Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
São sempre comoventes as exéquias de um Papa e as imagens das cerimónias em directo do Vaticano para todo o mundo fazem-nos acreditar que de alguma forma a mensagem de Jesus Cristo com dois mil anos é intemporal e supranacional.
É por isso que faz pouco sentido o sectarismo dentro da Igreja Católica entre progressistas e conservadores. É na gestão cuidadosa da permanente tensão entre as inevitáveis facções que Roma vem sendo capaz de realizar que garante a universalidade da instituição. Também porque a Doutrina da Igreja Católica é Universal (desculpem-me o pleonasmo).
Se faz pouco sentido o sectarismo dentro da Igreja Católica, muito menos ele faz entre os não católicos, intrometidos na contenda a opinar nos Media a comoção dos eventos que se vão suceder nas próximas semanas, que culminarão na eleição de um novo Papa. Mas é isso que se verifica nas televisões, entre jornalistas e comentadores, poucos deles católicos, a cavarem trincheiras entre progressistas e conservadores, sendo que para eles os bons são os progressistas e os maus os conservadores. Habituados a comentar lutas partidárias e confrontos políticos não percebem que a lógica da Igreja é outra.
E se chamamos “conservadorismo” ao esforço de síntese entre as várias tensões, à conciliação entre as várias sensibilidades políticas sempre influenciadas pelas diferentes geografias, o mesmo é dizer “culturas”, em consequência o próximo Papa será inevitavelmente apelidado de “conservador”. Em primeiro lugar porque a Doutrina da Igreja Católica, ou seja, as “verdades de fé” que espelham os seus imutáveis valores universais não são negociáveis e não se submetem a modas – assim procedeu o Papa Francisco nas questões fracturantes em voga na decadente Europa. Em segundo lugar porque as mudanças possíveis na Igreja (de regras que não sejam Dogmas), precisamente porque ela é universal, deverá de obedecer sempre a profundos consensos, e por isso essas reformas, a existirem serão sempre muito lentas.
A prevalência da Tradição no lugar da Revolução tem sido o seguro de vida de Roma. A lentidão na mudança tem sido a inspiração divina que garante a sobrevivência desta Instituição por mais de dois mil anos. O próximo Papa, eleito por inspiração do Espírito Santo, será inevitavelmente um Papa para todos, todos, todos. Ironicamente isso irá desiludir a maioria dos jornalistas e comentadores, cujo sustento e quadro mental está formatado para o conflito e para a cisão.
Uma coisa magnifica e comovente da instituição que é a Igreja é saber que o grande aplauso na praça de S. Pedro surge às palavras 'habemus papa!", não à pessoa que vai cumprir esse papel. Essa é a garantia da sobrevivência da instituição.
Na imagem: o brasão da Santa Sé durante o período de Sede Vacante, o intervalo de tempo em que o Vaticano está temporariamente sem Papa
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
O post não diz, nem sequer sugere, que Moedas não ...
Sempre se soube que Moedas não servia, é apenas o ...
Ninguém proibiu a bola mas fecharam restauração
Podiam começar por resolver o problema de Cabo Del...
O incitamento à violência é (creio eu) crime. Se a...