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Estava eu a hesitar sobre se escrevia um post sobre o artigo que os eurodeputados do PS escreveram no Público, a propósito das votações sobre a lei do restauro da natureza, quando hoje o Observador tem um artigo que é muito mais interessante do que quer que eu escrevesse a este respeito.
Beatriz Soares Carneiro, a convite da Oficina da Liberdade, escreve um artigo impecável (com a excepção de seguir a linha oficial de chamar restauração ao restauro, mas enfim, isso é um problema que decorre de uma má opção dos tradutores das instituições europeias) que se sintetiza muito bem numa das suas frases: "Estes movimentos foram o suficiente para servir de sinal de alerta aos conservadores do centro-direita europeu de que o Green Deal não estava a ser percebido pelos cidadãos como um “Pacto” com eles, mas sim como uma agenda que estava a avançar apesar deles e, em alguns casos, contra eles".
Aparentemente, não é apenas nas questões ambientais que os cidadãos sentem que o pacto base da democracia foi substituído por agendas que se executam, apesar das pessoas, e não com as pessoas a que dizem respeito.
E é desse ponto de vista que o artigo subscrito por todos os eurodeputados do Partido Socialista é exemplar e talvez merecesse um comentário: numa página inteira de jornal, em que se ataca a direita por se unir à extrema direita (oh santinhos! o facto de um argumento, aparentemente, ter funcionado bem uma vez, não diz nada sobre a sua eficácia futura nestas matérias, sobretudo se aquilo a que chamam extrema-direita se vai instalando democraticamente no poder em vários países e regiões, sem que daí resulte nenhum regresso do fascismo), sem que haja uma única explicação sobre a necessidade de uma lei europeia do restauro da natureza.
Pelo contrário, toda a argumentação vai no sentido de dizer que a direita está enganada, nada do que dizem que foi aprovado se verifica, porque a lei é uma lei de objectivos (que é como quem diz, é uma lei, mas não é bem para aplicar), é uma lei que vai ser flexibilizada, por decisão do Conselho Euopeu, em que os diferentes Estados-Membro da União vão ter toda a latitude para adaptar às suas condições específicas, enfim, a direita não tem razão porque o que está escrito na lei não é para levar a sério.
Mas lá explicar para que raio é precisa uma lei de restauro da natureza quando na Europa os sistemas naturais estão a recuperar extraordinariamente desde que se inventaram os adubos azotados industriais, isso é que os senhores deputados não se dão ao trabalho de explicar.
E as pessoas comuns, que estão mais preocupadas em saber se conseguem pagar a casa todos os meses que com os riscos do fascismo que Ventura representa, lá se vão cansando e apoiando progressivamente mais quem lhes parece que responde aos seus problemas quotidianos, ou melhor, quem responde melhor à sua percepção de quais são os problemas quotidianos das pessoas comuns.
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