça o liberalismo económico, como acontece, por exemplo, na Escandinávia. Por isso, nunca teremos a criação de riqueza que nos poderia proporcionar um bom nível de vida. Os ecos revolucionários de há 50 anos, ainda se fazem ouvir alto e bom som em Portugal. As palavras de ordem revolucionarias do passado, ainda estabelecem doutrina. Apenas as referencias á social democracia Escandinava ( agora inconveniente), deixaram de se fazer.
A social democracia, em Portugal, será sempre excessivamente centrada no Estado. Na sua dimensão de provedor, enquanto Pai, na sua missão de se substituir aos cidadãos nas escolhas que fazem. Não advoga um estado social, em que apoia, com rendimento, os menos favorecidos. Escolhe por eles o que devem consumir, como se comportar-se e quando. Por isso temos os subsídios em espécie, as alterações de preços relativos, a imposição permanente de regras e comportamentos. Baralha-se o sistema de informação ( os preços) que permite racionalidade, substituído pela mais alta capacidade, ao jeito soviético, dos iluminados. Diminui o bem estar proporcionado pela ajuda que o Estado dá, menoriza-se o cidadão e retiram-se-lhe liberdades, minudências! É uma social democracia particularmente condicionada ao cumprimento das regras impostas pelas maiorias. Ajudar, sim, mas só se for para o que a maioria acha adequado. Ou para satisfazer as convicções pessoais do certo, de quem manda. Todas as sociais democracias são um pouco assim. À portuguesa, é totalmente assim. O respeito pela liberdade individual, pelos direitos e garantias de cada ser humano, são apenas palavras sem substância. A liberdade que resta, é fazer o pouco que ainda não houve o tempo ou o engenho de limitar.
Mas não se ficam por aqui, os vícios particulares da nossa social democracia. Em nenhuma sociedade desenvolvida, conseguimos ver tanta ineficiência na entrega do serviço publico como em Portugal. A confusão entre bem publico e a prestação do serviço publico pelo Estado confundem-se. O que tem consequências conhecidas, mas que são mais uma vez ignoradas. O importante não é prestar cuidados de saúde ou de educação, ou outros. O que conta é que esses serviços sejam prestados por serviços públicos, por funcionários públicos e por gestores públicos, nomeados por confiança política. O resultado é conhecido. Maiores custos, pior serviço. Nem a escolha, pelos funcionários públicos, através da ADSE, um privilegio só seu, em que se libertam do SNS, é entendido como um alerta, como gatilho de reflexão à bondade do sistema vigente. Não me admiro que seja inventada outra sigla, para os funcionários públicos poderem contar, no futuro, com serviços de ensino 100% privados. O descaramento não parece ter limites.
A social democracia á Portuguesa, é uma caricatura tão escabrosa da verdadeira, que até a Sra. Catarina Martins se diz, tavez com alguma razão, social democrata.
É por tudo isto que, se o melhor a que podemos aspirar é a social democracia à Portuguesa, estamos condenados à mediocridade. É por isso que sou liberal. Sem esperança num Portugal liberal nas próximas décadas, mas com esperança que algumas sementes possam germinar no nosso parque infantil de pobreza, ineficiência, menorização do cidadão e falta de liberdade.
PS: Dito isto, apesar de ser mesmo um liberal, ficava muito satisfeito se a social democracia, em Portugal, não fosse á Portuguesa. Na impossibilidade de ter o liberalismo social que advogo, ficaria muito contente em viver numa social democracia verdadeira, que é um sistema, embora não ideal, muito decente.
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