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São todos iguais

por henrique pereira dos santos, em 27.08.24

A Iniciativa Liberal resolveu desenvolver politicamente a velha, velhíssima, ideia de que são todos iguais, menos eu.

Escrevi aqui bastantes vezes que sou liberal, que apoiei a Iniciativa Liberal (de que nunca fui membro), tendo colaborado com o grupo de estudos na elaboração dos primeiros programas eleitorais, nos assuntos em que quis, sobretudo naqueles em que tenho alguma competência específica.

A verdade é que desde a facção leninista tomou de assalto o poder no partido, tenho vindo a ter uma distância progressivamente maior, não do liberalismo, mas da Iniciativa Liberal.

Aproveito para esclarecer que a linha leninista não diz respeito ao substrato marxista da actuação e pensamento de Lenine, mas sim ao principal contributo que trouxe à prática política marxista que consistiu em substituir a ideia marxista original de que a libertação dos trabalhadores seria obra dos próprios trabalhadores, pela ideia leninista de que isso se faria com uma vanguarda partidária que representaria os trabalhadores.

Esta ideia de uma vanguarda partidária, que segue a linha justa e, pela sua profissionalização e centralismo (ele dizia que era democrático, mas enfim), seria imensamente mais eficaz na tomada do poder que esperar que todos os trabalhadores do mundo se unissem.

Por isso, porque os partidos são máquinas de tomada do poder, é uma ideia largamente praticada no mundo partidário, há mesmo quem diga que é da natureza dos partidos serem assim.

É neste sentido que chamo leninista à linha dominante da IL, cujos resultados, na minha opinião, foram especialmente luminosos em Lisboa, em que a linha partidária dominante achou mais seguro pôr quatro, cinco ou seis pessoas à frente de Carla Castro, para deixar claro que era mais importante a fidelidade à direcção que ter pensamento próprio.

Nesta lógica, o ideal é ter militantes e dirigentes sem densidade intelectual suficiente para ter pensamento próprio (pensar é uma actividade potencialmente subversiva) e o resultado é que em vez de ter um partido liberal que considera mais importante fazer crescer o liberalismo na sociedade, propondo ideias novas, temos hoje um partido a desenterrar velhas ideias populistas que, pensam eles, lhes vai trazer votos.

De maneira geral não faço muitos comentários sobre a Iniciativa Liberal porque na verdade não tenho interesse nenhum na mercearia do poder e a maioria dos seus militantes são manifestamente liberais e espero que sejam cada vez mais.

O que não entendo é a opção política de dizer que é indiferente ter Costa ou Montenegro como primeiro ministro, quer porque é uma evidente aldrabice, quer porque na prática é pôr a Iniciativa Liberal a apoiar o PS e o governo de António Costa (ou outro igual).

É aliás curioso que, tendo eu escrito uma coisa qualquer neste sentido, os argumentos dos que têm uma opinião diferente não foram no sentido de demonstrar que de facto os governos eram iguais, mas apenas que o governo da AD tem esta ou aquela deficiência, ou não faz o que essas pessoas acham adequado.

Dizer que não é indiferente mudar de governo não é o mesmo que dizer que o governo da AD é bom, é apenas reconhecer que, independentemente de tudo o que seja mal feito, não é indiferente que tenha mudado o pessoal político associado a um ou outro governo.


23 comentários

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De Anónimo a 27.08.2024 às 11:27


Mas de facto os governos são iguais: todas as medidas que o governo de Montenegro até agora tomou poderiam igualmente ter sido tomadas por um governo de Costa.
(O converso não é verdade: sob a influência da geringonça, os primeiros governos de Costa tomaram medidas que não teriam sido tomadas pelo goveno de Montenegro.)
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De César a 27.08.2024 às 11:37

Sou conservador e revejo-me em muitas das políticas económicas da IL. Nem todas.
Mas estragam tudo quando cedem ao wokismo: aborto, eutanásia, LGBT etc. Por isso, e neste registo, nunca votarei em algo ou alguém que faz da cama programa político.E isso, para mim, é uma linha vermelha como está na moda dizer. Nesse aspecto a IL é um BE fofinho. Igual.
Ser liberal nos costumes é querer o Estado fora da cama e dos contratos nupciais, bem com ser contra a doutinação das crianças moral e religiosa e a " venda" nas escolas das "virtudes" do registo LGBT contra a vontade dos pais.
O problema é que não vejo nenhum partido conservador de direita no panorama político português.O que me leva sempre a votar na opção menos má.
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De Anónimo a 27.08.2024 às 15:25


Se o César é conservador, então, claramente, não vote na IL: a IL é liberal e, portanto, não é conservadora. O liberalismo e o conservadorismo são duas posições políticas diferentes e incompatíveis.


não vejo nenhum partido conservador de direita no panorama político português


?!


Eu creio haver muitos partidos conservadores e de direita em Portugal. Ergue-te, Nova Direita, Aliança, e outros.
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De César a 27.08.2024 às 21:05

Obrigado pelo "esclarecimento" mas sei distinguir o liberalismo do conservadorismo sem "ajuda".
Não afirmei que votei alguma vez na IL. É um erro básico de interpretação da parte de V Exa.
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De Anónimo a 28.08.2024 às 09:20


Não afirmei que votei alguma vez na IL.


Pois não. Afirmou o contrário, que não votava na IL.


E o que eu disse é que faz muito bem em não votar na IL, e deve continuar a não o fazer, uma vez que a IL não é um partido conservador nem de direita.
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De César a 28.08.2024 às 12:45

Continua equivocado: não afirmei que não votava na IL. Aliás, não afirmei que votava em alguém. 
E dispendo pretensas lições de Ciência Política. E informe-se sobre os partidos que diz serem de direita.  A conversa fica por aqui. Passar bem
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De JPT a 28.08.2024 às 14:47

Eu se escrevesse dislates como “não se pode ser liberal e conservador” também optaria pelo anonimato. Liberal só é sinónimo de “progressista”nos EUA, mas como para os bimbos de agora, não há mais nada para lá da América (para os bimbos anteriores era a França)…
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De Anónimo a 28.08.2024 às 15:24


Eu não afirmei que ser liberal fosse o mesmo que ser progressista.
O que eu disse é que o liberalismo e o conservadorismo são posições políticas incompatíveis. O que é simples de ver: o conservadorismo pretende conservar e respeitar as estruturas sociais existentes, enquanto que o liberalismo pretende dar às pessoas a liberdade de viverem as suas vidas, sejam elas de acordo ou contra as estruturas sociais existentes.
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De JPT a 28.08.2024 às 23:34

Insisto: está confundido. Pode-se perfeitamente ser-se pessoalmente conservador e ser-se liberal relativamente aos demais - ou seja, não querer impor a terceiros o nosso conservadorismo, deixando-os viver de acordo com as suas convicções, e, sobretudo, não gastando um cêntimo dos contribuintes na promoção de causas morais e de engenharias sociais, sejam elas "conservadoras" ou "progressistas". Temos é liberais da "mula ruça", que por burrice, ignorância ou fanatismo defendem que ser-se "liberal" é atrelar-se à última bacorada bolçada pelo Guardian e arranjar tachos para tip@s do BE nos Observatórios e "Coletivos" disto e daquilo.
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De Anónimo a 29.08.2024 às 14:57


Pode-se perfeitamente ser-se pessoalmente conservador e ser-se liberal relativamente aos demais


O que interessa na política é a posição que se defende (e pratica) relativamente aos demais. Uma pessoa que "não quer impor a terceiros o seu conservadorismo, deixando-os viver de acordo com as suas convicções, e, sobretudo, não gastando um cêntimo dos contribuintes na promoção de causas morais e de engenharias sociais" é, obviamente, uma pessoa liberal. Não é conservadora, mesmo que na sua vida pessoal adira a opções de vida tradicionais.

Por exemplo, uma pessoa liberal defende a liberdade de mulheres ganharem a vida prostituírem-se; mas pode perfeitamente, na sua vida pessoal, ser uma esposa fiel e monogâmica.
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De JPT a 29.08.2024 às 23:15

Exemplifico: a ideia de desenvolver políticas para promover a "inclusão", a "igualdade" e a "diversidade" passa por ser liberal - aliás, a Iniciativa Liberal tem o uso de aprovar todas as inanidades que vão à AR com esse propósito. Não o é, naturalmente: é "progressista", no sentido em que o termo é usado desde a Revolução Francesa, pelo menos. Liberal é deixar que o "mercado resolva" - como resolveu em grande parte das profissões em que não havia mulheres (nalgumas é agora difícil encontrar homens) e na assunção pelos homossexuais e lésbicas das suas opções de vida - convivo com vários resolvidos e bem sucedidos há mais de 30 anos, sem necessidades de quotas e bombardeamento mediático (tal como continua a haver hoje os mal resolvidos, mesmo com quotas e bombardeamento mediático). Um conservador, que seja liberal, acredita que o progresso é o fruto de uma sociedade livre, e não da mente dos "progressistas" e do ditado do Estado.
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De Anónimo a 30.08.2024 às 11:55


a Iniciativa Liberal tem o uso de aprovar todas as inanidades que vão à AR com a ideia de desenvolver políticas para promover a "inclusão", a "igualdade" e a "diversidade"



Não sendo meu propósito defender tudo aquilo que a Iniciativa Liberal faz (e estou certo de que dentro da IL há muita diversidade de opiniões, e portanto há muita gente que discorda de muitas posições que a IL toma), não sei a que "inanidades" se refere concretamente, pelo que não posso de qualquer forma defendê-las.
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De Sérgio Gonçalves a 28.08.2024 às 13:56

Felizmente há o CDS que tem bastantes quadros liberais economicamente e conservadores.
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De Silva a 27.08.2024 às 16:27

Montenegro apoiou Costa na sua ida para a Europa.
A política do governo de Montenegro, basicamente é o de ir aumentando a despesa pública (aumentos para os polícias, militares, etc.), passe ferroviário mais barato, etc.
Obviamente que este aumento da pressão financeira irá orientar as futuras "cernelhadas" seja com Montenegro ou outro a liderar o governo.
Falta vontade/coragem política para implementar as reformas estruturais, a começar, repito a começar pela abolição do salário mínimo, liberalização dos despedimentos e abolição dos descontos seguindo-se outras reformas estruturais.
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De João Távora a 27.08.2024 às 16:42

Não me parece que haja falta de coragem ou vontade politica da Parte de Montenegro para fazer reformas estruturais, antes falta de uma maioria absoluta. Nem o Chega nem o PS estão interessados em libertar a economia do peso do Estado. Antes pelo contrário. 
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De Carlos Sousa a 27.08.2024 às 20:42

Com o nível de empresários que temos havia de ser giro liberalizar os despedimentos. Basta olhar para Odemira. 
Não será melhor legalizar primeiro a PIDE?
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De M.Sousa a 28.08.2024 às 09:39

E o que diremos do nível dos políticos (e respectivas entourages e demais avençados) e das élites(?) que ocupam, dominam e vivem do Estado?
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De Nelson Gonçalves a 28.08.2024 às 07:37


Tenho dúvidas que o Montenegro ou, para o que importa realmente, o PSD queiram fazer reformas. Mas admito o meu enviesamento, sou militante da IL.


Qualquer mudança, mesmo que bem pensada e bem executada, traz dor no início e só dará frutos a médio e longo prazo quando (possivelmente) um outro partido estará lá para os colher.


Por isso, objetivamente, penso que a escolha racional por parte da AD será ir navegando à vista até que consiga a segurança necessária para saber que irá colher os frutos das reformas estruturais (2/3 anos ?). Ou em alternativa que os dirigentes do PS cresçam e ganhem juízo.
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De anónimo a 27.08.2024 às 19:45


Isso, e muito mais, são tudo as consequências perversas de um sistema eleitoral com votação apenas em partidos. 
(Os deputados são funcionários dos partidos de quem dependem em exclusividade.)

Deputado eleitos nominalmente pensariam muito melhor antes de se levantarem, an A.R., para aprovar ou regeitar um projecto de Lei. Ficariam registados, para futura análise, os interesses que preferiram defeder: partido ou eleitor.
Os eleitores têm que ser os donos da democracia. Nunca os chefes dos partidos, sejam eles partidos de direita ou de esquerda, "extremas" ou não, demagogos simpáticos ou não..
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De Anónimo a 27.08.2024 às 21:51

Continuamos a pensarmo-nos como país independente, senhor de políticas proprias...
Juromenha
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De JPT a 28.08.2024 às 14:58

O HPS está em negação. Tomou uma decisão errada com base na emoção, e agora recusa-se a assumir que errou. O governo Montenegro está a ser tudo o que se sabia que iria ser. Populismo à Costa (esmolas para corporações e velhinhos) estatismo (nacionalização do que faltava da Lusa, zero alterações nos media do Estado, silêncio perante a censura da ERC) wokismo de Bruxelas (a loja manda) e, claro, uma descomunal redistribuição de tachos (tenho muito amigos felizes - em especial do CDS - e alguns temporariamente desocupados) . Aliás, exactamente o mesmo do que Moedas está a fazer em Lisboa. Infelizmente, a Pepsi nunca baterá a Coca-cola, e lá teremos, de castigo, os que merecem e os que não merecem, mais uma década de PS
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De Anónimo a 28.08.2024 às 15:29


o mesmo do que Moedas está a fazer em Lisboa


Eu tenho o azar de morar perto da sede da associação "O Ninho", no centro de Lisboa. Trata-se de uma associação católica, ligada a pessoas do PSD e do CDS (por exemplo, Paulo Rangel é, salvo erro, presidente da sua Mesa da Assembleia-Geral), que nominalmente pretende ajudar prostitutas a abandonar o seu ganha-pão, mas que na prática não faz nada que se veja. (A minha mulher uma vez ofereceu-se para colaborar com ela, e não lhe ligaram pevas.) Pois bem, a nova administração da Câmara de Lisboa ofereceu a essa associação um lugar de estacionamento reservado em frente à sua sede, lugar esse que, evidentemente, foi retirado aos moradores (eu, em particular).
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De O apartidário a 31.08.2024 às 08:06

"wokismo de Bruxelas (a loja manda)"  ------------------------ Convém também lembrar a reunião de Maio(ou Junho? ) de 2023 no hotel Pestana da Lapa. Como diria o outro "alguém aqui saberá do que é que eu estou a falar ".

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