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No Expresso desta semana, Luís Aguiar Conraria, apresenta um artigo sobre os dilemas entre as escolas publica e privada. Lembrei-me de uma citação de George Clemenceau e do COVID. A citação, "Um homem que não seja um socialista aos 20 anos não tem coração. Um homem que ainda seja um socialista aos 40 não tem cabeça." Do Covid, pela aparente surpresa da redescoberta que uma doença pode deixar sequelas.
Não conheço Aguiar Conraria, mas tenho-o por um Homem de boa vontade e inteligente, o que não é pouco. Suspeito agora, de um passado de esquerda, que deixou sequelas. Partir de falsos pressupostos, leva a conclusões erradas ou a hesitações sem sentido.
No artigo, que se pode ler aqui, em síntese, Aguiar Conraria reconhece a superioridade do ensino privado, lembra como a existência de um sistema misto ( privado para uns/publico para outros) dificulta o elevador social, a igualdade, e questiona-se sobre qual a solução para este dilema. Um sistema publico ou privado.
No caso da educação, parece óbvio que o objectivo essencial deveria ser a melhor educação possível para todos. Como já é evidente, para quase todos, o ensino privado é superior ao publico. A competição pelos cheques educação fariam, necessariamente, elevar o nível da educação. Não é por acaso que os colégios privados são procurados ( apesar do seu custo) e sejam possíveis focos de eternização de “castas”. Seria, ainda, possível baixar os custos com educação por parte do Estado, um resultado colateral que não é insignificante. Ou aumentar a qualidade do ensino, para o mesmo investimento.
A hesitação na resposta ao problema educativo, só existe, porque é introduzido a temática da igualdade social, uma das vacas sagradas da esquerda, que confunde, baralha e distorce questões objectivas, princípios prioritários, quando é elevada a valor supremo.
E se a igualdade de oportunidades fosse o valor supremo, seria exactamente a resposta contrária à que deveria ser tomada: proibir a escola privada e apostar tudo na escola publica. Nivelar por baixo. Garantir um ensino pior a todos. Garantir que os mais ricos ou os mais pobres, tenham as menores qualificações possíveis e enfrentem tão desprotegidos quanto podermos, o resto do mundo. No limite, haverá ainda que, aos mais inteligentes e trabalhadores, em nome da igualdade, serem cuidadosamente programados para não serem melhores do que os outros. Nos casos extremos, porque não lobotomias ? Mal preparados mas uniformes!
Faz algum sentido? A igualdade de oportunidades nunca será atingida. Nem é desejável que o seja, se representar mediocridade geral e violência aos que se distinguem naturalmente. Será um valor a ter em conta e a perseguir. Mas nunca deverá ser o objectivo ultimo do que quer que seja.
Uma tecla repetida milhões de vezes, até pode passar a parecer inquestionável. Mas não é.
afinal, o Governo não fechou escolas privadas, apenas se recusava a financiar famílias que a elas recorriam. Porém,() não consigo deixar de considerar hipócrita que uma governante de esquerda vede o acesso de famílias mais pobres ao privilégio de que usufruía: a capacidade de escolher a escola dos filhos.
Alexandra Leitão não é exceção na classe política. Não se trata de um ou outro político de esquerda que faz essa escolha. São muitos. Se se tratasse de um caso, seria uma escolha, com toda a certeza acertada às circunstâncias. Sendo generalizado, passa a ser um problema sistémico.(...)
Em Portugal, o principal determinante do sucesso escolar das crianças é o meio sociocultural da sua família. Com as classes altas e médias-altas a abandonar a escola pública, as crianças menos favorecidas deixam de ter quem puxe por elas. Sem pais com capacidade reivindicativa, a escola, em vez de elevar o nível dos alunos, desce ao deles. - Luís Aguiar-Conraria
Já as crianças privilegiadas vivem nas suas bolhas sociais e perdem contacto com outras realidades mais duras. O contacto mais próximo que têm com situações difíceis é em ações de caridade, como coletas que fazem para ajudar os pobrezinhos, possivelmente uma semana depois da dedicada à reciclagem e ao ambiente.
Vive-se um círculo vicioso, em que a degradação da escola pública faz com que mais famílias prefiram as privadas. Neste momento há cada vez mais famílias remediadas, mas preocupadas com o futuro, a fazer grandes sacrifícios para manter os filhos em boas escolas privadas, empobrecendo ainda mais as públicas.(...)
O nosso sistema de ensino quase parece uma conspiração das classes privilegiadas para garantir que a sua descendência não desce no elevador.
A reação tão heterogénea das escolas à pandemia pôs, e ainda vai pôr mais, a nu as contradições do nosso ensino. Defendê-lo é proteger um sistema de castas sociais. Não é compatível com quem põe a mão no peito sempre que se fala em igualdade. - Luís Aguiar-Conraria
"""""""""""""""""""""""""""""" E assim aqui ficou exposta e desmascarada uma vez mais, toda a hipocrisia desta "Frente de Esquerda" que nos tem governado, que bate no peito e enche a boca de "igualdade"! Um governo socialista ( apoiado por bloquistas e comunistas ) que não investiu na escola pública e que tem como política de Educação criar um sistema de castas privilegiadas e fechadas entre si, que se perpetuarão. Parece entenderem por Igualdade, nivelar por baixo TODOS os "seus" pobrezinhos, bem arrumadinhos, POR IGUAL, bem longe do nosso olhar (se possível), em escolas públicas periféricas, problemáticas, violentas, sem condições, i.e. Escolas sem qualidade, numa palavra, e onde os alunos mais carenciados _SE NADA MUDAR_ estão condenados a replicar, geração após geração, o meio onde nasceram e do qual nunca sairão.
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