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Ao que parece, a maior parte das pessoas interessaram-se pela súbita conversão de Catarina Martins à social-democracia (confesso que não sei do que fala, os países nórdicos são dos países mais liberais do mundo, incluindo do ponto de vista económico, é verdade que a rede eléctrica de alta tensão na Suécia é de uma empresa estatal, mas depois existem uns 170 operadores de redes eléctricas) e alguns entretiveram-se com o deslize das barragens.
Devo dizer que a mim me interessou mais um outro aspecto: "O horizonte de transformação é importante não só para a construção de maiorias sociais que sejam mais ambiciosas para uma nova estrutura da economia, como também para ter a ousadia de arranjar soluções mais de imediato para os problemas que existem, em vez de estarmos sempre a defender a permanência do estado de coisas".
Eu sei, em si mesma esta citação só me faz lembrar o que dizia um professor meu de história de arte sobre o molotov (o bolo, não o dos cocktails): quando punha uma colherada na boca só sentia vento em todo o lado. No caso, não é na boca que se vê o vento a passar, é mesmo no cérebro.
Mas a citação não está ali sozinha, naquela entrevista, está no meio de um delicadíssimo exercício de contorcionismo retórico em que Catarina Martins acaba por ser bastante clara: O que o BE defende é que se acabe com o capitalismo, mas como as pessoas não querem o que o BE quer, então apresenta-se um programa eleitoral social-democrata para ir levando as pessoas para onde se quer.
Acham que estou a exagerar?
Pois, eu também achei, mas clarinho, clarinho, é por onde começa esta entrevista, por explicar exactamente o que eu disse acima, embora envolvendo naquela torrente de lugares comuns sem nexo que caracterizam o discurso de Catarina Martins.
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