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A Iniciativa Liberal resolveu desenvolver politicamente a velha, velhíssima, ideia de que são todos iguais, menos eu.
Escrevi aqui bastantes vezes que sou liberal, que apoiei a Iniciativa Liberal (de que nunca fui membro), tendo colaborado com o grupo de estudos na elaboração dos primeiros programas eleitorais, nos assuntos em que quis, sobretudo naqueles em que tenho alguma competência específica.
A verdade é que desde a facção leninista tomou de assalto o poder no partido, tenho vindo a ter uma distância progressivamente maior, não do liberalismo, mas da Iniciativa Liberal.
Aproveito para esclarecer que a linha leninista não diz respeito ao substrato marxista da actuação e pensamento de Lenine, mas sim ao principal contributo que trouxe à prática política marxista que consistiu em substituir a ideia marxista original de que a libertação dos trabalhadores seria obra dos próprios trabalhadores, pela ideia leninista de que isso se faria com uma vanguarda partidária que representaria os trabalhadores.
Esta ideia de uma vanguarda partidária, que segue a linha justa e, pela sua profissionalização e centralismo (ele dizia que era democrático, mas enfim), seria imensamente mais eficaz na tomada do poder que esperar que todos os trabalhadores do mundo se unissem.
Por isso, porque os partidos são máquinas de tomada do poder, é uma ideia largamente praticada no mundo partidário, há mesmo quem diga que é da natureza dos partidos serem assim.
É neste sentido que chamo leninista à linha dominante da IL, cujos resultados, na minha opinião, foram especialmente luminosos em Lisboa, em que a linha partidária dominante achou mais seguro pôr quatro, cinco ou seis pessoas à frente de Carla Castro, para deixar claro que era mais importante a fidelidade à direcção que ter pensamento próprio.
Nesta lógica, o ideal é ter militantes e dirigentes sem densidade intelectual suficiente para ter pensamento próprio (pensar é uma actividade potencialmente subversiva) e o resultado é que em vez de ter um partido liberal que considera mais importante fazer crescer o liberalismo na sociedade, propondo ideias novas, temos hoje um partido a desenterrar velhas ideias populistas que, pensam eles, lhes vai trazer votos.
De maneira geral não faço muitos comentários sobre a Iniciativa Liberal porque na verdade não tenho interesse nenhum na mercearia do poder e a maioria dos seus militantes são manifestamente liberais e espero que sejam cada vez mais.
O que não entendo é a opção política de dizer que é indiferente ter Costa ou Montenegro como primeiro ministro, quer porque é uma evidente aldrabice, quer porque na prática é pôr a Iniciativa Liberal a apoiar o PS e o governo de António Costa (ou outro igual).
É aliás curioso que, tendo eu escrito uma coisa qualquer neste sentido, os argumentos dos que têm uma opinião diferente não foram no sentido de demonstrar que de facto os governos eram iguais, mas apenas que o governo da AD tem esta ou aquela deficiência, ou não faz o que essas pessoas acham adequado.
Dizer que não é indiferente mudar de governo não é o mesmo que dizer que o governo da AD é bom, é apenas reconhecer que, independentemente de tudo o que seja mal feito, não é indiferente que tenha mudado o pessoal político associado a um ou outro governo.
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