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Sim ou não - pagamos?

por João-Afonso Machado, em 27.06.15

TINTIM - RUMO À LUA.JPG

Temos então, o Syriza foi eleito por uma assinalável maioria que o mandatou para informar os credores da Grécia -  os gregos só pagavam a sua divida quando e como o entendessem.

A sua soberania não pode ser posta em causa, disseram. E Tsipras e Varoufakis partiram para a Europa, no desempenho das suas funções - Não pagamos! - E digo mais, não pagamos! - A coisa arrastou-se por uns lautos meses, transfigurou-se na novela preferida sobretudo da Esquerda ibérica, para, afinal, se tornar ao ponto de partida. A dívida é mesmo para pagar, caso contrário não vem mais dinheiro.

A dupla democraticamente eleita - para não esquecer este adverbio, o quindim da Esquerda - regressou do seu passeio de quase meio ano e convocou um referendo para daqui a uma semana. Sim ou não pagamos?

Já todos perceberam, o assunto é da maior seriedade. O povo grego não estará nas melhores condições psicológicas para decidir ponderadamente. O futuro tortuoso que o aguarda é inocultável. E o da UE, em geral, e dos países menos abonados (como Portugal), em particular, há unanimidade de parecer - é imprevisivel, incalculável.

E tudo porquê? Necessariamente porque o Syriza onde devia ter lido "interesse nacional" (grego), leu "revolução de massas". E utilizando, embora, a linguagem das democracias de agora tentou erguer bandeiras do passado maoista. Principalmente a ver se a moda alastrava a outros Estados e internacionalizava o conflito que é obvio quer manter com o antes designado "mundo capitalista", hoje "neoliberalismo".

Até ao fim, a Esquerda não modificará uma vírgula ao seu discurso. Mesmo porque é preciso apaguemos da memória, a "austeridade" que nos impõem as circunstâncias é consequência da falta da austeridade no modo de vida em que tanto a Esquerda gosta de se refastelar.


39 comentários

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De João. a 28.06.2015 às 08:16

Se um governo em nome de cumprir o que prometeu tem que tomar medidas extremas como encetar uma luta feroz contra os poderes centrais da UE é importante que pergunte ao povo se quer essa luta ou se prefere que o governo abdique de algumas de suas políticas. O referendo ao contrário do que você pensa é um acto de democracia. 


Você aceitou que o governo português eleito tenha mentido com quantos dentes tem para ser eleito e portanto para si não é preciso referendo. Você prefere que o governo lhe tenha imposto a mentira de que se cobriu na campanha eleitoral através do poder de Estado, puro e duro. Só espero que lá mais para a frente não apareça com a treta de que a direita é mais pelo poder da sociedade civil do que do Estado porque senão ia parecer hipocrisia e não vale a pena manchar-se com ela.
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De João-Afonso Machado a 28.06.2015 às 11:13

É um diálogo impossivel!!!
O que o leva a concluir que eu acho que o referendo não é um acto de democracia?
Uma das tacticas da Esquerda é desvirtuar o que os outros dizem e acusarem-nos de pensar o que não pensam.


Eu só disse - e mantenho - que o Syrisa foi longe de mais nas suas promessas eleitorais.
Porque não podia - como não pôde - cumpri-las.
O resultado: a corridas aso multibancos na Grécia... A bancarrota quase certa.


Já percebeu a insanável diferença entre nós dois? v. dirá sempre que a culpa é dos credores; eu, que a culpa é do Syriza.

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