por João Távora, em 31.10.21
Tenho uma perspectiva conservadora, democrata-cristã (temperada de liberalismo é certo) como solução para o progresso da minha Pátria, e desde cedo tentei afirmá-la no partido de Amaro da Costa e Freitas do Amaral a que me associei em 76 quando o PDC foi irradiado do jogo democrático. Nessa coerência, nos últimos 15 anos juntei-me com alguns amigos a um dos melhores nortenhos que conheço, o Filipe Anacoreta Correia, para me bater pelos valores católicos que defendo e que tanto gostaria de ver reflectidos na governança do País, em sentido contrário à tese de Paulo Portas que quis um partido "abrangente" a concorrer no eleitorado do PSD. O resultado é o que se vê: temos 5 deputados no parlamento e o pior resultado de sempre em europeias obtido pelo Nuno Melo. (O problema daqueles que agora abandonam o CDS é que no fundo sempre se acharam superiores ao partido e às suas bases que aturaram com relutância para não dizer nojo. Serviram-se e agora vão-se embora - estão quase todos bem lançados, benza-os Deus. E não se esqueçam que ainda está por provar a genealidade do político Paulo Portas.)
Aqui chegados, anos e anos depois, a minha rapaziada (toda ela independente da política para viver - alguns deles bons monárquicos), tem hoje os dois pés no partido apoiada em Francisco Rodrigues dos Santos que sem dúvida é um guerreiro. E estamos decididos a fazer tudo para corresponder às expectativas daqueles que se identificam com a nossa mundividência. Apesar do condicionamento do Chega e dos Liberais estou em crer que pior do que conseguiram os nossos antecessores é difícil. O anúncio da morte do CDS foi um manifesto exagero, daqueles que receiam uma direita civilizada e afirmativa na corrida ao poder. Prefeririam sempre concorrer com palhaços inconsequentes. Será que chegou a nossa vez?