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"Se", por Carmo Gomes

por henrique pereira dos santos, em 30.08.21

“Se não houvesse vacinação, imagino o que isto era”, atira o epidemiologista Manuel Carmo Gomes.

Saltemos por cima desta estúpida mania de usar o verbo "atirar" da forma como é frequentemente usado na imprensa: é espantoso como profissionais da língua não reconhecem o peso das palavras e não sabem como atirar, no sentido de dizer, é agressivo, confesso que não sei de onde veio isto, sei de onde vem a alteração de significado de "ridículo", por exemplo, que os mais novos usam no sentido inglês da palavra, sei como o "eventualmente" inglês se infiltra no português, mas não entendo mesmo o fascínio que este "atira" exerce sobre tantos jornalistas.

Felizmente os políticos já perceberam que seria impossível continuar a dar ouvidos a estes paranóicos dos contactos e do covid zero (está a correr tão bem na Nova Zelândia e na Austrália que não se percebe como não está toda a gente a adoptar as mesmas políticas) e felizmente o caso do Reino Unido (em especial quando analisado ao mesmo tempo que o dos Países Baixos) veio deitar por terra as teorias dos efeitos inevitáveis dos contactos.

A Índia deveria ser suficiente para também deitar por terra esta conversa da variante Delta (antes chamada indiana, lembram-se?), e Israel os efeitos miraculosos da vacina nos contágios, mas nada, rigorosamente nada altera a ideia central destes doidos: se há contactos há contágios, os contágios são um problema imenso, logo, temos de reduzir contactos e gerir sociedades como se fossem hospitais.

Agora, que as coisas estão calmas - se medida pelo critério base que sempre presidiu à avaliação de epidemias, a mortalidade excessiva, não há nada de dramático desde meados de Fevereiro - e que os políticos fizeram um grande golpe de rins e passaram a adoptar o que, desde sempre, deveria ter sido a abordagem desta epidemia, não existe qualquer sinal de que estes defensores reconhecem que a sua abordagem à epidemia, defendendo que se matem moscas com tiros de canhão, sempre esteve errada, continuam na mesma linha de pensamento de que nunca saíram: "se, se, se...".

Seria irrelevante, não se desse o caso de estarem à espera (mesmo que inconscientemente) do próximo Outono/ Inverno para voltarem ao discurso do medo a propósito de uma doença que, dizem eles, não é sazonal nas nossas condições.

Veremos como reage a sociedade e imprensa nessa altura, mas não estamos livres de levar outra vez na cabeça com o martelo das medidas absurdas como a proibição de consumo de alcool na rua (acho que isso ainda não foi revogado) e outras coisas absolutamente fundamentais para controlar esta epidemia.

Os sinais não parecem ser bons, a julgar pela incapacidade da imprensa detectar contradições evidentes, como reconhecer que a vacina protege, mas o contágio (que na cabeça desta gente é equivalente a contacto) continua a ser um problema: "“Se olharmos para a distribuição da vacinação por faixas etárias, vemos que os grupos dos 10 aos 19 e dos 20 aos 29 são os que têm menor taxa de cobertura vacinal“, indica o investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa Carlos Antunes. Ou seja, “são os que estão mais expostos e têm um comportamento social de menor proteção”. Só que os jovens não contactam só com os seus pares e acabam por levar as infeções para outras faixas etárias."


18 comentários

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De balio a 30.08.2021 às 10:36


os políticos fizeram um grande golpe de rins e passaram a adoptar o que, desde sempre, deveria ter sido a abordagem desta epidemia



!!!


Não houve nenhum golpe de rins. A política repressiva continua em vigor no seu essencial, que consiste em colocar em quarentena toda e qualquer pessoa que tenha o azar de ter sido contaminada ou até mesmo de ter estado num simples contacto com um infetado. O principal, e o mais danoso para a sociedade, da política anti-viral continua plenamente em vigor.


Ainda há poucos dias o clube de futebol Santa Clara ficou com metade dos jogadores indisponíveis, e quase incapaz de jogar, somente porque dois ou três jogadores testaram positivo. Ninguém ficou sequer doente, mas o clube ficou nas lonas por uma decisão meramente administrativa.
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De Anónimo a 30.08.2021 às 10:46

(latim seacusativo do pronome reflexo suisibise)
conjunção

1. No caso dedando-se a circunstância de.


"se", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/se (https://dicionario.priberam.org/se) [consultado em 30-08-2021].
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De pitosga a 30.08.2021 às 11:22


Henrique Pereira dos Santos,
Não vale a pena. Todos estes seres são minimamente excepcionais — por termos mais antigos e daí bem compreendidos, são estúpidos. Com um QI que ronda a respectiva idade, não há nada a fazer.
O que escreve talvez lhe faça bem à sua saúde — esvazia a 'bílis negra'.


Abraham Lincoln:

You can fool some of the people some of the time and all of the people some of the time, but you can’t fool all of the people all of the time.

How many legs does a dog have if you call the tail a leg? Four. Calling a tail a leg doesn't make it a leg.


Abraço de estima

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De pitosga a 30.08.2021 às 11:34


Henrique Pereira dos Santos,
O seu título recordou-me Joseph Rudyard Kipling. Conheço outra 'saída' dele, se calhar mais adequada à pã-de-mia: "I keep six honest serving men (They taught me all I knew). Their names are And Why, And When, And How, And Where, And Who".


Abraço
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De Anónimo a 30.08.2021 às 12:05

Mais uma ronda pelos gurus do covid, sempre com grandes pensamentos e projecções para o futuro e poucas explicações para o que não acertaram no passado!

De qualquer modo, entre gripe e covid e outras coisas mais lá nos vão preparando para mais um inverno fechados em casa e com escafandro na rua, para evitar, segundo eles, qualquer coisa má que ainda não sabem o que será mas que é má..!!

Pode ser uma nova variante, uma nova estirpe, uma nova maluquice mas que irá justificar uma nova dose de vacina e mais uns meses fechados para não sobrecarregar o SNS, os serviços públicos, etc.!

Provavelmente, por cada variante levamos uma nova pica...vai ser maravilhoso..!

Agora até já existem velhinhos que falecem com cormobilidades...coisa que entre março de 2020 e janeiro de 2021 nunca se tinha visto em lado nenhum...só se falecia de covid...ponto!

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De Anónimo a 30.08.2021 às 12:27

"medidas absurdas como a proibição de consumo de alcool na rua"

Já uma vez aqui comentei e repito:
Este comportamento de beber álcool na via pública é deplorável e mostra um retrocesso civilizacional.

É deplorável, porque se exibe um comportamento que pode ser copiado e repetido pelas crianças que presenciem esse comportamento, quando apenas quiserem imitar os mais velhos (o que sucede, igualmente, com o consumo do tabaco) propagando-se assim um vício de geração em geração.
Por este motivo temos agora uma grande parte da juventude que, aos 20 anos, já está completamente corrompida por muitos vícios e, a médio prazo, eles lhe trarão grandes dissabores e prejuízos sem conta, para toda a Humanidade.
É um retrocesso civilizacional porque a Humanidade precisa de caminhar no sentido da virtude e não do vício. O vício conduzirá a uma cultura de autodestruição colectiva e, portanto, à destruição fatal da Humanidade.
E há grandes exemplos, bem documentados, como foi o ópio na China. 
É isto que queremos HOJE ?

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De henrique pereira dos santos a 30.08.2021 às 14:45

É a sua opinião, não percebo é a razão pela qual me quer impor a mim o seu ponto de vista.
Quanto a ser retrocesso, não é uma questão de opinião, é uma asneira mesmo: hoje bebe-se muito menos alcool que há cinquenta anos atrás, quando a minha avó me perguntou se eu estava doente por, com seis anos de idade, em estar a beber água.
De resto, nem sei onde foi buscar a ideia de que beber um copo de vinho por dia é viciante.
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De JPT a 30.08.2021 às 15:39

Abstémio era o Hitler. E vegetariano. Imaginemos o mundo se ele tivesse bebido umas Hefeweizen e comido umas Bratwürste.
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De Carlos Sousa a 30.08.2021 às 12:53


Se uma pessoa está infectada e fica internada é porque não estava vacinada.
Se uma pessoa está vacinada e fica internada o internamento não é tão grave.
Se uma pessoa está vacinada e morre é porque tinha outras comorbidades. 
Foi por termos adoptado estas medidas que o ano passado não houve gripe.
Foi por o ano passado não ter havido gripe que este ano se espera que seja o dobro dum ano normal de gripe.
Com estas luminárias a gerir e esta comunicação social a fazer eco, tão cedo não nos livramos desta loucura.
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De Anónimo a 31.08.2021 às 13:42

Caro Carlos,
Resumiu muito bem a situação. É uma pena a comunicação social ser uma lástima: sem dúvidas ou inquietações. Tão submissa!
Catarina Silva
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De Anónimo a 30.08.2021 às 15:42

Aqui fica mais uma reflexão:
VACINA: é uma preparação biológica que fornece IMUNIDADE adquirida activa para uma doença particular.
Logo assim a pessoa teria que ficar IMUNE.
IMUNE: que goza de imunidade, (organismo torna-se imune ao virus), que é isento, livre, não sujeito.
Que nome se dará a esta dita, uma vez que ela não se enquadra nem nada disto não dando IMUNIDADE? 
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De Carlos a 30.08.2021 às 16:44


Quase apetece dizer, deixem as crianças infectarem-se com Covid! Estou convencido que essa era melhor maneira delas se defenderem das inevitáveis futuras mutações do vírus, que seguramente as irão apoquentar, quem sabe se demasiadamente.

Tomo esta posição ao lembrar-me dos europeus que, na época dos descobrimentos, quase dizimaram involuntariamente todos os índios americanos, e que o fizeram por terem no organismo anticorpos contra as pandemias que espalharam pelas Américas – sarampo, varíola, etc. - arma que os indígenas não tinham para suas defesas, pois nunca tinham contactado com aqueles vírus, à época terríveis vírus, hoje quase inofensivos. E também por me lembrar que os negros africados, naquelas altura, pouco sofreram com a febre-amarela, ao contrário dos europeus que morriam em grande número, exactamente por aqueles já terem anticorpos a defendê-los daquela doença, endémica em África, e os europeus não.

Concluindo e correndo o risco de escandalizar algumas pessoas, no meu entender  devíamos adoptar  a seguinte máxima, por amor à vida (a nossa e a deles): “deixem os miúdos infectarem-se com Covid – é bom para eles e é bom para nós todos”.

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De balio a 30.08.2021 às 18:00


apetece dizer, deixem as crianças infectarem-se com Covid!


As crianças e os adultos! Toda a gente deve ser regularmente infetada pelo sars-cov-2, tal e qual como toda a gente é regularmente infetada por um vírus de gripe ou por um coronavírus de constipação. Quem for forte (devido ao seu próprio sistema imunitário e/ou devido a ter-se vacinado) resiste, e quem não resistir é porque estava mesmo tão fraquinho que mais valia que morresse.
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De balio a 30.08.2021 às 16:47


Israel os efeitos miraculosos da vacina



A notícia do dia (vi na RT) é que Israel vai, basicamente, forçar toda a população a levar com uma nova vacina Pfizer de 6 em 6 meses. Efetivamente, vão eliminar a validade do certificado covid israelita 6 meses após a segunda dose, forçando portanto cada pessoa a levar com uma terceira dose, sendo que o certificado voltará a perder validade 6 meses após a terceira dose.


Gostava de saber quem financia esta loucura.

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