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Repito-me

por henrique pereira dos santos, em 15.06.24

20240615_101722.jpg

Não é a primeira vez que digo isto: pessoalmente, sou absolutamente contra o gasto de dinheiro dos contribuintes neste tipo de coisas.

Não quer dizer que se fosse eu o presidente da junta, não acabasse yambém a decidir fazer isto, porque a tomada de decisão em políticas públicas é, de maneira geral, colectiva, e o resultado é muitas vezes diferente daquele que quem está no topo do processo decisão acharia melhor mas, pessoalmente, não vejo por que razão o dinheiro dos mais pobres deva servir para oferecer festas aos remediados, classe média e ricos.

Não vejo qualquer interesse cultural no esbanjamento de dinheiro com a contratação de artistas cujos critérios de selecção são obscuros, não vejo razão para gastar recursos a fazer barracas de comidas e bebidas (de maneira geral, acabando em preços mais altos para os consumidores que os que seriam gerados por processos liberais de celebração colectiva) e mais um conjunto de coisas, e muito menos vejo o interesse social em celebrar um dia, o 13 de Junho, com uma festa, paga pelos contribuintes, quase contínua entre 31 de Maio e 15 de Junho.

Uma coisa é a intervenção pública em património em risco (seja ele cultural ou natural), outra coisa é a intervenção pública no financiamento do ensino ou acesso a bens culturais, outra coisa é a formação de públicos para acções culturais diferenciadas, mas nenhuma destas três coisas está em causa nos rios de dinheiro que são gastos pelo país todo em festas e festarolas.

Eu compreendo que as comunidades precisem de rituais celebratórios, mas o que está neste cartaz, que está longe de ser caso isolado, duvido que consiga passar qualquer teste minimamente sério de avaliação do custo/ benefício social dos recursos aplicados nisto.

Não entendo, não entendo, não entendo.


22 comentários

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De Antonio Maria Lamas a 15.06.2024 às 13:28

Subscrevo na totalidade. 
Não é por snobeira, é mesmo por indignação na redistribuição do dinheiro dos contribuintes. 
Lá que alguém queira organizar estes eventos e as autarquias se abstenham de cobrar impostos, ainda vá, agora gastar para gáudio de uma percentagem muito pequena dos munícipes, não 
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De O apartidário a 15.06.2024 às 14:30

"Não vejo qualquer interesse cultural no esbanjamento de dinheiro com a contratação de artistas cujos critérios de selecção são obscuros, não vejo razão para gastar recursos a fazer barracas de comidas e bebidas (de maneira geral, acabando em preços mais altos para os consumidores que os que seriam gerados por processos liberais de celebração colectiva) e mais um conjunto de coisas"  ----------------------------------  Sendo que esse conjunto de coisas incluem algumas que  não são certamente de pouca monta,como palcos e aparelhagens de alta "cilindrada" à porta de prédios de habitação onde vivem pessoas que não estão interessadas em arraiais às três da manhã (nem, digo eu, a qualquer hora) além de se fecharem ruas que em caso de emergência,por exemplo doença súbita ou um incêndio, impedem a livre e rápida circulação de viaturas.
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De O cão que fuma a 15.06.2024 às 15:23

https://www.caoquefuma.com/2024/06/repito-me.html
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De lucklucky a 15.06.2024 às 15:25

A palavra Populismo desta vez não apareceu no texto. Fosse o Presidente da Câmara do Chega  já estaria?
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De JPT a 15.06.2024 às 18:28

As festas do cartaz são da Junta de Freguesia de Campolide, que é PS. Se não tivesse bons vidros duplos ontem tinha gramado com o Toy toda a noite. 
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De henrique pereira dos santos a 15.06.2024 às 18:38

Sendo isso verdade, não é menos verdade que nenhum dos partidos se distingue dos outros nesta matéria
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De JPT a 16.06.2024 às 10:44

Exacto. A Junta da Estrela é igual ou pior e é PSD. Em comum têm o acesso a vastos receitas fiscais das zonas “ricas” e a uma vasta população de escassos recursos económicos para “cacicar” e permanecer no poder. 
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De Anonimus a 16.06.2024 às 20:26

Pior ê a atitude relaxada das autoridades durante a festa. Perto de onde vivi, junto ao colégio militar de Lisboa, havia anualmente uma feira ou festa. Numa das ruas próximas, eram carros de uma ponta a outra em cima do passeio, obrigando a fazer o percurso pedestre usando a estrada (e não era zona onde se andasse devagar). Quando perguntei a um polícia o porquê de não multarem ou rebocarem (até porque era zona onde tradicionalmenteeram activos), disse haver ordens para naofazer nadadurante o evento.
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De balio a 17.06.2024 às 12:52


Quando perguntei a um polícia o porquê de não multarem ou rebocarem, disse haver ordens para não fazer nada durante o evento.



É prática corrente em Portugal o abrir exceções às leis em certas ocasiões e locais.



Por exemplo, na recente festa do Sporting no Marquês de Pombal, houve exceção à Lei do Ruído: fizeram enorme banzé até às duas e meia da madrugada, com a polícia a assistir e aprovar.



Há uns anos, em frente à sede da Polícia Judiciária em Lisboa havia um sinal de trânsito muitíssimo original (nunca vi outro assim), que autorizava o estacionamento de carros sobre o passeio naquela rua. Os peões tinham que sair do passeio e passar pela rua para os trabalhadores da PJ poderem estacionar em cima do passeio.
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De Anonimus a 15.06.2024 às 15:27

Não sei o que é uma acção cultural diferenciada, mas soa àquelas coisas que os artistas de esquerda dizem fazer.
Discordo de todo e qualquer tipo de subsídio público a festas, beberetes, alargado a Euros, Rallies de Portugal, Feiras do Enchido, passeatas dos carros clássicos, fogos de artifício em 1 Jan e jornadas da juventude. 
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De Anonimus a 15.06.2024 às 16:45

Uma análise de dados do INE mostra que a vinda de Taylor Swift a Portugal em maio teve um impacto nos preços da restauração e alojamento muito mais nítido do que o das Jornadas Mundiais da Juventude, evento que trouxe mais de um milhão de peregrinos à capital em 2023
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De cela.e.sela a 15.06.2024 às 20:58

onde se gasta dinheiro
«investigaciones publicadas recientemente o de las últimas evaluaciones de la ciencia del clima difundidas por el Gobierno de EE. UU. y la ONU:

.el ser humano no ha ejercido un impacto perceptible en los huracanes durante el último siglo; 

• la capa de hielo de Groenlandia no está disminuyendo a más velocidad que hace 80 años; 

• el impacto económico del cambio climático causado por el hombre será mínimo al menos hasta que acabe el siglo

Steven E. Koonin Traducción del inglés: Paloma Gil Quindós Exsubsecretario de Ciencia del Departamento de Energía de EE. UU. bajo la Administración de Obama
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De passante a 16.06.2024 às 11:33

Não entendo, não entendo, não entendo.


Portanto a aproximação "Nihil humanum a me alienum puto" (nada do que é humano me é estranho) está fora de questão?



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De Anónimo a 16.06.2024 às 11:58


Eu também sou contra as festas e mais festas, o "circo" e mais "circo". É preciso manter o povo inculto e alienado!
Disse bem: "não vejo por que razão o dinheiro dos mais pobres deva servir para oferecer festas aos remediados, classe média e ricos".
"Não vejo qualquer interesse cultural no esbanjamento de dinheiro com a contratação de artistas cujos critérios de selecção são obscuros". Mas bem pior do que isto são as notícias nos media. Quais os critérios de selecção? Eu quero saber. Eu quero saber como somos manipulados.



E nas redes sociais a maior parte dos assuntos são tipo: "para oferecer festas aos remediados, classe média e ricos". Não entendo, não entendo, não entendo.
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De João Gil a 16.06.2024 às 13:30

Isto é a política do pão e circo. Nada de novo. É assim que se compram os votos da populaça. Garantidos os votos, depois faz-se o que se quer. Até novas eleições e novas festas para dar ao povo o pão e o circo que faz esquecer o que não se fez ou se fez mal feito. Em todas as localidades do país é assim. De uma pobreza franciscana, mas é o país que temos. 
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De Anonimus a 16.06.2024 às 16:30

E no entanto as pessoas aparecem.
Se calhar faz algum sentido o circo oferecido àqueles cujo pão não dá para mais. Têm algumas horas de prazer de uma vida da treta a ouvir a Ágata? Menos mal.
Antes isso que espaços culturais às moscas porque ninguém liga.
Sou contra, e não sou cliente, mas compreendo até certo ponto.
Claro que também há quem não entenda como se gasta o dinheiro dos pobres numas JMJ ou num Rally de Portugal, mas nesses casos costumam aparecer explicadores.
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De João Gil a 16.06.2024 às 23:27

É o estado a exercer a sua “função social”. A gente julgava que a função primordial do estado era fornecer segurança, justiça e proteger o bem comum, mas não, é cobrar pelo pão e pelo circo. A Agata quando canta é para todos, é como o sol quando nasce e como as casas no centro das cidades. A outra também dúzia que sim, que era isso. 
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De Anónimo a 16.06.2024 às 19:42


Eu li o seu comentário. Mas muitos não leem, apenas querem escrever.Também parece que o autor não liga aos comentários.

A política do "pão e circo" existe em quase todo o lado e também nos blogs. Em parte porque o povo gosta muito disto!  Milhares de anos depois, não evoluíram.

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