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Putin vai à guerra

por João-Afonso Machado, em 14.03.22

De fonte muito abalizada, ouvi um historial que remonta aos tempos de Bill Clinton e de Boris Yeltsin: este, no sufôco económico da nova Rússia, teria pedido aquele 4 biliões de dólares para os alfinetes da Pátria-Mãe. Isto assim por alto, claro. A contrapartida, segundo exigiu o anuente presidente dos EUA, seria o assentimento do interlocutor quanto a bases militares da NATO na Polónia, na Roménia...

Veio Putin. E as ditas bases passaram a incomodá-lo. Sentiu perto de si, demasiadamente perto, os mísseis direccionados a Moscovo. E o neutral intervalo da Ucrânia não o tranquilizou. Daí a invasão.

Pois nada digo em contrário dos factos apresentados. Sigo antes pelo caminho da lógica pura. Desde logo porque, uma de duas: ou a Ucrânia continua neutral (caso em que bem a podiam deixar em paz), ou Putin quer trazê-la para a sua esfera, pôr cobro à sua neutralidade e ripostar com bases militares russas no território daquele país dito soberano.

Poderão conjecturar-se soluções intermédias, e para isso abundam os "analistas". A Diplomacia foi (e continua a ser) uma arte capaz de pôr termo às invasões napoleónicas em Portugal, declarando a República Francesa perdedora mas consentindo fossem levados cá da nossa terra os valiosíssimos despojos pilhados Nação fora... Ou de, no Tratado de Versalhes, nos dar o lugar de um País de terceira (em que, por acaso, a República nos transformou) sem vontade nem voz.

Por isso, antecipo desesperançadamente os resultados de quaisquer negociações desse tipo. Eu nem atribuo apanágios ideológicos a Putin. Sei apenas que foi figura grada no KGB e há vícios e adições que jamais se perdem.


20 comentários

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De Vasco Silveira a 15.03.2022 às 15:27

Caro Senhor
Amigo João
Desobrigação: a minha opinião infra não pretende justificar a barbaridade da invasão da U crãnia pela Rússia de Putin!


"Mission Failure" de Michael Mandelbaum, vai um pouco mais atrás, ao tempo de um homem presidente, ele também da CIA - director,  (George H:W Bush) que ajustou com a Rússia a manutenção de algumas distâncias e tranquilizações á então substancialmente reduzida potência nuclear, vítima de duas invasões vindas da Europa ocidental ( Napoleão e Hitler ) nos dois séculos anteriores.


Mas surgiu então um homem do "Arkansas" ,provavelmente o pior presidente dos E U do pós guerra que, para além de admitir a China na OM comércio, desindustrializando o mundo desenvolvido, e impedindo a mesma no mundo em vias de desenvolvimento, levou á ocorrência da crise financeira 2007/8, ao acabar com as barreiras entre banca comercial e de investimentos.
Exacto, essa luminária é o Clinton da sala oval e outras histórias e, para ajudar ao presente a chanceler markel ( outra luminária) ajudou à festa, criando uma dependência Europeia da energia Russa, e de defesa da potência Americana ( Was she a Stasi girl ?). Não falo de G Schroeder, que apenas é um avençado do dinheiro.


Receio estar a repetir-me mas a história nunca se esquece de nós, e sobretudo quando nós nos esquecemos dela.


Um abraço de um velho marreta João.


vasco




  
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De João-Afonso Machado a 15.03.2022 às 16:21

Caro Vasco:


Gosto sempre dos teus comentários e não contesto estes teus argumentos.
O passado é o passado e estamos agora perante a situação da invasão ucraniana.
A tese de que Putin só não quer mísseis à porta terá de aguardar pela evolução dos acontecimentos bélicos e pelo destino político da Ucrânia.
Isto é um pouco interrogar: putin joga à defesa ou pretende expandir-se?
Temos de ir vendo...
Grande abraço
João Afonso
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De Vasco Silveira a 16.03.2022 às 21:35

Caro João


Receio que Putin, tal como Zelenski, tenham ambos chegado ao ponto sem retorno:
_ Putin terá que conquistar ( ocupar é outro assunto) a Ucrãnia,, Whatever it takes ( sim, até nuclear tático ). Caso contrário está acabado internamente, e também externamente: o urso russo já não tem dentes !
_ Zelenski já se tornou uma figura mítica, e só morrendo na batalha contra os ocupantes Russos, ou fazendo um acordo que não esteja abaixo dos acordos feitos após a ocupação da Crimeia 8Minsk), poderá sobreviver ao mito e á lenda que, até para ele próprio, se tornou.
O mundo mudou, e o ocidente vai redescobrir a história dos interesses e dos poderes, e que a economia não é tudo.


Um abraço amigo João, e que Deus os ajude a todos: vão ser tempos diferentes.


Vasco
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De João-Afonso Machado a 17.03.2022 às 06:49

Caro Vasco, 
Totalmente de acordo contigo.
Tudo será diferente e há talvez um aspecto positivo, a malta nova abrir os olhos e não ser tão permeável à nefanda e tendenciosa comunicação social.
Grande e amigo abraço 

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