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O dia das eleições para a XIV Legislatura pode resumir-se a isto: PS ganha sem maioria. PSD perde mas tem um líder fanfarrão. Há três novos partidos no Parlamento (o Iniciativa Liberal, o Chega e o Livre). CDS e CDU com derrotas históricas. O CDS assume derrota e perde líder. Já os comunas ignoram derrota e líder faz longo discurso de exaltação do partido. PAN saiu reforçado. Aliança de Santana Lopes esfuma-se.
E agora? O que podemos esperar?
Vamos ter uns debates parlamentares animados com o André Ventura a fazer oposição independente, e pode vir a tornar-se no "PAN de direita". O Iniciativa Liberal vai agregar figuras que hoje estão no PSD, CDS ou Aliança para crescer nos próximos quatro anos. Mas vamos ver se consegue. Se o fizer pode vir a ser um partido que ocupa o lugar que hoje o Bloco tem para a esquerda.
O CDS corre o sério risco de se tornar insignificante. Porquê? Porque a tentação do Partido é tentar recuperar os deputados perdidos e por isso vai esolher um líder "moderno". Aposto já em Adolfo Mesquita Nunes. A questão será: Em que posição ideológica vai ficar o CDS? A direita conservadora vai rever-se nela? Correrá o CDS o risco de ser um Iniciativa Liberal mais ao centro? A direita conservadora vai ser "empurrada" para o Chega?
O PSD de Rui Rio vai esperar que o PS perca fôlego com a crise económica da próxima legislatura para tentar ganhar as eleições legislativas seguintes. Vê-se bem que ele não quer muito mudar o país, mas quer muito provar aos passistas e à ala direita do PSD que chegou lá. O discurso do Rio foi mais ou menos isto: "Tentaram derrubar-me mas não vão conseguir".
“Não há uma grande derrota” foi a sua mensagem eleitoral. A custo, muito custo, lá disse, em resposta aos jornalistas, que "para o bem ou para o mal era o responsável por tudo o que acontece ao partido". Viu-se que a sua maior preocupação foi falar para dentro do PSD para tentar mostrar que não tinha tido um resultado humilhante. Mas teve o pior resultado desde 1983, claro. Aliás só neste país é que a direita está a desaparecer, em todo o mundo está a aumentar.
Se somarmos todos os deputados eleitos da ala direita temos 77 do PSD + 5 do CDS + 1 do IL+ 1 do Chega, o que totaliza 84, apenas. A PAF (PSD + CDS) em 2015 (depois da crise e da troika) ganhou as eleições com 102 deputados.
Há uma nova geração vintage que é mais conservadora que a anterior, talvez com eles a direita não morra.
Rui Rio perdeu uma parte do partido quando disse que o PSD não era de direita. Tem a mania de dizer que é de centro. Mas deve a alguma direita que votou nele o facto de o PSD ter evitado o pior cenário projetado por algumas sondagens que a um mês destas eleições apontavam para a possibilidade de os sociais-democratas se transformarem num partido médio (seria a isto que Rio se referia como centro? :) )
Governo dos próximos quatro anos
Os socialistas estão obrigados a uma nova coligação parlamentar para poderem governar sem sobressaltos e para já, os olhares estão virados para os suspeitos do costume: o Bloco de Esquerda, que reforçou o estatuto de terceira força política nacional mas não conseguiu aumentar os 19 deputados eleitos em 2015, e já se mostrou disponível para viabilizar um governo socialista mas continua sem intenções de integrar o executivo; e a CDU, que não foi além dos 12 deputados eleitos (o pior resultado desde 2002, sendo que não conseguiram eleger nenhum deputado no distrito de Portalegre no Alentejo, tradicionalmente um bastião comunista), e também se mostrou disponível para apoiar o PS, no entanto foi mais moderado nesse apoio e garantiu que só irá tomar uma posição depois de conhecer as opções do novo executivo socialista.
António Costa tem agora o PAN e o Livre à disposição para o apoiar.
O que terá Costa de dar em troca? O BE quer a nacionalização dos CTT e outras coisas mais como "recuperar o investimento público, habitação e transportes respondendo à emergência climática”, segundo disse a líder bloquista.
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