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Obrigado querido PS pelo teu esforçado discurso e pelas tuas tristes ferramentas nesta campanha eleitoral tão gira. Agora que ela praticamente acabou podes guardá-las na malinha e levar para casa (vê lá isso da penhora!), que a gente de momento não precisa de nada disso.
Obrigado pelo teu Estado empreendedor. Não leves a mal, mas quando descobrimos que o Estado empreende, os teus agentes gerem, e no fim a gente é que paga ficámos um bocadinho indispostos. Talvez passe, mas para já vais ter que ter paciência.
Eu sei, eu sei que é lindo ter autoestradas panorâmicas que levam ao mesmo sítio a que conduzem outras duas (ainda hoje me vieram pedir uma nota para continuar a pagar uma delas) e onde podemos conduzir em paz e sozinhos, admirando as eólicas que nos fazem tão modernos (ainda ontem me vieram pedir uma nota para pagar rendas a uma delas). Eu sei que é negar o progresso recusar um TGV muito lindo e deficitário. Eu sei que é superdinâmico, eu sei que é inovação à farta, mas – desculpa lá – estou assim céptico, agora prefiro um intervalo.
Leva também contigo, querido PS, o teu famoso crechimento. Eu sei que me queres pôr mais dinheiro no bolso, eu lembro-me que gostas de me ver a gastar à farta, mas – que queres? – eu fiquei escaldado desde que vieram uns senhores bater à porta a dizer que nos tinhas arruinado. E agora que estou pobre mas tenho as contas em ordem, não leves a mal, desconfio. Guarda lá o dinheiro (que, por acaso até é meu) que eu, por agora fico aqui a ver as empresas a exportarem, a balança comercial a ser favorável, a surpreender-me com o saldo orçamental primário, a ver o emprego a aumentar e a ver se compreendo essa novidade democrática, de – dizem-me os entendidos – pela primeira vez desde o 25 de Abril Portugal estar a enriquecer. Eu sei que sou burro, mas – que se há-de fazer?! – estas coisas aumentam-me a confiança.
Olha, PS, meu querido, para já mete também na malinha a tua fé nas empresas estratégicas. Ainda no outro dia voei na Tap e, desculpa lá, não senti diferença nenhuma. E ainda por cima contaram-me que se a Tap tiver prejuízos, a partir de agora não me vêm ao bolso a pedir que lhe acuda. E, olha, a PT e o BES também não me fazem falta. Eu sei que nenhum dos teus negaria ao Salgado os 2,5 mil milhões que ele foi pedir tão modestamente, e que tinha levado como era costume se não fosse esse mau do Passos Coelho. E eu sei que a PT faz muita falta, onde é que agora metemos os amigos e os pendurados, onde é que vamos gabar os gestores do século, onde é que nos vamos surpreender com os negócios agilizados ou congelados conforme do outro lado está ou não está gente amiga? E a grandeza internacional, e a modernidade?! Na PT e no BES aquilo é que era modernidade e grandeza. E agora?! Agora, tantas empresas para aí à solta, entregues aos diabos privados, sem tu lhes pores uma mão que as guie… Vai ser um despautério! Mas nem sei explicar, estou a gostar assim. Deve ser por ser burro.
Ah, e por agora, meu PS tão querido, leva também na trouxa as tuas pessoas. É verdade que eu fico sempre comovido quando tu dizes que a política hoje em dia é gélida e nua e fria, e que tu é que tens uma política para as pessoas. Mas eu hoje não estou muito precisado, fica para outro dia. Sabes?, é que, não sendo muito inteligente, eu acho que as tuas pessoas cabem assim num conceito muito teu, muito de seita e pequeno, não me parece que as tuas pessoas sejam as pessoas que eu vejo, oiço e conheço. Mas isso há-de ser por ser estúpido, evidentemente.
E por fim, meu PS tão fofinho, leva também contigo nos pertences a tua solidariedade. A solidariedade de que tu não gostas – a do cumprimento dos tratados, a da esforçada reestruturação da dívida, a do pagamento dos débitos, a da credibilidade, a da subida dos ratings, a da confiança dos mercados e dos credores – tem-me parecido bastante boa. Já a tua, não devendo eu muito à inteligência, parece-me mais esquisita. Olha, leva-a para casa. Com um ambiente tão mau e as contas da própria casa em desordem acho que te vai fazer falta.
E esquecia-me... Leva também -- eu sei que é pesado, mas faz um esforço -- o pedestal em que te pões e a saca de superioridade moral que trazes sempre contigo.
E volta um dia, ou então não voltes. Sabe-se lá… Em Deus permitindo a estupidez nacional alastra e nunca mais te reconhecem os méritos.
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