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Claro que é perfeitamente natural que os amigos e camaradas defendam a inocência do homem, seja pela cegueira, seja pela camaradagem. E que façam romarias a Évora, seja por fidelidade verdadeira, seja para se mostrarem, para agradecerem os contributos para o partido (dele e do amigo), seja ainda para se refrescarem com as iguarias gastronómicas alentejanas ou para justificar o silêncio total no congresso. Ou visitar a linda cidade de Évora. Percebo até que defendam a sua inocência apenas por amizade, e que um dia condenado a continuem a defendê-la. É natural.
O que não é natural é que esses tão próximos não se interroguem sobre o modo e estilo de vida que ele levava. Esqueçamos o modo, já muito tratado nos jornais. Passemos ao estilo. Qualquer um sabe que a vida em Portugal não é barata, e que em Paris não é mais barata. E que o ensino privado em Paris não fica propriamente mais em conta que o português em geral. Ninguém desconfia também que um Mercedes de 95.000 euros custa 95.000 euros a pagar, seja a pronto, seja a crédito. E que as lojas de roupa de boas marcas e os bons restaurantes (esquecendo por ora os hotéis parisienses em que viveu) não são useiros a dar crédito, só a cartões credíveis. E em Paris…, upa, upa! E que crédito e cartões do mesmo credíveis não são dados a qualquer um. Qualquer um sabe disto.
E então eu pergunto: já foram à Caixa Geral de Depósitos pedir dinheiro emprestado nestas condições? Estilo “eu não trabalho nem conto trabalhar tão cedo mas queria aí uns 120.000 eypos para ir jiboiar para Paris com o meu filho e estudarmos umas cenas porreiras, pá, estilo como não pagar a dívida, emprestam-me a massa? Ah…, e acabei de comprar um Mercedes de 95.000 euros em leasing mesmo não auferindo qualquer rendimento para o pagar.” Se houver duas pessoas no país que tenham tido resposta afirmativa a esta proposta eu como a impressão em papel deste post. Claro, há a suposta fortuna pessoal, que mais ninguém na família próxima evidencia. Mas se há fortuna, pedir crédito para quê? Ajudar a banca? E oferecer com crédito 2.000 eypos à candidatura de Costa? Qualquer um ficaria espantado se um amigo desempregado conseguisse semelhantes coisas, mas os socialistas e a Clara Ferreira Alves e o Miguel Sousa Tavares, de entre outros, não se interrogam com estas minudências.
Preferem acusar a investigação de fuga ao segredo de justiça. Mas parece que isso agora se virou contra o próprio.
Evidenciado que o facto de saber que iria ser detido por causa da detenção dos seus amigos só demonstrava a sua culpabilidade, foi soprado para a comunicação social que o conhecimento dessa suposta detenção se deveu ao aviso do filho, que o teria avisado quinta-feira da busca realizada em casa, e que terá motivado a ida imediata do seu advogado a Paris, logo na sexta-feira seguinte. Esse conhecimento da detenção iminente, recorde-se, aliado ao facto de ter regressado a Portugal, é um dos argumentos para afastar a legitimidade da prisão preventiva por risco de fuga.
Ora bem. Em primeiro lugar, uma busca qualquer nas nossas casas não nos faz pensar, de imediato, que sejamos detidos. Pelo menos a mim não faria. E menos mandar vir o meu advogado. Depois, se o próprio, o filho, e o advogado (que de imediato se meteu no avião para Paris, e esquecendo por enquanto as viagens apressadas dos outros intervenientes), se todos sabiam que ele iria ser detido, ficam por terra as acusações ao MP da fuga de informação: ela pode ter sido feita pelos próprios.
Eu percebo que as pessoas defendam a inocência dos seus amigos, compreendo menos bem que pessoas inteligentes não se interroguem sobre questões óbvias que estão sem resposta ou que são, no mínimo, muito estranhas.
Sejamos sérios, como dizia o outro, até no debate.
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