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As últimas semanas trouxeram à evidência a consequência de uma solução política assente em posições conjuntas entre o PS e cada um dos partidos à sua esquerda. Não tendo conseguido um acordo conjunto entre as partes, António Costa ficou preso a soluções que foram, são e serão resultado de negociações caso a caso e nas quais o BE e o PCP têm uma influência determinante. Soma-se a tudo isto o discurso e a praxis de reversão de tudo quanto sido feito pelo Governo anterior. Resultado: um país fraturado! Não apenas pelos chamados temas fraturantes (são já vários os exemplos ocorridos e mais ainda aqueles que estão anunciados) mas também na Educação, nas horas de trabalho semanal na função pública versus setor privado, na cedência aos sindicatos afetos à CGTP (deixando de “fora” os que estão desempregados ou desenquadrados), etc. Seria desejável que assim não tivesse acontecido mas, como diria alguém, as coisas são o que são. A crispação está na ordem do dia (por muito que Marcelo Rebelo de Sousa anuncie o contrário) e fatalmente temos, no terreno, dois grandes blocos na sociedade portuguesa: o ideológico de esquerda assumido pelo PS mas fortemente condicionado pelo PC e pelo BE e o que se opõe à parada fraturante. O primeiro tem lideres identificados mas o segundo ainda carece de enquadramento político. A fratura está exposta, os portugueses divididos e o confronto (hoje bem patente na grande manifestação organizada pelo Movimento Escola Ponto) na rua. A questão que se colocará nos próximos meses será a de perceber qual a força política capaz de enquadrar este bloco que se sente cada vez mais desprezado pelos detentores do poder. Ao contrário do que se poderia pensar não serão as questões económicas e financeiras que comandarão os destinos quer da atual governação quer da oposição. Será que o PSD e Passos Coelho vão perceber esta fratura ou vão continuar a acompanhar a agenda do BE? E Assunção Cristas?
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