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Reverentes e obrigados

por João Távora, em 22.12.18

Coletes amarelos.jpg

Ontem passei a manhã nas finanças de Cascais a resolver um problema da minha mãe onde estava seguramente mais gente à espera de ser atendida que na manifestação dos “coletes amarelos” à portuguesa (um embaraçoso equívoco) no Marquês de Pombal. Às tantas naquele ambiente macambuzio e coibido ouvi um colega de infortúnio perante a perspectiva de passar o resto do dia ali retido desabafar à sua companheira que “é melhor ficarmos, que isto com as finanças não se brinca”. Todos sabemos o que pode acontecer se cairmos em desgraça às mãos da inquisidora e eficiente máquina tributária. Foi antes de sair de lá com o preciosos impresso que me custou uma manhã de trabalho, que me chegou pelas redes sociais a iconográfica fotografia dos Coletes Amarelos cercados pelas forças da ordem na Rotunda, e foi então que me consciencializei de como o Poder está confortavelmente respaldado na eficiência destes dois vectores: a Máquina Tributária e as Forças da Ordem. No fundo o Estado bem pode falhar na justiça, na saúde, nas catástrofes, podemos continuar pobres e exauridos, mas a ordem está garantida: a oligarquia que nos pastoreia tem a faca e o queijo na mão.


14 comentários

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De Anónimo a 22.12.2018 às 18:12

Eu sou do tempo em que ainda se escolhia o pastor.
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De Kissol a 22.12.2018 às 18:34

Esclarecido artigo e ilustrativa fotografia - que descreve o que foi evidente:
•  No Marquês de Pombal, a Polícia dizia que as ordens que tinham é de que ninguém podia andar de Colete no Marquês e Av. da Liberdade...Se quisessem, tinham de ir p/ uma 'Caixa'/Gaiola circundada pela Polícia de Choque e não podiam sair desse círculo policial... [veja-se a foto...]
•  Inúmeros participantes tiveram de guardar os coletes debaixo do braço - para poderem circular no Marquês e Av. da Liberdade...
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De Anónimo a 22.12.2018 às 19:22

Chamar de eztremistas a uns pobres diabos que pediram  a favor dos que têm pouco, não lembra o careca.
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De António a 22.12.2018 às 21:42

Deviam ter confirmado quantos eram antes do evento.
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De Anónimo a 23.12.2018 às 08:25

https://verdade-rigor-honestidade-diferente.blogspot.com/2017/06/as-r220617-evolucoes-do-futuro-ifc-pir.html
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De Anónimo a 23.12.2018 às 15:39

No faroeste era dispara primeiro e pergunta depois.
Nas Finanças é paga primeiro e reclama depois. 
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De Kissol a 24.12.2018 às 12:00

Informação adicional - para melhor inferir o 'modus operandi' da Oligarquia bem instalada...:
♦  o SIS, organismo dependente do primeiro-ministro, previa «uma adesão próxima dos 2 milhões de pessoas»...
Fonte: http://portadaloja.blogspot.com/2018/12/o-happening-do-sis.html
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De Carlos Marques a 24.12.2018 às 16:27

Eu, quando protesto, faço-o pacifica e democraticamente: voto. E voto sempre para que a minha voz se faça ouvir. Ao fim de 40 e tal anos, finalmente tive voz, paricialmente, na governação da Geringonça.

É perfeito? Não. Repreaenta-me a 100%? Também não. Mas é isso mesmo a Democracia: conviver e aceitar o contraditório.


Não respondo à chamada da Direita-Trauliteira nas "redes anti-sociais", nem vou para a estrada tentar impedir os outros de chegarem ao trabalho, nem ando à paulada contra a polícia a ver se gera alguma coisa "viral" para postar nas fake-news Cambridge-Analyticas da Direita-Trauliteira.


Não gostam de ser chamados de Extremistas? Não andem à porrada com a polícia, não façam manifestações anti antifascistaa, não coloquem gente na rua a dizer que agora (após o 25 de Abril de 1974) é que estamos em ditadura, nem vão colocar flores na campa do escroque que felizmente caíu da cadeira.


Dizia um dos Trauliteiros ma manifestação dos Coletes Meia-Dúzia: "não quero que o meu patrão me pague maia, quero pagar menos impostos" - mas que demagogia, que ignorância. Imposto que paga Estado-Social, não é imposto, é rendimento indireto. E salário que o patrão não paga, não é rendimento, é desigualdade e riqueza por distribuir, que o trabalhador produziu, mas ninguém beneficia, a não ser a conta bancária do patrão. Já tivemos esse sistema. Chamava-se Eatado Novo. E como se vê nessa foto, felizmente já só há meia-dúzia de saudosistas.


PS: em 2019 vou protestar pacifica e democraticamente duas vezes: 1° vou votar contra uma estupidez chamada Zona Euro; 2° vou votar num dos partidos da Geringonça (nunca no PS da negociata, e nunca em Comunas), porque quero mais direitos laborais, mais e melhor Estado, e impedir a Direita-Trauliteira de voltar a ROUBAR milhares de milhões de Euros ao Trabalho para os colocar no bolso do Capital, tal como o tal manifestante que citei desejava...


Vocês, votem na Direita do PSD, na Direita-Radical do CDS, ou em qualquer das "novas" Direitas-Trauliteiras que por aí aparecem, mas peço-vos uma coisa: sejam meia-dúzia ou meio-milhão, saiam-me da estrada, que eu quero ir trabalhar!!!
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De Anónimo a 26.12.2018 às 16:14

"saiam-me da estrada, que eu quero ir trabalhar"


O Carvalho da Silva, Ana Avoila e demais sindicalistas credenciados apoiam este comentário.


Eu digo "entrem-me no comboio, que eu quero ir trabalhar"
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De Anónimo a 24.12.2018 às 17:00

Não nos iludamos. As "forças da ordem" são manifestamente incapazes de proteger o pagante (por vezes também chamado "cidadão", verdadeiramente o "contribuinte" - melhor, o "saqueado") no seu dia-a-dia. Não têm efectivos, não têm meios materiais (basta ver que os automóveis verdadeiramente possantes, das forças da ordem, são usados para caçar a multa, nas auto-estradas; a generalidade dos carros usados em patrulha fazem sorrir, ainda que amargamente), não estão - e muito humanamente - para destruir as suas vidas pessoais por um disparo que ousem fazer. A lei entre nós ignora a vítima, culpa a sociedade e protege o criminoso.


As forças da ordem servem para enquadrar as "caixas", ou lá como lhes chamam, desses criminosos impunes chamados "claques" e regular, legitimando-o, o escandaloso estacionamento selvagem a cada jogo de futebol. Quanto ao resto, invocam a falta de meios e aconselham o impostado a conformar-se e cuidar de se auto-proteger (mas, evidentemente, sem agredir o agressor!).


Tivesse isso dos coletes amarelos dado para o torto e bem se teria visto a impotência das forças da ordem, ante montras destruídas, saque generalizado e automóveis incendiados (excepto, evidentemente, o que disso fosse do estado!).


Resta o fisco, esse ente odioso e que até consegue afastar a sacrossanta presunção de inocência e inverte o ónus da prova. E é forte, cruelmente forte, com os fracos e abjectamente fraco com os fortes.


Mas está tudo bem assim e nem podia ser de outra forma.


Santo Natal,
Costa
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De Paul Abbey a 25.12.2018 às 10:21

Espero que nunca precisem da polícia para vos proteger

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