Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
D. Duarte Nuno de Bragança nasceu a 23 de Setembro de 1907. De pretendente da linha miguelista, a esperança da restauração monárquica, sofreu a sina dos príncipes nascidos no exílio. Cresceu longe da pátria, essa que conhecia apenas na longitude das memórias alheias. Como acontece nos dramas que envolvem as dinastias, não estava destinado a assumir a pesada herança de um trono deposto. As circunstâncias assim o determinaram.
Viveu sempre na expectativa do sonho. Para os legitimistas era a revanche de D. Miguel, quando a dinastia constitucional se eclipsava com a morte sem herdeiros de D. Manuel II, deixando apenas o tronco proscrito que do nome herdara a maldição da derrota de 1834; para os constitucionais um último fôlego para vingar a derrocada de 1910; certamente para ambos uma tentativa de reconciliação.
Não terá sido unânime e sempre o pesado fardo da divergência dinástica assombrou a possibilidade restauracionista. Mas não apenas. As divergência de doutrinas, as visões antagónicas de grupos, tudo dificultava o projecto de devolver a coroa à pátria. Terá sido enganado, traído, iludido com promessas, uma personagem shakespeariana, contudo sem o feitio de guerreiro e sem a força do carisma. Poderia ter sido rei e evitado o descalabro de um século XX tenebroso, ou possibilitado a transição para um regime representativo e constitucional (nunca o saberemos).
Salazar manteve a distância. Se tivera boas relações com o exilado D. Manuel II e com a Rainha Dona Amélia, não terá ficado particularmente impressionado com D. Duarte (com o qual nunca se encontrou). Com o tempo, qualquer possibilidade de devolver o trono foi-se desvanecendo. Morreu quase esquecido, ainda que sempre amado por quantos que aguardavam ver devolvido o regime histórico e natural. Oito séculos pesavam na consciência colectiva dos portugueses, para quem a anomalia republicana parecia ser um castigo contrariando o desígnio histórico. D. Duarte Nuno, duque de Bragança, foi prisioneio de uma redoma da qual nunca se libertou. E como poderia ter sido a solução coerente a uma transição pacífica. No final, foi a tragédia de um princípe que jamais recuperou o trono dos seus antepassados.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
Parece é que poucos estão preparados para discutir...
Tenho um histórico de cirurgias infelizmente longo...
Sendo que, no entanto,os doentes no Sns são(por co...
O problema de Espanha é ter um tribunal de ideolog...
Do ponto de vista de quem gere, um doente é um cli...