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Curioso foi verificar ultimamente, ao cruzarmo-nos com certos bas fonds das redes sociais e caixas de comentários, algumas reacções em matilha, verdadeiramente alarves, a uma ou outra notícia do Casamento Real em Mafra no próximo dia 7 de Outubro. O fenómeno demonstra duas coisas: a primeira é, como todos já sabemos, que a conjugação do conforto do sofá com o anonimato, favorece o surgimento de destemidos revolucionários de teclado, a expelir excrescências biliares, convencidos que arremessam cocktails molotov - antes assim. A segunda coisa é uma particularidade portuguesa bem trágica, herança da escola jacobina francesa: o ressabiamento social, cultivado com afincada raiva no início do XX, que deixou um rasto de sangue e que a nossa extrema-esquerda utiliza com perícia. Curioso é como, enquanto na maior parte do ocidental civilizado se discutiam e se confrontavam as ideias liberais com as fascistas e comunistas, neste jardim à beira-mar plantado, a fractura política dominante tinha como tema, sempre acirrado, o regime de Chefia de Estado, que tudo nos iria resolver e a Pátria iria resgatar em “amanhãs que cantam”. Não cantaram.
Naquele tempo como hoje, permanece na nossa frágil democracia o veneno duma pequena minoria ruidosa e ressentida. Sinal dum grande atraso civilizacional.
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