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Ontem, o Público era só direito à habitação (na opinião do jornal, "O direito à habitação ocupou as cidades que o expulsam", como diziam na chamada de primeira página ou "O direito à habitação ocupou a cidade que agora o expulsa", como diziam no título do destaque que fizeram sobre uma manifestação do dia anterior, entre outras pérolas) e mais à frente tinham isto:
Já li umas coisas do Mia Couto (incluindo o prefácio que fez para um livro de uma das minhas filhas), mas não conhecia a citação e, quando a vi, limitei-me a fazer uma piada fácil: "Mia Couto a ser muito, muito humilde, dizendo, por outras palavras, que quem escreveu os livros dele não foi ele, mas quem o lê."
Isidro Dias, mais conhecedor, apresentou a citação no seu contexto: "o mato vinha agora buscar terrenos de que tinha sido exclusivo dono. Sempre me tinham dito que a vila estava de pé por licença de poderes antigos, poderes vindos do longe. Quem constrói a casa não é quem a ergueu mas quem nela mora. E agora, sem residentes, as casas de cimento apodreciam como a carcaça que se tira a um animal.
Um único comerciante ficara na vila", de Terra Sonâmbula.
Resumindo, o jornal Público acha normal retirar um pequeno excerto de um contexto, colocá-lo noutro contexto e pôr Mia Couto a dizer o que nunca disse de facto (não estou a discutir se o próprio se importa ou não com o facto de o porem a dizer o que não disse, a falar de direitos de propriedade e vez de direitos antigos de ocupação da terra arrancados ao mato, limito-me a constatar que um jornal acha boa ideia fazê-lo).
E, no fundo, tem razão, isto é de facto o que faz grande parte do jornalismo e uma prática habitual do Público, aquilo é cada vez menos um jornal e cada vez mais um fanzine "uma publicação não profissional e não oficial, produzido por entusiastas de uma cultura particular, para o prazer de outros que compartilham o mesmo interesse", para usar a definição de fanzine da wikipedia.
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