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Portugal tem cerca de 9 milhões de hectares.
Destes, dois terços, cerca de seis milhões, são espaços florestais, divididos entre um terço de matos e um terço de povoamentos florestais, ou seja, 3 milhões de hectares de povoamentos florestais.
Admite-se que uma gestão de fogo sensata e eficiente, isto é, que permita manter o fogo em níveis que evitem grandes fogos e permita ter um risco de fogo compatível com a exploração económica dos povoamentos, deverá implicar 20% de área de tratamento de combustíveis, desde que executados de forma muito estratégica (seja por corte matos, fogo ou pastoreio).
Como a gestão de combustíveis pode ser feita mais ou menos de cinco em cinco (há variações, mas agora são irrelevantes para a discussão), isto significaria um tratamento anual de combustíveis em 4% dos povoamentos (20% em cinco anos).
4% de três milhões de hectares são cerca de 120 mil hectares em que deveriam ser tratados combustíveis todos os anos.
As mais de duzentas equipas de sapadores florestais existentes tratam, na melhor das hipóteses, cerca de 20 mil hectares de combustíveis (a maior parte, pagos pelos interessados às organizações que gerem estas equipas, que em grande parte são pagas pelo Estado, portanto em grande medida isto é simplesmente uma forma encapotada de financiar autarquias e organizações de produtores, muitas delas de representatividade mais de duvidosa).
O actual governo promete uma reforma da floresta, contratando mais vinte equipas de sapadores, isto é, passaremos, na melhor das hipóteses, de um défice anual de 100 mil hectares de tratamento de combustíveis, para um défice de 98 mil hectares.
Se alguém tiver acesso fácil a quem decide no governo, talvez fosse útil fazer-lhe chegar a informação de que reformar a floresta não é pegar num sistema que não funciona e reforçá-lo em 10%.
Reformar seria acabar com a ideia de que o Estado é que vai conseguir gerir matos onde os proprietários não o fazem (por falta de viabilidade económica), passando a pagar os serviços de ecossistema a fileiras económicas como a da resina, a do pastoreio ou mesmo a da biodiversidade (declaração de interesses: esta é a minha área de actividade), como por exemplo, o serviço de gestão de combustíveis que fazem.
É que uma equipa de sapadores com cinco homens e equipamento pago pelos contribuintes gere em média 40 hectares de matos, mas um pastor sozinho, os seus cães e 150 cabras, gerem 100 hectares e ainda produzem bens transaccionáveis a partir de fontes renováveis de recursos: sai mais barato, cria mais emprego, é mais interessante socialmente e ainda tem melhor desempenho ambiental, para lá de um uso mais eficiente dos recursos dos contribuintes.
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