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São uns pândegos, lá no Público

por henrique pereira dos santos, em 02.10.23

Ontem, o Público era só direito à habitação (na opinião do jornal, "O direito à habitação ocupou as cidades que o expulsam", como diziam na chamada de primeira página ou "O direito à habitação ocupou a cidade que agora o expulsa", como diziam no título do destaque que fizeram sobre uma manifestação do dia anterior, entre outras pérolas) e mais à frente tinham isto:

mia.jpg

Já li umas coisas do Mia Couto (incluindo o prefácio que fez para um livro de uma das minhas filhas), mas não conhecia a citação e, quando a vi, limitei-me a fazer uma piada fácil: "Mia Couto a ser muito, muito humilde, dizendo, por outras palavras, que quem escreveu os livros dele não foi ele, mas quem o lê."

Isidro Dias, mais conhecedor, apresentou a citação no seu contexto: "o mato vinha agora buscar terrenos de que tinha sido exclusivo dono. Sempre me tinham dito que a vila estava de pé por licença de poderes antigos, poderes vindos do longe. Quem constrói a casa não é quem a ergueu mas quem nela mora. E agora, sem residentes, as casas de cimento apodreciam como a carcaça que se tira a um animal.
Um único comerciante ficara na vila", de Terra Sonâmbula.

Resumindo, o jornal Público acha normal retirar um pequeno excerto de um contexto, colocá-lo noutro contexto e pôr Mia Couto a dizer o que nunca disse de facto (não estou a discutir se o próprio se importa ou não com o facto de o porem a dizer o que não disse, a falar de direitos de propriedade e vez de direitos antigos de ocupação da terra arrancados ao mato, limito-me a constatar que um jornal acha boa ideia fazê-lo).

E, no fundo, tem razão, isto é de facto o que faz grande parte do jornalismo e uma prática habitual do Público, aquilo é cada vez menos um jornal e cada vez mais um fanzine "uma publicação não profissional e não oficial, produzido por entusiastas de uma cultura particular, para o prazer de outros que compartilham o mesmo interesse", para usar a definição de fanzine da wikipedia.


9 comentários

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De O apartidário a 02.10.2023 às 09:33

Bom dia para todes(já me estou a adiantar a uma futura capa do público). Agora jornalismo a sério 
https://oplanetadosmacacospoliticos.blogs.sapo.pt/em-defesa-do-clima-58307
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De maria a 02.10.2023 às 09:45

A frase é ambígua. Não tem pés nem cabeça. Mia  Couto escreveu esta burrice?
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De urinator a 02.10.2023 às 10:08

infelizmente temos como único: 'o direito à habituação'
sinto um país mentalmente na 'idade da pedra lascada'
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De urinator a 02.10.2023 às 10:35


Marvin Harris in Canibales
« Durante siglos, el mundo occidental se ha sentido reconfortado por la creencia de que el progreso material nunca concluirá. Como prueba de que vivir es hoy mucho mú fécil para nosotros de lo que lo fue para nuestros abuelos, ofrecemos nuestros cochee, nuestros teléfonos y nuestra c¡. lefacciÓD central. Aunque reconocemos que el progreso puede ser lento y desigual - con contratiempos poco duradoroe c-, senti:mOl que, pensándolo bien, ser' mucho mú f," cil vivir en el futuro que en el presente. Las teorías científicas, en IU mayoría formuladas hace cien años. alimentan esta creencia. Desde la superícrídad del punto de vista de 108 científicos victorianos, la evolución dela cultura pareció ser un peregrinaje por una escarpada montaña desde cuya cima los pueblos civilizados podían mirar hacia abajo a los diversos niveles de salvajismo y barbarismo que aún debfan superar las culturas «inferiores».
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De O apartidário a 02.10.2023 às 12:49

Não se mata a fome com migalhas, nem se constroem casas a começar pelo telhado, como não se resolve o problema dos imigrantes escancarando fronteiras…

Este Governo não tem soluções.

Há precisamente um ano, escrevi nesta página que António Costa não tem uma ideia para Portugal. Não é só Costa. São quase todos os seus ministros.
E, na falta de soluções, lá vêm as ajudazinhas, que até podem aliviar mas não resolvem nada.
Costa chegou ao poder (apeando o seu antecessor no PS, António José Seguro) com uma palavra: ‘poucochinho’.
https://sol.sapo.pt/2023/09/30/um-governo-de-poucochinhos/
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De César a 02.10.2023 às 13:06

A manifestação de Sábado foi tomada por imbecis esquerdo-patológicos que acham que eu e outros temos de disponibilizar as nossas casas na cidade à borla ou com rendas de 50 euros porque S Exas acham que só têm direitos e nunca deveres. 
Devem perguntar à senhora Mortágua e ao socialismo com o qual andou de braço dado durante 6 anos porque é que não resolveram UM ÚNICO problema na habitação e no mercado de arrendamento, e só o agravaram.
Essa senhora filha do terrorista que agora é "agrário" no Alentejo que pergunte ao seu "camarada" Robles" o que é "especulação imobiliária. Ide trabalhar e responsabilizarem-se pelas vossas vidas em vez de passarem a vida a vitimizarem-se e a acharem que têm direito a tudo porque são os "coitadinhos"!!!.
E agredir deputados da nação e desculpabilizar esses actos desses rafeiros que agridem em matilha é crime, um ilícito previsto e punido pela legislação penal. 
Como dizia Roland Barthes "fascismo não é proibir-nos de dizer, é obrigar-nos a dizer". Que é o que esta corja de meninos mimados que andam nas manifs esquerdeopatas fazem. 
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De O apartidário a 02.10.2023 às 13:25

Resultados eleitorais à moda dos jornalistas, velhos tratados abaixo de cão e histéricas transformadas em ativistas do clima.

A frase era dita na brincadeira pelo meu amigo Gigi, que gostava de me ‘picar’ sempre que se discutia algum assunto mais polémico: «A culpa é dos jornalistas», dizia. Nos velhos tempos de sacanagem eu não deixava de rir, discordando, obviamente, e argumentava que os jornalistas têm a obrigação de informar, dando os diferentes pontos de vista em discussão. Sou do tempo, e já pareço o Velho do Restelo, em que a notícia não se confundia com a opinião. Hoje, infelizmente, sou obrigado em concordar com o meu amigo em muitas ocasiões. Mais no link a seguir 

https://sol.sapo.pt/2023/09/30/caes-em-carrinhos-de-bebes-e-velhos-nos-lares/

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De lucklucky a 02.10.2023 às 14:47

Simples. O Publico é um jornal extremista pois da extrema esquerda. Vai promover as tácticas dos bolcheviques se o deixarem.
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De lucklucky a 02.10.2023 às 14:48

Mas o Publico já não fala das lojas do bairro contra os hipermercados...

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