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Setembro

por João Távora, em 09.09.23

Um enorme tédio, e às vezes fastio, é o sentimento que nos assalta ao ver os telejornais nestes primeiros dias de Setembro, à falta de investigação um desafio à imaginação dos jornalistas que “editam a nossa democracia” como diz Miguel Poiares Maduro hoje no Expresso. Que saudades tenho do mês Agosto marcado no seu início pela intensidade da JMJ e, mais tarde, quando o alheamento à realidade naqueles mornos fins de tarde era voluntário.  Não se passa nada, até o campeonato de futebol (nos relvados, não o dos comentadores) foi interrompido por duas semanas, para dar lugar aos jogos da Selecção, que sendo um enfado, simboliza materializa a mítica ideia de União Nacional. A mítica identidade nacional. Principalmente assiste-se ao desespero dos telejornais e comentadores de serviço fazerem render especulações sobre putativos-proto-candidatos a candidatos a presidente da república, um assunto por demais entediante e sobreavaliado. Ou sobre as frases ribombantes e promessas saídas das Academias ou Universidades de Verão que marcam a nossa infeliz “reentrada”. Não podíamos ter ficado em Agosto?

Nada, mas mesmo nada, se aproveita dos “editores da democracia” que nos inspire alguma esperança numa saída do profundo buraco em que o país, ligado à máquina, está atolado – nada funciona: nem os hospitais, nem as escolas, nem os transportes, nem os serviços públicos. Desistentes também, os jornalistas que têm de fazer pela vida, ainda tentaram fazer render os silêncios e murmúrios saídos de um inútil Conselho de Estado. O que me sobra destes desinteressantes tempos de interregno não sei bem de quê, é a certeza de que não há esperança, não há saída à vista desta mediocridade de regime. E o que mais temos a fazer, aqueles que puderem, é dedicar os tempos livres aos amigos, à música, à leitura, e a muita oração e súplica.


16 comentários

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De Octávio dos Santos a 10.09.2023 às 13:10

«Não há esperança, não há saída à vista desta mediocridade de regime. E o que mais temos a fazer, aqueles que puderem, é dedicar os tempos livres aos amigos, à música, à leitura, e a muita oração e súplica.»

E porque não dedicar também parte dos tempos livres - em especial aqueles que institucionalmente (e supostamente) têm essa função - a acções de «agit-prop» com impacto a favor da mudança de regime?
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De Ricardo a 10.09.2023 às 16:52

Mudança de regime? E onde estão os novos capitães indignados para levar a cabo tal empreitada? Além disso, para que regime? É que passámos do Estado a que chegámos (em 1974) para o Estado em que estamos e ninguém faz ideia para onde vamos. 
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De lucklucky a 11.09.2023 às 21:18

Pode-se mudar de regime constitucionalmente. 
Primeiro acabar com o preambulo da Constituição que caminha para o Socialismo. 
È preciso simbolicamente matar o Socialismo.
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De Octávio dos Santos a 13.09.2023 às 16:55

Mais do que «matar simbolicamente o socialismo», é preciso matá-lo literalmente, bem como à República. Logo, acabar com o preâmbulo da Constituição não chega - toda ela deve ser rasgada, mandada para o lixo, e substituída por outra.
Quanto à pergunta sobre «onde estão os novos capitães (e quiçá outros oficiais, e soldados) indignados para levar a cabo tal empreitada» (de mudança de regime), eu responderia que estão nos quartéis e nas bases, furiosos com a falta e/ou a deficiência de material e de condições de trabalho (que faz com que, por exemplo, não tenham um navio capaz de vigiar o que russos andam a fazer no nosso espaço marítimo) e ainda com a facilidade com que os paióis neste país são assaltados.

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