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«Até missa ouvia aos domingos, coisa que nenhum cão fazia. Aninhava-se a seu lado, e ficava-se quieto a ver o padre, de saias, fazer gestos e dizer coisas que nunca pôde entender. Foi a seguir a uma cerimónia dessas que o doutor chegou à terra. Todo muito bem vestido, todo lorde. Quando viu aquele senhor beijar a rapariga, atirou-lhe uma ladradela, por descargo de consciência. E o estranho, então, olhou-o atentamente, deu um estalo com os dedos, a puxar-lhe pelos brios, e teve um comentário:
- O demónio do cachorro é bem bonito!». (Do conto Nero, in Bichos, de Miguel Torga).
Cachorra. Lindíssima. Vão lá três anos de luto.
Tinha tudo: a mansidão e a obediência, o faro e a boca, uma almofada para transportar as perdizes. Além, é claro, do olhar - uma expressão onde cabia a amizade, a dedicação, a saudade, o mimo...
Três anos de luto chegam para umas palavras tardias, só agora. Palavras a fugir e a escorregarem como um desabafo, incapazes de se levantar para contarem o sucedido. Desapareceu. Ponto. Levada, suprema vergonha, por alguém.
Ficou apenas um triste, premonitório, adeus no seu último retrato. Como não o ter percebido a tempo?
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