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"Sobem sempre mais depressa"

por henrique pereira dos santos, em 26.02.21

"sabemos que os números sobem sempre mais depressa do que descem", disse o nosso Presidente da República sobre este gráfico:

coronavirus-data-explorer (3).jpg

Não contente com dizer isto, ainda acrescentou que um confinamento em Março era relevante para a incidência no Verão e no Outono.

Pouco satisfeito, justificou o confinamento de um mês do país com a necessidade de não baralhar as pessoas abrindo agora e fechando uns dias na Páscoa, para voltar a abrir depois.

E tudo isto para se substituir ao poder executivo na definição da gestão concreta da epidemia.

Que Marcelo Rebelo de Sousa, numa declaração formal ao país, nas suas funções de Presidente da República, faça afirmações manifestamente falsas, que lhe acrescente fantasias sem qualquer base, que argumente com razões de comunicação para justificar o sacrifício real que está a impor aos mais pobres, aumentando a desigualdade no país, com o objectivo de exorbitar das suas competências e se substituir ao poder executivo, é da natureza das coisas e ninguém pode negar que os eleitores sabiam perfeitamente quem estavam a eleger.

Que toda a imprensa se abstenha de assinalar o facto do Presidente da República dizer coisas falsas, facilmente verificáveis, para sustentar fantasias de hipocondríaco e argumentos sem pés nem cabeça para entalar o governo e o substituir nas suas funções executivas, é que verdadeiramente caracteriza a fragilidade das nossas instituições e explica o nosso empobrecimento e a erosão progressiva da dignidade da nação.

O Inferno é a ausência de esperança.

Adenda: ouvi agora José Manuel Fernandes, e gostaria de assinalar esta excepção


18 comentários

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De Tiro ao Alvo a 26.02.2021 às 09:07

E o rei vai nu...
O nosso Presidente devia ser obrigado a copiar este post - copiar, escrevendo à mão, como  ele gosta de se mostrar - e a colá-lo no espelho da sua casa de banho.
Este casamento entre o PM e o PR vai acabar mal. E nós, todos, vamos sofrer muito com isso.
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De henrique pereira dos santos a 26.02.2021 às 09:10

A sensação com que fiquei é que a comunicação era a imposição do divórcio.
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De Andre Miguel a 26.02.2021 às 09:35

Temos entao um PR que acha muito bem decretar prisoes domiciliarias arbitrarias e privar as pessoas do seu rendimento. Por outras palavas: um totalitarista.
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De balio a 26.02.2021 às 10:11


um confinamento em Março era relevante para a incidência no Verão e no Outono


Marcelo está obcecado com a imagética religiosa católica. Confunde o calendário de festas católicas com o calendário de gestão da epidemia. E adere à figura católica de que a alegria pascal tem que ser precedida da penitência da Quaresma. A Redenção tem que ser precedida de sacrifícios e mortificações. Temos agora que estar confinados para nos redimirmos dos pecados que cometemos no Natal e podermos no verão estar felizes na Graça do Senhor.
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De Tiro ao Alvo a 26.02.2021 às 11:35

Balio, se bem atendermos aos números do covid em Portugal, o problema não teve origem no Natal, uma festa essencialmente de família, vivida em família e este ano de forma muito mitigada. O problema resultou das festas de fim-de-ano e de ano novo. Li, algures, que em Braga, numa festa de fim-de-ano, com 40 pessoas, tinham saído de lá todos infectados.
Nos bailaricos de fim-de ano, não participam apenas pessoas da mesma família. Aí se encontra, por vezes, gente que não se conhece.
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De balio a 26.02.2021 às 12:40

O meu comentário sobre "os pecados que cometemos no Natal" era irónico.
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De lucklucky a 26.02.2021 às 15:20


Qual a prova da existência de bailaricos por região? E qual a incidência dos casos geograficamente?
Porque é que no Verão não ocorreu esta subida? existiram muitos mais contactos....
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De balio a 26.02.2021 às 17:22


Pois. É de notar que a terceira vaga da epidemia, ou seja, a partir do Natal, incidiu muito mais fortemente na região de Lisboa do que no Norte do país. Ou seja, a epidemia não só se agravou, como mudou muito de epicentro.


Eu não sei explicar isto, mas tenho um palpite que a variante inglesa, aliada ao facto de haver cada vez mais emigrantes portugueses recentes em Inglaterra, tem alguma coisa a ver com isto. Deve ter havido montes de lisboetas que foram tirar férias a Inglaterra, visitar os filhos que lá estão, e montes de jovens portugueses que vieram de Inglaterra passar o Natal à região de Lisboa. É claro que ninguém fala disto, porque a classe alta é a que está em causa e não lhe interessa que se fale dos seus comportamentos.
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De Tiro ao Alvo a 26.02.2021 às 18:39

E o frio não conta? A vaga de frio troxe um grande aumento de infectados, sobretudo a carecerem de apoio hospitalar.
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De balio a 28.02.2021 às 10:13

O frio conta (muito), mas não explica a mudança do foco da epidemia do Norte para Lisboa.
Eu não sei explicar essa mudança, mas suspeito que ela esteja relacionada com intensas viagens Portugal-Inglaterra no período de Natal, relacionadas com a recente emigração (e estudantes) portuguesa para Inglaterra, constituída na maior parte por pessoas da região de Lisboa.
Mas isto não passa de um palpite. E o que me admira é que ninguém se dedique a investigar este tipo de coisas.
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De Carlos Sousa a 26.02.2021 às 10:54

Tivessem todos os defensores do confinamento um corte salarial de 30% e eu queria ver de que lado é que estavam os fundamentalistas. 
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De Anónimo a 26.02.2021 às 13:49

Exatamente! 
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De lucklucky a 26.02.2021 às 20:32

30% é sorte. Há muitos com 80% de corte.
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De Antonio Maria Lamas a 26.02.2021 às 12:43


"Que toda a imprensa se abstenha de assinalar o facto do Presidente da República dizer coisas falsas, facilmente verificáveis, para sustentar fantasias de hipocondríaco e argumentos sem pés nem cabeça para entalar o governo e o substituir nas suas funções executivas, é que verdadeiramente caracteriza a fragilidade das nossas instituições e explica o nosso empobrecimento e a erosão progressiva da dignidade da nação."
Não percebo como tantos jornalistas e comentadores, acharam brilhante o discurso do senhor presidente.Ou foi por ignorância ( o costume) ou por má-fé (também o costume)
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De Terry Malloy a 26.02.2021 às 13:53

É o que não me canso de dizer há anos:


Dos políticos, sabemos que não podemos esperar muito melhor do que isto ('é da natureza das coisas').


Mas os jornalistas são muito mais responsáveis pelo 'estado disto tudo' e não têm perdão. 
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De Elvimonte a 27.02.2021 às 00:21


Ora aqui está um caso a merecer que alguém atire com a "segunda derivada" à fachada principal do palácio de Belém. Segunda derivada em ordem ao tempo, neste caso, algo que um ou outro especialista investido no papel de charlatão, podendo dar-se o caso de ser mais vice-versa, se vai esquecendo de referir.


Mas, no caso em apreço - "sabemos que os números sobem sempre mais depressa do que descem" - deve-se primeiramente atirar à dita cuja fachada a primeira derivada em ordem ao tempo do número de "casos", sendo esta derivada suficiente para sublimar todo o referido palácio ou, pelo menos, fazê-lo corar de vergonha, coisa de que, por definição, um palácio está destituído.


Bem assim como, o que é ainda mais importante, de conhecimento do mundo físico, químico e biológico que constituem a matriz essencial da nossa existência e de que o direito, a política e o jornalismo são apenas acessórios palavrosos que em nada contribuem para o pão e para a omelete.


Por todos estes motivos, é natural que, quando pergunto se incluíam na equipa de uma expedição a Marte políticos, jornalistas e pessoas da área do direito, entre as quais conheço algumas inteligentes, a resposta seja invariavelmente "não". É claro que, num contexto de risco, de sobrevivência em ambiente hostil e desconhecido, dada a formação - e formatação - a que foram sujeitos, as pessoas têm plena consciência da sua inutilidade e dos perigos acrescidos que podiam trazer à expedição, fruto da ignorância que têm do mundo físico, químico e biológico que os rodeia.


Contudo, na Terra, continuamos a permitir que estes seres, manifesta e reconhecidamente inúteis numa expedição a Marte, nos governem e nos dominem. Logo, na Terra, não somos suficientemente exigentes, para o que muito contribuem sistemas eleitorais, a indústria noticiosa e o marketing político que nos levam a "comprar produtos" de que não precisamos e que até são prejudiciais à nossa saúde, como a ciência e a evidência empírica já nos mostraram no que se refere aos confinamentos.


Ou então os suecos e os bielorrussos, sem confinamento, sem máscaras e com escolas parcial ou totalmente abertas, já morreram todos.
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De Anónimo a 27.02.2021 às 16:41


O comentário do José Manuel fernandes nao constitui uma excepçao, entendo eu, pois é uma opiniao. O grave é que o Presidente minta sem que haja uma única notícia a dizer que o Presidente mentiu...
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De José a 27.02.2021 às 17:01

Pois é vão comentando e esperando...entretenham-se! Não se organizem fiquem à espera que o Estado o faça por vocês. Só há um preço a pagar por isto, é o preço da ignorância com o desconto da responsabilidade!


Saúuuuuude!

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