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No mesmo dia em que se anunciava o chumbo do financiamento a dezenas de projectos para prevenção de fogos, por falta de verba, o governo falava nuns milhões generosos para as áreas ardidas.
Ainda ontem me perguntavam o que há a fazer já, para começar a mitigar as consequências dos fogos dos próximos anos (não ardeu tudo, não, falta o Algarve, falta o Alto Alentejo, falta a Arrábida e faltam ainda uns milhões de hectares não geridos um pouco por todo o lado) e a minha resposta é a que tenho dado ultimamente:
esqueçam as áreas ardidas e concentrem recursos a trazer oportunidade de gestão ao que sobra do pinhal, queimando agora, no Outono/ Inverno, o muito que há a queimar nesses povoamentos.
Nesse processo perder-se-ão algumas árvores? Sim, é verdade, perdem-se algumas, dependendo das circunstâncias, do estado do povoamento e da capacidade técnica de quem faz o fogo controlado, podem perder-se mais ou menos árvores, mas é bom ter em atenção que a alternativa a essas perdas não é ter mais árvores, é ter menos árvores, queimadas todas pelos fogos de Verão.
Os milhares de hectares de pinhais sem gestão, por exemplo, na área da centro do país que não ardeu este ano, não têm hipótese de ser geridos sem que seja feita a redução da carga de combustível que têm neste momento, o que só pode ser feito, de forma economicamente sustentável, com fogo controlado.
Mas preferimos gastar os milhões que existem, e não são muitos, a recuperar áreas ardidas, isto é, a prepará-las para o fogo daqui a dez anos quando, sem gestão, a recuperação que fizermos hoje as voltar a pôr onde estavam quando arderam, que o mesmo é dizer, a pô-las onde estão hoje os pinhais que não arderam e que não são geridos.
Tolamente, vamos, mais uma vez, tal como fizemos de 2003 a 2005 e anos seguintes, esperar que o que existe arda para, então, gastar, em recuperações, o dinheiro que poderia ter sido usado a aumentar a capacidade do território conviver com o fogo.
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