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Sem maneiras

por henrique pereira dos santos, em 27.10.22

Ontem vi alguma coisa do debate do Orçamento.

É certo que não fiz o que fazia muitas vezes com Passos Coelho, que era confirmar o que via na imprensa com a transmissão integral dos debates parlamentares, portanto sei perfeitamente que o que vi e li sobre o assunto se aproxima mais do que os jornalistas pensam que da realidade mas, para este efeito, é irrelevante.

Pela enésima vez, confirmei a falta de maneiras de António Costa.

Se eu tivesse tendência para fazer leituras woke, diria mesmo que a forma como fala com Catarina Martins confirma a evidente misogenia que caracterizava a forma como falava com Assunção Cristas, mas eu não tenho essa tendência e o que verifico é a completa falta de maneiras e de nível como responde a quem o confronta, que é o normal que os deputados façam no parlamento.

Nem discuto as parvoíces de pretender que subir os juros dos bancos centrais quando a inflação sobe é uma opção política errada e, pior, neoliberal, de quem gosta mesmo da austeridade, ou a sanha contra os lucros, como se o Estado fosse mais eficiente que as empresas a criar oportunidades para as pessoas (vale a pena ler a carta que alguns estafetas fazem publicar no Público de hoje, pedindo ao Governo que desista de defender os seus direitos, como pretende, porque sabem perfeitamente o que aconteceu em Espanha aos estafetas com o facto dos governos pretenderem saber melhor que os estafetas o que é melhor para eles).

O post é mesmo sobre a forma e sobre uma dúvida que me atormenta (relativamente):

Como raio é possível que se tenha criado a mentira de que Passos disse aos portugueses para não serem piegas por causa da austeridade, o que pretendia ir além da troika (duas mentiras que imensa gente repete, completamente convencida de que Passos disse mesmo isto), ao mesmo tempo que António Costa exibe a sua evidente falta de maneiras, sem que tal tenha qualquer censura social relevante, por parte da imprensa?

O que se passa, "meninos" da rádio, TV, disco e da cassete pirata?


64 comentários

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De henrique pereira dos santos a 27.10.2022 às 12:19

Mentira, sim.
Exactamente por conhecer os videos e as declarações a partir das quais se criaram essas mentiras (que para serem mais eficazes têm de ter um fundo de verdade) é que afirmo, sem qualquer dúvida, ser mentira.
Portanto o camarada, se não se importa, dá-me o link para as declarações em que Passos Coelho diz isso (não contam os jornais a dizerem que ele diz isso, tem de ser mesmo o próprio, vídeos no youtube, por exemplo).
De outra forma deixo de partir do princípio de que está enganado e passo a partir do princípio de que quer enganar os outros.
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De Anonimo a 27.10.2022 às 12:57

Concordo com o Camarada Sousa.
Os portugueses não podem ser piegas, devem ser resilientes.
Costa disruptivo.
Austeridade nunca mais.
Antes uma cativação que me carregue que um orçamento rectificativo que me derrube. 
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De Anónimo a 27.10.2022 às 12:58

"...  não tenho outro remédio senão recordá-lo – a narrativa oficial, sete anos depois, mantém aceso o lume da falsidade. Em 2011, com uma banca rota à porta, Passos Coelho tomou o país em mãos. Cinco anos de pesadas penas e pesadíssimos sacrifícios depois, ganhou de novo as eleições. Pelo caminho dispensou a última tranche do empréstimo internacional, evitou um segundo resgate, pôs o país a crescer (o crescimento emitiu os seus primeiros sinais no final de 2013). Fabricando ainda uma almofada financeira que viria a fazer um arranjão aos socialistas já sentados em S. Bento, sobre a vitória do centro direita, expeditamente corrida dali. " 

(Tudo isto pode ser confirmado).
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De Carlos Sousa a 27.10.2022 às 13:09

Eu não quero enganar ninguém, sei bem quem é que era mentiroso, quem é que dizia uma coisa e fazia outra.
Sei bem quem é que disse que não tirava o 13° mês e foi logo a primeira coisa que fez quando chegou ao tacho.
Sei bem quem é que disse que aplicava a austeridade em dobro.
Portanto se o camarada procurar bem vai ver que encontra essa informação. 
Que eu me lembre, nessa altura o camarada não questionou a veracidade dessas notícias. Ou para si a verdade só está no YouTube?
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De henrique pereira dos santos a 27.10.2022 às 14:46

Vejo que evitou dar-me o link das declarações, o que eu percebo, porque o link é este:
https://www.youtube.com/watch?v=0EH6KFKuR9Q

e qualquer pessoa com dois dedos de testa percebe perfeitamente o que foi dito
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De Anónimo a 27.10.2022 às 13:58

https://expresso.pt/actualidade/passos-pede-aos-portugueses-para-serem-menos-piegas=f703170
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De henrique pereira dos santos a 27.10.2022 às 14:46

Agora compare o que está escrito que Passos disse com o que realmente disse:
https://www.youtube.com/watch?v=0EH6KFKuR9Q
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De Anónimo a 27.10.2022 às 18:35

HPS, ao consultar o link do Expresso acima, vejo que o Passos Coelho apelou à  m-u-d-a-n-ç-a  do país e dos portuguese, no sentido de uma cultura de maior exigência para a modernização do país. "Pieguice" nos dicionários significa apego demasiado a ninharias,  insignificâncias, bagatelas, com excesso de sentimentalismo, de romantismo. Sem dúvida que a palavra resume a nossa incapacidade de nos focarmos no que é importante. E o excesso de sentimentalismo (a nossa pieguice) é uma espécie de "estado de moleza" crónica, apatia q tira a energia, a capacidade de acção,  numa palavra: sem a-m-b-i-ç-ã-o .  Na verdade, ele detectou bem essa característica  que nos resume e que mais tem atrapalhado o nosso progresso e impedido o nosso desenvolvimento. No fundo, o PCoelho estava a exortar os portugueses a sairem da sua "zona de conforto", do conformismo, para se superarem num momento tão difícil ! Só que na altura, ainda não era muito conhecia aquela palavrinha (equivalente à que usou) e que está hoje tão na moda, porque tê-la-ia usado :  "Sejam resilientes" 
O que ele disse:
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De Anónimo a 27.10.2022 às 18:37


Disse isto: "hoje, mais do que nunca", é preciso "enfatizar a relevância" de os portugueses serem "totalmente exigentes e nada complacentes com a facilidade", apelando à "transformação de velhas estruturas e velhos comportamentos muito preguiçosos ou, às vezes, demasiado autocentrados", por outros "descomplexados, mais abertos, mais competitivos". 

Pediu aos portugueses para serem "mais exigentes", "menos complacentes" e "menos piegas" porque só assim será possível ganhar credibilidade e criar condições para superar a crise".
- - - - - - - - - - - - -
Mas, de tudo o que disse PCoelho (na sua intervenção na cerimónia do 40.º aniversário das escolas do grupo Pedago)  houve uns, com neurónios a menos e maldade a mais, que só conseguiram "compreender" e extrair aquela palavrinha lá pelo meio! Uma só: " piegas". 
SC

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