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Salvar a face

por Jose Miguel Roque Martins, em 29.03.22

A resistência Ucraniana não parece ter sido em vão. O pior cenário, o fim de uma Ucrânia soberana e de facto independente parece estar afastado. Poucos, poderiam acreditar numa resistência militar, numa união popular tão extraordinária como aconteceu na Ucrânia que dissipou quaisquer duvidas, a quaisquer observadores,  sobre a sua razão de existir. Putin, parece, não vai escalar a guerra, conformou-se. Não porque não tenha o poder para arrasar completamente a Ucrânia, mas porque já percebeu que os custos associados seriam provavelmente superiores aos seus benefícios.

Não nos enganemos. Subsiste a necessidade de salvar a face e , sem ela, não haverá paz. Será impossível que assim não seja e Putin sobreviva. Às vezes há resultados surpreendentes.

O caso mais espantoso que conheço da História foi a guerra dos Boers.  Um conflito militar inovador que trouxe pela primeira vez a guerra de guerrilha e os campos de concentração. No final a Inglaterra "venceu", não sem antes garantir indemnizações de guerra aos vencidos!

Não creio que assim aconteça neste caso. Infelizmente acredito que os ganhos de guerra tenham que ser  mais evidentes. E que partes da Ucrânia sejam de alguma forma anexadas. Apesar da destruição cruel , das mortes e das dificuldades futuras, a Ucrânia escreveu uma brilhante pagina de luta pela liberdade de uma Nação. 

 

 

 



14 comentários

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De anónimo a 29.03.2022 às 14:13

A mesma coligação que congelou os bens de entidades e indivíduos responsáveis pela destruição do património na Ucrânea podem levar a Tribunal ou entidade supra nacional, ONU ?, a decisão de canalizar esses bens na reconstrução de aquele património.  
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De balio a 29.03.2022 às 14:46


uma união popular tão extraordinária como aconteceu na Ucrânia que dissipou quaisquer duvidas, a quaisquer observadores,  sobre a sua razão de existir



A união popular foi obtida, em parte, à força: os homens ucranianos são proibidos de emigrar e obrigados a combater. Eles em boa parte não estão a combater porque querem, mas porque a isso são forçados. Aliás, em todas as guerras é assim.
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De Anónimo a 29.03.2022 às 17:34

És tamanho! 
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De anónimo a 31.03.2022 às 11:40


Há quem não consiga pensar sem o jugo no pescoço. Há quem prefira, como dizia o X. Gusmão, "liberdade ou morte".

Há lugar para todos.
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De Vasco Silveira a 29.03.2022 às 21:04

".... A Ucrânia escreveu uma brilhante pagina de luta pela liberdade de uma Nação."


Caro Senhor
É bem verdadeira a sua afirmação!
Mas não pode deixar de se lhe comparar outra: O ocidente deu mais um miserável de cobardia e demagogia fácil ( sobretudo o inimputável Trump, ai desculpe, Biden ).
A Rússia, e a China, verificaram que o único constrangimento que defrontam é o interno e, eventualmente, como foi aqui o caso, da vítima da sua cobiça.Os poltrões do ocidente ou falam de mais ( assassino, vai pagar pelo que fez, ..., ou ameaçam sanções ...
 Não dou cinco anos de vida à Formosa.


Melhores cumprimentos


Vasco Silveira


Melhores cumprimentos
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De barba rija a 29.03.2022 às 21:47

Do que mais gostei foi do "parece que ".

E como compreender o realismo contido no post, com esta precipitaçao, mesmo admitindo que a procissao ainda vai no adro ?


Essa da indemnizaçao aos vencidos tambem é original, é a inversao da coisa.


Mas tá, vamos indo e um dia haverá acordo. 
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De barba rija a 29.03.2022 às 21:50

das coisas que nao se dizem, apesar da enxurrada de noticias . 


Na ucrania estao 15 milhoes de homens armados  contra 100 ou 150 mil russos. !!!
Podem estar 5 armados em cada predio em todo o país. 


Os russos que se cuidem ... 
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De barba rija a 29.03.2022 às 22:02

deixo uma questao pertinente.


Se os ucranianos perderem, tudo (incluindo mortes) foi inutil .


(mas já o imagino a argumentar que se nao tivessem lutado mais perderiam. Esquecendo-se que antes da invasao decorreram negociaçoes durante anos, e que a principal exigencia (nao aceite) foi a neutralidade )
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De Carlos Marques a 29.03.2022 às 23:14

Qual resistência? Ter os seus meios militares destruídos, ter milhões de refugiados e homens civis e sem treino militar (de rapazinhos de 18 anos até velhotes de 60) proibidos de sair do país, +mil mortos, tanta destruição (em grade parte devido ao crime de guerra dos ucranianos de colocar artilharia pesada em zonas residenciais de forma a criar escudos humanos), e tudo em nome de quê?


Fazer um favor ao imperialismo da NATO? Fazer um favor à oligarquia e ao complexo militar industrial do Ocidente? Fazer do seu povo carne para canhão da estupidez dos EUA (o regime mais assassino de todos os tempos)? Fazer a Europa comprar mais gás/óleo à "democracia liberal" cheia de "valores Europeus, "livre e pacífica" da Arábia Saudita?
Que ANEDOTA!


Isto feito pelos mesmos que apoiaram todas as invasões e genocídios dos EUA/NATO nos últimos 25 anos, que assalta cofres de países não-alinhados e por exemplo deixaram 5 milhões de crianças Afegãs a passar frio e fome, que dão armas a Sauditas para fazer guerra de 7 anos no Iémen, e que ajudaram militarmente batalhões nazis (ex: Azov) a matar +13 mil pessoas no Donbass.


E tudo só para no fim, depois de perdida a guerra (a qual foi de facto iniciada há 8 anos pelos golpistas da CIA, e a invasão "preemptive" da Rússia justificada pela declaração de guerra do lunático Zelensky em Munique a sugerir que teria armas nucleares, e de facto tinha armas biológicas), com +14 mil mortos, destruição total da marinha e quase total da força aérea, e da Rússia ter cumprido com sucesso os seus objetivos, ter de aceitar o que já devia ter sido aceite antes:
- cumprir acordos de paz de Minsk
- fim da guerra de 8 anos no Donbass
- respeito da vontade do povo da Crimeia como parte da Rússia
- mais autonomia (quiçá independência) para as novas Repúblicas de Donetsk e Lugansk (e talvez indemnização para reparar esse território bombardeado por nazis durante 8 anos)
- quiçá uma perda territorial ainda maior na zona Sul/Este do país.
- desmilitarização
- desnazificação (será o mais difícil, depois dos EUA fazerem ali o que fizeram com os Taliba no Afeganistão no tempo da União Soviética: treinar e armar extremistas e terroristas)
- e fim da expansão da NATO (uma agressão iniciada há 30 anos)


E ainda umas quantas consequências com que os idiotas aqui do Ocidente não contavam, ou ainda não pensaram bem:
- sistema alternativo ao SWIFT, fim do monopólio do sistema ocidental
- desdolarização da economia global (ex: comprar gás russo em Rublos, China a comprar óleo saudita em Renmimbi, grande maioria do mundo a deixar de ter confiança na moeda dos recordistas das sanções e dos roubos, etc)
- super-inflação na Europa (que levará o BCE a actuar subindo taxa de juros, ou seja, países endividados vão ter novamente austeridade em cima da crise de preços)
- Europa dependente do regime dos EUA e dos regimes do Médio Oriente (ao pé dos quais a Rússia parece uma santa!)


E vamos ver quanto tempo dura a "unidade" (agora até o Boris é um camarada porreiro em Bruxelas, e o proto-fascista/racista Duda passou a ser membro "exemplar" do clube), e quantos governos das "democracias liberais" chegam ao fim do ano... e quantos vão perder o emprego ou passar frio/fome no próximo Inverno.
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De Anónimo a 31.03.2022 às 20:05

Porque não emigras para a Rússia e te alistas no exército de Putin?
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De Elvimonte a 30.03.2022 às 01:00

Sim, é preciso salvar a face, a de Zelensky.

Quando "Kiev dénonce l’ouverture d’un bureau de la Croix-Rouge internationale  à Rostov-sur-le-Don (Russie)", é preciso salvar a face. 
Quando "le gouvernement ukrainien a déjà refusé tout couloir humanitaire vers la Russie.", é preciso salvar a face.
Quando "Il menace tout vrai Ukrainien qui fuirait vers la Russie de poursuites pour trahison.", é preciso salvar a face.
Quando "Il a déjà fermé le couloir humanitaire de Marioupol la semaine dernière préférant voir sa population prise au piège avec les bandéristes (« néo-nazis » selon la terminologie du Kremlin).", é preciso salvar a face.
Quando "Le gouvernement Zelensky, comme les bandéristes, distingue les vrais Ukrainiens d’origine germanique ou scandinave, des faux Ukrainiens d’origine slave.", é preciso salvar a face.


Quando Zelensky, magnata da produção televisiva ucraniana, "appoints inexperienced people to office", é preciso salvar a face.
Quando Zelensky "installed friends in high offices: partners, the head of his production company, his lawyer", é preciso salvar a face.
Quando Zelensky "banned 3 TV stations in Ukraine", é preciso salvar a face.
Quando Zelensky "dismissed last year the General Prosecutor Ruslan Ryaboshapka, alledgely for refusing to pursue cases in line with the president's agenda", é preciso salvar a face.
Quando Zelensky "strips the National Bank deputy governor Rozhkova of powers, not loyal enough", é preciso salvar a face.



Quando "Pandora Papers reveal offshore holdings of ukrainian president and his inner circle in Virgin Islands, Cyprus and Belize", é preciso salvar a face.
Quando Zelensky, nas eleições de 2019, promete "to fight corruption, confront oligarchs; end the war in Donbass", é preciso salvar a face.

Quando "revelations are multiplying about the exactions committed by Ukrainian banditry over the past eight years", é preciso salvar a face. 
Quando "Zelensky opens the door for neutrality in peace talks" [This should be his very first stance when the war started. After so much destruction, he has come to realize the reality.], não restam dúvidas de que é preciso salvar a face.


(fontes: "Kiev dénonce l’ouverture d’un bureau de la Croix-Rouge internationale",  "The story of Ukraine's President Volodymyr Zelensky", "Ukraine : the great manipulation", "Zelensky opens the door for neutrality in peace talks")




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De Anónimo 78 a 30.03.2022 às 10:22

- Falhou o domínio territorial da Ucrânia.
- Falhou a tomada de Kiev e a colocação de um governo fantoche.
- Falhou a negação do acesso ao mar da Ucrânia.
- Falhou o impedimento da Ucrânia se juntar à UE. Aliás foi acelerado.
- Falhou a interdição dos corredores de fornecimento de armas ao exército ucraniano (o que, se a NATO passasse a ceder armamento ofensivo e não apenas defensivo, poderia ditar a derrota militar efectiva).
- Mostrou a fraqueza de um exército sem equipamentos de visão noturna e sem sistemas de comunicação encriptados.
- Mostrou a incapacidade dos altos comandos russos que apostaram tudo nos blindados - como se hoje fosse a Alemanha de 1939 - e não perceberam a vulnerabilidade destes a armamento portátil e, sobretudo a drones.
- Mostrou a incapacidade de planeamento logístico em que tudo falhou, reabastecimento de munições, de combustíveis e de alimentos.
- Mostrou a farsa que mantém no Donbass onde, fora das zonas já controladas, a resistência ao avanço russo foi feroz e, como localidades de relevo, apenas conseguiu Kherson, onde a população se continua a manifestar contra a presença russa.
- Sofreu mais de 15 mil baixas incluindo, pelo menos, cinco oficiais-generais e o mediático coronel, comandante de um regimento de blindados de elite, publicamente condecorado por Putín pelo desempenho na Síria.
- Obteve a revitalização da NATO, que estava moribunda, e a reintegração da Inglaterra na defesa europeia de que andava arredada.
- Conseguiu criar problemas muito graves de reorganização energética e inflação à Europa à custa de problemas muito mais graves à economia russa.
- Conseguiu acelerar a divisão do mundo em blocos, o fim do dólar como moeda universal, à custa do afundamento para nível de lixo do rublo e, assim, da subordinação "de facto" à China.
- Falhou o apoio claro da China - que continua a não reconhecer a Crimeia - e obteve o alinhamento contra si da Turquia, comprometendo assim o projecto da Eurásia ou de simples domínio político-económico da Ásia Central.
- Rematou com a medida mais desumana, considerando a natureza familiar e religiosa dos russos - incluindo islâmicos - ao mandar crematórios para a Ucrânia para não devolver os corpos dos militares mortos.  


Digam o que disserem e mintam o que mentirem, os putineiros devem estar a sentir-se como Cunhal se sentiu em 1989-1992.
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De Vasco Silveira a 30.03.2022 às 19:11

os putineiros devem estar a sentir-se como Cunhal se sentiu em 1989-1992."
...... e ainda devem comprar bilhetes de voos para Stalinegrado( desaparecida desde os anos 60) na agência de viagens do Avante.


Quem nasce torto...
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De Toranja Mecânica a 31.03.2022 às 03:56

Vitória ou Morte - A Rússia Está Agora a Viver em Pleno o Seu "Momento Hezbollah":

https://toranja-mecanica.blogspot.com/2022/03/vitoria-ou-morte-russia-esta-agora.html

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