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Quebrar cadeias de contágio

por henrique pereira dos santos, em 07.12.21

Há já muito tempo, quando Graça Freitas ainda não estava possuída pelos espíritos da nova epidemiologia (dizendo, inclusivamente, que as máscaras, tal como os testes, acrescento eu agora, criam uma falsa sensação de segurança), foi muito clara a explicar as diferentes fases de uma epidemia e de como a estratégia de gestão do problema deveria estar ligada a essas fases.

"Esta é a última fase de resposta ao surto e é ativada no momento em que as autoridades de saúde reconhecem que as fases anteriores de combate, a Contenção (fase um) e Contenção Alargada (fase dois), são já insuficientes para descrever a evolução da propagação do surto. É também aí que são tomadas as medidas de resposta mais drásticas para que o país consiga responder à propagação de uma epidemia — neste caso, também pandemia —, antes de entrar na fase última de gestão de um surto como estes: a fase de recuperação".

Isto era o que Observador (e todos os outros) escrevia logo no dia seguinte aos idos de Março de 2020.

Já várias vezes Graça Freitas tinha referido as fases clássicas de resposta a uma epidemia, primeiro procurando contê-la (quando ainda existe numa pequena unidade geográfica que possa ser eficazmente isolada), depois procurando contê-la num âmbito geográfico mais alargado, procurando limitar imediatamente os focos que apareçam fora da área geográfica inicial e restringindo fortemente as deslocações a partir do foco principal ou dos secundários e, por fim, a fase de mitigação, quando existe disseminação comunitária, em que, como é dito sensatamente acima, as medidas de contenção são largamente ineficazes.

Infelizmente, a nova epidemiologia, assente em testes laboratoriais e modelos matemáticos que simplificam excessivamente o desenvolvimento de uma epidemia, eliminando da análise tudo o que é difícil de matematizar (a heterogeneidade das populações em relação à imunidade, os padrões geográficos de evolução que dependem de factores ambientais externos aos hospedeiros e transmissores, a reacção social à percepção pública dos riscos, etc.) impôs-se como uma bíblia sobre a qual todas as dúvidas deixam de ser dúvidas para ser heresias.

A ideia central é a de parar o contágio: "you need to go after the virus, you need to stop the chains of transmission", é a lição trazida por Michael Ryan, director executivo do programa de emergências da Organização Mundial de Saúde.

Lição essa explicitamente aprendida com os surtos de ébola e que, estranhamente, se acha normal aplicar à epidemia de covid, uma doença substancialmente diferente da ébola.

E quando se diz substancialmente diferente, quer-se dizer que uma transmite-se por contacto, outra por aerossóis, uma mata em média 50% dos infectados, outra 0 vírgula qualquer coisa, portanto transferir os princípios de quebra de cadeias de contágio nos surtos de ébola para uma epidemia de covid é um salto mortal encarpado com tripla pirueta.

Essa obsessão com a quebra das cadeias de contágio, que na prática é a defesa de covid zero, parece-me um absurdo e nunca, em lado nenhum, teve êxito, fossem quais fossem as medidas adoptadas em qualquer parte do mundo.

Já agora, a ideia de que em todo o mundo se convergiu para as mesmas abordagens da gestão da epidemia é uma ideia totalmente falsa, cada país e, nos países com maior autonomia de comunidades sub-nacionais, cada região, foi adoptando medidas que sob o mesmo chapéu da quebra das cadeias de contágio, são na realidade medidas completamente diferentes (basta, para quem tiver dúvidas, dar uma volta pelas medidas adoptadas em cada país nos respectivos sistemas de ensino, mesmo que essa volta seja complicada pelo facto de poucos ou nenhuns jornalistas se dedicaram a fazer o benchmark dessas medidas. Faz sentido mandar miúdos de 3 anos, ou vacinados do 11º ano, 14 dias para casa, porque alguém na turma testou positivo, e mantê-los 14 dias em casa, mesmo após teste negativo posterior, como acontece em Portugal? (Adenda: num comentário fazem-me notar que em algumas escolas, pelo menos, basta um irmão de alguém da turma testar positivo) Se faz, por que razão a generalidade dos países não procede assim?).

Mais ainda, há países ou regiões que não adoptaram esse modelo de gestão da epidemia, poucos, mas há. Não vale a pena referir a Suécia, mas vale a pena referir a Florida, entre outros estados americanos.

Os seus resultados são piores que nos países que adoptaram medidas radicais (prudentes, chamam-lhes eles)?

Até o mito da excelência da gestão alemã dos contágios (questão diferente é a da gestão das consequências da epidemia) caiu há semanas, quando os Alemães, com todos os seus cuidados, ultrapassaram a incidência do Reino Unido que deveria estar a afogar-se num mar de casos depois do levantamento das medidas de restrição em 19 de Julho.

Não, os resultados não são piores e, do ponto de vista da gestão estrita da doença (não confundamos com a gestão da epidemia), também não se pode dizer que sejam melhores, são o que são, sem os prejuízos inflingidos à sociedade como os que resultam da forma acéfala e estúpida como estamos a gerir, por exemplo, as escolas.

Ou seja, como diria a Graça Freitas dos Santos dos Primeiros Dias, quebrar cadeias de contágio de epidemias por doenças altamente contagiosas e disseminadas na comunidade é muito pouco útil, e todos os dias a realidade vai demonstrando isso.

Claro que haverá sempre uma Raquel Duarte qualquer a dizer "Continua a existir um crescimento de novos casos, mas a velocidade tem vindo a abrandar nas últimas semanas, fruto das medidas implementadas e da percepção do risco", como faz hoje no Público. E daí não vem mal ao mundo.

O que não há é jornalistas que lhe perguntem que evidências tem de que esse abrandamento se deva às medidas e à percepção do risco quando o padrão de evolução é exactamente o mesmo dos surtos anteriores, com um tempo de subida rápida que é semelhante ao de outros surtos (quatro, cinco semanas).

Que nos concentremos na protecção individual (vacinas, em especial dos grupos de risco, medicação quando justificado, melhoria do estado geral de saúde, em especial controlo da obesidade e da tensão alta, redução de contactos físicos no caso dos mais vulneráveis, sem o absurdo de inventar regras desumanas e estúpidas, etc.) com certeza, de acordo, agora persistir em querer quebrar cadeias de contágio isolando sete países do mundo por causa de uma variante que está pelo mundo todo e que não terá matado quase ninguém, isso, francamente, parece-me absurdo.

E não, isso não resulta de uma vontade dos governos controlarem as pessoas, isso resulta da vontade dos governos ganharem eleições fazendo o que os eleitores querem.


20 comentários

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De aly kath a 07.12.2021 às 09:45

L’infezione alla luce della biologia strutturale


La pandemia di COVID-19 attualmente in corso ha urgentemente spinto l’intera comunità scientifica a dedicare enormi sforzi, lavoro e risorse all’identificazione e allo sviluppo di nuove strategie farmacologiche per arrestare l’infezione da SARS-CoV-2 (di seguito indicato con CoV-2). Come nell’arte della guerra, per poter sconfiggere il nemico è fondamentale conoscere: com’è fatto il virus, qual è la sua forma? Come infetta le cellule umane? Come cresce, replica e si sviluppa nelle cellule ospite? Di che cosa ha bisogno per sopravvivere? Rispondere a tali domande fornisce le armi, le informazioni chiave a cui i laboratori di ricerca ambiscono per sviluppare vaccini e farmaci antivirali sicuri ed efficaci.
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De JPT a 07.12.2021 às 11:13

A última frase explica tudo, infelizmente - cabendo apenas acrescentar que o mesmo sucede com os media, que dizem às pessoas o que elas querem ouvir. PS: sugiro um ajuste à frase: "Faz sentido mandar miúdos de 3 anos, ou vacinados do 11º ano, 14 dias para casa, porque alguém na turma testou positivo" - é que, há escolas na grande Lisboa, em que, para mandar a turma toda para casa, basta o IRMÃO de alguém na turma ter testado positivo.
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De balio a 07.12.2021 às 11:25


Muito bem.
É um crime desumano que este país, que tanto se orgulha de ser a pátria do secretário-geral da ONU, António Guterres, o qual até é do mesmo partido do atual primeiro-ministro, faça completamente o oposto daquilo que o secretário-geral ordena, ou seja, que proíba os vôos de e para sete países da África austral.
Portugal devia ter vergonha na cara e fazer aquilo que António Guterres disse (e que a França, por exemplo, já fez), restaurando os vôos comerciais para esses sete países.
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De balio a 07.12.2021 às 11:27


os Alemães, com todos os seus cuidados, ultrapassaram a incidência do Reino Unido


Sim, mas já estão em descida, tão rápida quanto a subida. Tal como a Áustria, que também está em descida rápida de casos.


O que só mostra que esta "quinta vaga" é um papão como as outras vagas todas: primeiro sobe muito depressa e depois desce à mesma velocidade com que subiu.
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De Anónimo a 07.12.2021 às 12:24


Para quem está realmente interessado neste tema.


https://www.zerohedge.com/covid-19/casedemic-hideous-scandal-irredeemably-flawed-pcr-test
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De Elvimonte a 07.12.2021 às 22:33

Excelente artigo. 
Não sei se é do seu conhecimento, mas o acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa 1783/20.7T8PDL.L1-3, de Novembro de 2020, já se referia aos testes RT-PCR da seguinte forma:

«17. Na verdade, o único elemento que consta nos factos provados, a este respeito, é a realização de testes RT-PCR, sendo que um deles apresentou um resultado positivo em relação a uma das requerentes.
i. Ora, face à actual evidência científica, esse teste mostra-se, só por si, incapaz de determinar, sem margem de dúvida razoável, que tal positividade corresponde, de facto, à infecção de uma pessoa pelo vírus SARS-CoV-2, por várias razões, das quais destacamos duas (a que acresce a questão do gold standard que, pela sua especificidade, nem sequer abordaremos):
Por essa fiabilidade depender do número de ciclos que compõem o teste;
Por essa fiabilidade depender da quantidade de carga viral presente.


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De Elvimonte a 07.12.2021 às 22:34

ii. Efectivamente, os testes RT-PCR (Reacção em cadeia da polimerase), testes de biologia molecular que detectam o RNA do vírus, comumente utilizados em Portugal para testar e enumerar o número de infectados (após recolha nasofaríngea), são realizados por amplificação de amostras, através de ciclos repetitivos.
Do número de ciclos de tal amplificação, resulta a maior ou menor fiabilidade de tais testes. 



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De Elvimonte a 07.12.2021 às 22:35

iii. E o problema é que essa fiabilidade se mostra, em termos de evidência científica (e neste campo, o julgador terá de se socorrer do saber dos peritos na matéria) mais do que discutível.
É o que resulta, entre outros, do muito recente e abrangente estudo Correlation between 3790 qPCR positives samples and positive cell cultures including 1941 SARS-CoV-2 isolates, by Rita Jaafar, Sarah Aherfi, Nathalie Wurtz, Clio Grimaldier, Van Thuan Hoang, Philippe Colson, Didier Raoult, Bernard La Scola, Clinical Infectious Diseases, ciaa1491,https://doi.org/10.1093/cid/ciaa1491,em (https://doi.org/10.1093/cid/ciaa1491,em) https://academic.oup.com/cid/advance-article/doi/10.1093/cid/ciaa1491/5912603 (https://academic.oup.com/cid/advance-article/doi/10.1093/cid/ciaa1491/5912603), publicado em finais de Setembro deste ano, pela Oxford Academic, realizado por um grupo que reúne alguns dos maiores especialistas europeus e mundiais na matéria. 
Nesse estudo conclui-se[2] (file:///C:/Data/fj52976/Desktop/1783-20%20versa%E2%95%A0%C3%A2o%20citius.%20Detenc%E2%95%A0%C2%BAa%E2%95%A0%C3%A2o%20ilegal%20competencia%20da%20autoridade%20de%20sau%E2%95%A0%C3%BCde%20MARGARIDA%20-%20Covid%20Habeas%20Corpus%20docx.docx#_ftn2), em tradução livre: 
“A um limiar de ciclos (ct) de 25, cerca de 70% das amostras mantém-se positivas na cultura celular (i.e. estavam infectadas): num ct de 30, 20% das amostras mantinham-se positivas; num ct de 35, 3% das amostras mantinham-se positivas; e num ct acima de 35, nenhuma amostra se mantinha positiva (infecciosa) na cultura celular (ver diagrama).
Isto significa que se uma pessoa tem um teste PCR positivo a um limiar de ciclos de 35 ou superior (como acontece na maioria dos laboratórios do EUA e da Europa), as probabilidades de uma pessoa estar infectada é menor do que 3%. A probabilidade de a pessoa receber um falso positivo é de 97% ou superior”.
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De Elvimonte a 07.12.2021 às 22:36


iv. O que decorre destes estudos é simples – a eventual fiabilidade dos testes PCR realizados depende, desde logo, do limiar de ciclos de amplificação que os mesmos comportam, de tal modo que, até ao limite de 25 ciclos, a fiabilidade do teste será de cerca de 70%; se forem realizados 30 ciclos, o grau de fiabilidade desce para 20%; se se alcançarem os 35 ciclos, o grau de fiabilidade será de 3%.

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De Elvimonte a 07.12.2021 às 22:37

v. Ora, no caso presente, ignora-se qual o número de ciclos de amplificação com que são realizados os testes PCR em Portugal, incluindo Açores e Madeira, uma vez que não nos foi possível encontrar qualquer recomendação ou limite a esse respeito.

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De Elvimonte a 07.12.2021 às 22:38

vi. Por seu turno, num estudo também muito recente de Elena Surkova, Vladyslav Nikolayevskyy e Francis Drobniewski, acessível em https://www.thelancet.com/journals/lanres/article/PIIS2213-2600(20)30453-7/fulltext (https://www.thelancet.com/journals/lanres/article/PIIS2213-2600(20)30453-7/fulltext), publicado no igualmente prestigiado The Lancet, Respiratory Medicine, refere-se (para além das múltiplas questões que a própria precisão do teste suscita, quanto à específica detecção do vírus sars-cov 2, por fortes dúvidas quanto ao cumprimento do chamado gold standard) que (tradução livre):
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De Elvimonte a 07.12.2021 às 22:40

“Qualquer teste de diagnóstico deve ser interpretado no contexto da possibilidade efectiva da doença, existente antes da sua realizaçãoPara Covid-19, essa decisão de realização do teste, depende da prévia avaliação da existência de sintomas, história médica anterior de Covid 19 ou presença de anticorpos, qualquer potencial exposição a essa doença e não verosimilhança de outro possível diagnóstico.[3] (file:///C:/Data/fj52976/Desktop/1783-20%20versa%E2%95%A0%C3%A2o%20citius.%20Detenc%E2%95%A0%C2%BAa%E2%95%A0%C3%A2o%20ilegal%20competencia%20da%20autoridade%20de%20sau%E2%95%A0%C3%BCde%20MARGARIDA%20-%20Covid%20Habeas%20Corpus%20docx.docx#_ftn3)    
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De Elvimonte a 07.12.2021 às 22:41

“Uma das potenciais razões para a apresentação de resultados positivos poderá residir no prolongado derramamento de RNA viral, que se sabe poder estender-se por semanas, após a recuperação, naqueles que foram anteriormente expostos ao SARS-CoV-2. Todavia, e mais relevantemente, não existem dados científicos que sugiram que baixos níveis de RNA viral por RT-PCR equivalham a infecção, excepto se a presença de partículas virais infecciosas tiver sido confirmada através de métodos de cultura laboratorial.
Em síntese, testes Covid-19 que acusem falsos positivos mostram-se cada vez mais prováveis, no actual panorama climático epidemiológico do Reino Unido, com consequências substanciais a nível pessoal, do sistema de saúde e societário.”[4] (file:///C:/Data/fj52976/Desktop/1783-20%20versa%E2%95%A0%C3%A2o%20citius.%20Detenc%E2%95%A0%C2%BAa%E2%95%A0%C3%A2o%20ilegal%20competencia%20da%20autoridade%20de%20sau%E2%95%A0%C3%BCde%20MARGARIDA%20-%20Covid%20Habeas%20Corpus%20docx.docx#_ftn4)»
(http://www.dgsi.pt/jtrl.nsf/33182fc732316039802565fa00497eec/79d6ba338dcbe5e28025861f003e7b30 )


PS - Múltiplos comentários porque impossível publicar de outra forma.  
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De Carlos Sousa a 07.12.2021 às 13:46

Está tudo louco. 
Será que já não há direitos humanos?
Será que já não há protecção de dados?
Será que o novo normal é uma ditadura sanitária?
Que raio de vírus tão perigoso é este que para saber se o tenho, preciso fazer um teste?
E que raio de pressão é esta para tomar uma vacina que não evita o contágio, não impede a doença e pode potenciar a morte?
Que é que escondem? O que é que está por detrás desta pressão mundial?
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De Anónimo a 07.12.2021 às 16:16


Enfim. Pressionados por uma opinião pública que deixou de confiar nas opiniões de "cientistas" que trabalham na "Bigpharma", ou nos arredores destas, inicia-se -após 2 inenarráveis anos(!)- o atribuir a devida atenção a tratamentos, a terapias, dos sintomáticos e a deixar em paz os, felizmente, assintomáticos.
(Vacinar os auto-imunizados assintomáticos é contra-producente).


A GlaxoSmithKline plc UK, com o seu Sotrovimab, aprovado pelas autoridades responsáveis, para uso em ambiente hospitalar e outros são alguma terapias que vão saindo de certas gavetas. Claro que 3, 4 ou mais doses de "vacinas" para toda uma população darão muito mais lucro do que só tratar os realmente sintomáticos, com adequada terapeutica.
Que mais terapias !para os realmente adoentados! haverá nas gavetas da "Bigpharma"?.
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De Anónimo a 07.12.2021 às 23:01

Vamos falar da Madeira?

No dia 1 de setembro de 2021 a Madeira já tinha a vacinação dos maiores de 12 anos praticamente completa. 
Até essa data, em 547 dias de pandemia a madeira tinha tido 11744 casos de covid19 com 72 mortos. Uma taxa de letalidade de 0,61%. Bons números.
E de lá para cá? 
de 1de setembro até 7 de dezembro, em 97 dias, a Madeira teve 3637 casos de covid19 e 38 mortos. 1,045% de letalidade. Com quase toda a gente vacinada. Pior que os números nacionais.
E desde 20 de novembro entraram em situação de contingência. Mascara em todo o lado, mesmo na rua. Testes a rodos mesmo para vacinados. Segregação dos não vacinados. São as medidas mais radicais que algum território nacional teve desde o inicio da epidemia: deve ter bons números, com tanto controlo.
17 dias passaram. Em 17 dias, 1669 casos e 29 mortos com 1,7% de letalidade - muito, muito pior que a média nacional. Com quase toda a gente vacinada, restrições a torto e a direito a Madeira tem números péssimos. É verdade que no acumulado os números são ainda muito melhores que a média nacional, mas são a demonstração ABSOLUTA, que a vacina não é um "game changer". A vacina protege bastante os que já tem baixo risco e que passa a ser quase nulo e muito pouco os que tem muito risco.
É a crua realidade que poucos querem ver.
 
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De Elvimonte a 08.12.2021 às 23:21


"E não, isso não resulta de uma vontade dos governos controlarem as pessoas, isso resulta da vontade dos governos ganharem eleições fazendo o que os eleitores querem." (HPS)

Se não houvesse toda uma "fantástica" oportunidade de negócio envolvida, coberta por biliões de receitas, umas já realizadas e outras ainda potenciais, talvez concordasse. 

Mas, mesmo nesse caso, convém não esquecer que os eleitores são permeáveis à publicidade, à propaganda e a todo um conjunto de informação a que são expostos, não raras vezes falsa ou, pelo menos, incompleta, que lhes é servida com palas para burros, realçando-se uma e omitindo-se e censurando-se outra, ao sabor dos interesses dos grupos económicos detentores da indústria noticiosa, das redes ditas sociais, das plataformas de alojamento de vídeos e da influência que outros grupos económicos exercem sobre aqueles. 

A título de exemplo, veja-se "Montage: Pfizer Sponsors News On ABC, CBS, NBC, CNN - "Unlimited Hangout" reporter Whitney Webb shared this montage of mainstream media highlighting the role pharmaceutical companies like Pfizer 
have on public discourse."
(https://www.realclearpolitics.com/video/2021/10/19/montage_pfizer_sponsors_news_abc_cbs_nbc_cnn.html)

Relativamente às "relações públicas" com jornalistas, veja-se o título de 2010 "Pfizer -- a Pfriend of Journalists? - Last week journalists got an email from the National Press Foundation (NPF) inviting them to apply for another all-expenses-paid program for which drug company Pfizer is contributing some of the funding. The topic this time is Alzheimer's Disease -- another field in which Pfizer makes products.
Readers of this blog know that I have led the criticism for two straight years of the NPF offering all-expenses-paid-by-Pfizer trips to journalists for cancer workshops."
(https://www.medpagetoday.com/opinion/garyschwitzer/22473)
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De Elvimonte a 08.12.2021 às 23:23

Mesmo tratando-se de informação factual, na generalidade dos casos associa-se a ela, subrepticiamente ou de forma flagrante, um pretenso juízo moral que influencia a percepção da realidade e formata a opinião dos eleitores. As  expressões "negacionista" e "teoria da conspiração" usadas em títulos ou no corpo de peças noticiosas constituem exemplos de manifestações da forma flagrante desses pretensos juízos morais. 

E as pandemias vendem-se ao público como qualquer outro produto. No YT há um vídeo com uma "lição" proferida em 2019 pelo "Comissário Belga da Gripe Suína de 2009" (https://www.youtube.com/watch?v=4KUoawjILaM). Estão lá todos os ingredientes necessários para o marketing do pânico: necessidade de cobertura mediática a "uma só voz", boas relações com a indústria noticiosa, publicação de mentiras, previsões de mortalidade produzidas por modelos 
epidemiológicos, etc.. E quem melhor para o fazer do que um consultor da indústria farmacêutica, como ele se apresenta - honestamente, diga-se - na declaração de conflitos de interesse logo no início?

Não me parece que os eleitores actuais sejam substancialmente diferentes daqueles que entraram em pânico aquando da célebre transmissão radiofónica de “War of the Worlds" feita por Orson Welles em 1938. Não me parece que aqueles que então entraram em pânico o quisessem deliberadamente. Mas bastou aquela transmissão radiofónica que dava conta de uma realidade inexistente, aquela breve exposição a um tipo particular de persuasão coerciva - um sinónimo da mais popular lavagem ao cérebro - para despertar neles as crenças mais infundadas e as reacções mais irracionais.


De Pavlov até às ditas redes sociais e à actual pandemia, passando por “War of the Worlds" e por aquilo em que J. Goebbels transformou os alemães, toda uma história de condicionamento, de censura, de medo como instrumento de 
manipulação e de persuasão coerciva onde a realidade está muito para além da percepção e do entendimento que a generalidade dos eleitores têm dela.   


   
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De JG a 10.12.2021 às 01:09

No ponto. O meu resumo da situação: estamos numa fraudemia, iniciada pelos mass media e que arrastou a política e a (pseudo) ciência. O medo da maior parte das massas desinformadas 24/30/365 validou o quadro de insanidade global. As farmacêuticas têm aproveitado.

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