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Privados somos todos

por henrique pereira dos santos, em 28.11.23

Os comentários sobre o meu post anterior, que se limitava a descrever uma situação de puro desperdício de recursos no sistema de saúde, são muito instrutivos de como o estatismo é uma doença fortemente entranhada em Portugal.

Uma boa síntese está aqui: " ter noção de que o SNS anda mal, e não é de hoje, ou do covid, não implica que queira acabar com ele, ou substituí-lo por um serviço tendencialmente privado. Ou em que o Estado suporta o Privado.
Em Portugal existe uma ideologia de que se algo funciona mal, é acabar ou privatizar (como se a gestão privada fosse infalível... assim sendo, a taxa de falências de empresas seria 0%); ao invés de melhorar. E melhorar, ou "investir", não significa exactamente gastar mais dinheiro".

Para este comentador, se um restaurante serve mal o cliente, a solução é melhorar o restaurante, não é dar liberdade ao cliente para escolher o restaurante que quiser, e os que responderem ao que os clientes querem, sobrevivem, os que não responderem, desaparecem.

Um outro comentador não tem dúvidas, relatar uma situação factual tem apenas um objectivo: "Eu sei que o objectivo é dizer mal do SNS".

Para este comentador, eu dizer que bife era duro é apenas dizer mal do restaurante, não serve para avaliar objectivamente a qualidade do restaurante.

E acaba-se sempre nestas perguntas retóricas: "Quanto aos privados poderem fazer parte integrante do sns, é contratualizar com o Estado à tabela definida para os hospitais públicos. Estarão dispostos a aceitar? Deviam questionar ministros e empresas de saúde", independentemente de ser exactamente isso que se fez com as PPP da saúde, que tiveram como resultado melhores serviços prestados aos utilizadores, por menos dinheiro gasto pelos contribuintes.

O problema base é alguém achar que "o Estado suporta o privado" quando o Estado paga um serviço prestado por uma empresa, mas não "suporta o privado" quando contrata directamente médicos (privados), enfermeiros (privados), auxiliares (privados), gestores (privados), prestadores de serviços (privados), compra equipamentos (privados), usa consumíveis (privados), etc..

Para o utilizador, é completamente indiferente quem é o dono da cadeira onde se senta, desde que se possa sentar.

Para o fabricante da cadeira, é completamente indiferente quem a paga, desde que a pague.

De resto, numa necessidade tão básica como a alimentação, ninguém perde tempo com o argumento estúpido de que não se pode pagar a ninguém prestações sociais porque as pessoas vão gastar em bens e serviços privados, gerando lucros pornográficos aos grandes grupos económicos da distribuição alimentar.

No entanto, para a saúde e a educação, discutir quem é o dono das paredes da escola ou do hospital parece ser uma questão de vida ou de morte.

O Estado não suporta o privado quando paga a um privado para prestar um serviço, o Estado apoia a pessoa concreta que precisa desse serviço.

Olhemos para um argumento clássico dos maníacos de que o Estado está ungido de um dom especial que lhe permite prestar cuidados de saúde melhores, a melhor preço, que qualquer organização privado, mais uma vez, usando os comentários ao post.

"Uma vizinha minha foi acompanhada na gravidez num privado, mas quando a coisa ia correndo mal ala para a maternidade pública porque não quiseram assumir o risco (no dia do parto, com tudo pago)".

Confesso que nunca percebi este argumento (mais genericamente, o de que os seguros ou os privados, quando acaba o plafond, despejam os doentes nos hospitais estatais).

Olhemos para o exemplo em causa.

Alguém presta um serviço.

Quando verifica que há um nível de risco incompatível com os meios que tem, remete para alguém que está preparado para lidar com esse risco.

Qual é o problema disso?

Parece-me uma boa prática e de uma grande sensatez.

Do ponto de vista do Estado, não há sobrecarga nenhuma, visto que a alternativa teria sido o de seguir o doente desde o princípio, isto é, ter de prestar mais serviços que não se traduziriam em mais receita.

Basta pensar no estado em que estaria actualmente um Serviço Nacional de Saúde, que já está de pantanas, se toda a actividade dos privados estivesse a ser realizada pelos serviços estatais.

Eu sei que a resposta a este argumento é a de que se o Estado não gastasse dinheiro com os privados, haveria muito mais dinheiro para os serviços estatais, mas este argumento só é válido se a eficiência no uso dos recursos fosse a mesma nos privados e nos serviços estatais, o que as PPP da saúde desmentem em toda a linha.

Ou melhor, haveria muito mais dinheiro, mas haveria também muito mais actividade, sobrecarregando um sistema que já hoje está de pantanas.

Quer isto dizer que não existem problemas na prestação de cuidados de saúde pelos privados?

Claro que não, há problemas em todo o lado, há boas soluções em todo o lado, mas globalmente há maior eficiência nos privados, com o problema de haver limites de recursos inultrapassáveis.

Qual é a melhor solução?

Exactamente a que é descrita acima como péssima: os privados prestam os serviços para os quais têm recursos e onde são mais eficientes, o Estado concentra-se no que não é possível ser pago pelas pessoas, seguros e afins (por exemplo, um tratamento de dois milhões de euros para uma doença rara dificilmente pode estar incluído na protecção que cada um de nós pode pagar, pelo que terá se ser o conjunto da sociedade a suportar esse custo).

Ao libertar-se de muita da actividade que pode ser feita pelos privados (e paga, pelo menos parcialmente, pelas pessoas), o Estado acaba por concentrar recursos no que mais ninguém consegue fazer.

Como o lucro é o lubrificante de tudo isto - para que os privados invistam, é preciso que esperem ter lucros - há muita gente a protestar contra o facto de alguém ter esse lucro.

No fundo, no fundo, embora não saibam, estão convencidos de que a apropriação colectiva dos meios de produção, ao impedir a apropriação da mais valia pelo capital, permite que a mais-valia seja socialmente mais bem distribuída, fazendo com que todos vivam melhor.

Nem dezenas de anos de história, nem dezenas de regimes políticos assentes nesta mistificação conseguem convencer estas pessoas de que impedir que o capital se aproprie de parte da mais valia faz com que o capital desapareça, com a consequente diminuição da mais-valia futura, do que resulta uma pior situação para todos.

Aliás, nem a constatação mais simples que de que em Portugal há um serviço gratuito nos prestadores de serviços de saúde estatais e, mesmo assim, as pessoas preferem pagar, pelo menos parcialmente, esse mesmo serviço, consegue demonstrar a essas pessoas que há um problema sério nessa tal prestação gratuita.

Continuam convencidos de que um restaurante gratuito às moscas, com um restaurante pago cheio, mesmo ao lado, não é um bom indicador da qualidade dos dois restaurantes.


52 comentários

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De jo a 28.11.2023 às 18:57

Para o Estado ser o último garante de que todos os doentes são tratados, terá que estar sobredimensionado pois de outro modo não poderia garantir que ia receber doentes os que vêm do privado.
 Isso implica que os operadores privados prestarão serviços até ao limite da sua capacidade e o Estado prestará todos os outros. É óbvio que a gestão privada fica facilitada, nunca tem excesso de doentes, nunca aceita doentes que podem imprevisivelmente prender muitos recursos.
Por outro lado o Estado terá sobretudo doentes com tratamentos muito caros ou demorados, ou de elevado risco, a gestão será muito mais difícil.
No fim diz-se que é óbvio que a gestão privada é melhor, porque apresenta lucros. Não se diz que se está a comparar o incomparável.
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De henrique pereira dos santos a 29.11.2023 às 07:08

Os dois posts dizem explicitamente que os privados não são melhores ou piores, é uma questão de incentivos, mas o camarada insiste que a discussão é sobre se a gestão privada é melhor que a estatal, e não sobre a melhor forma de termos cuidados de saúde aceitáveis, a um preço razoável, discussão essa para a qual é irrelevante saber quem é o dono das paredes do hospital.
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De O apartidário a 29.11.2023 às 13:26

Parece é que poucos estão preparados para discutir fora das caixas habituais ,tipo Benfica versus sporting ou branco e preto etc. Quando alguém tenta sair dessas caixas é visto como se fosse quase(ou  totalmente) um ET chegado agora de outra galáxia.
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De Filipe Costa a 28.11.2023 às 19:04

Como estou em tratamento de uma doença crónica, posso dar o meu contributo. Tenho SAMS quadros, só pago uns trocos para ir ao Privado, mas quis ver o SNS a funcionar, marcar consulta de Clinica Geral era para dai a 6 meses, no privado foi de um dia para o outro. A seguir, a especialidade, no SNS quase um ano, no Privado foi em 2 dias.


Eu pago no privado, o restaurante tem melhor oferta em quantidade e qualidade, o SNS não interessa a ninguém, só se for no caso de um acidente, isto porque as ambulâncias estão proibidas de entregar doentes no privado..
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De Carlos Sousa a 28.11.2023 às 19:40

Se as parcerias público privadas são assim tão boas porque é que não resultaram nas escolas? E se a gestão das parcerias público privadas é assim tão boa porque é que muitas escolas não se aguentaram sem os apoios estatais?
Não será melhor acabar com a demagogia?
Há bons e maus gestores tanto no público como no privado infelizmente a cegueira ideológica teima em tapar a realidade. 
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De henrique pereira dos santos a 29.11.2023 às 07:09

Funcionaram nas escolas perfeitamente: o Estado pagava menos por aluno, e tinha um retorno melhor.
As escolas fecharam quando o Estado decidiu deixar de pagar um ensino de que as famílias gostavam mais para prestar ele próprio esse serviço, mais caro e de pior qualidade.
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De zé onofre a 28.11.2023 às 19:50

Boa tarde, Henrique P. Santos


1º - Considero que a saúde é um bem básico a toda o cidadã - Seja o sr. Amorim das cortiças, seja o sem abrigo que dorme nos portais das portas.
2º - É dever do Estado (que somos todos nós) assegurar esse bem essencial a todos (o mesmo deve acontecer no pão e na habitação e na educação.
3º - Que nenhum desses serviços seja tratado como mercadoria é também obrigação do Estado. 
4º - Se o SNS funciona mal, não devemos olhar para o edifício, mas para aqueles que o servem (Exemplo sem generalização - A minha sogra tratava-se no Stº António - Porto - com um médico. Uma vez, o seu Chefe de Serviço passou no seu consultório e disse-lhe - Vamos que está na hora. Resposta do médico da minha sogra - eu estou aqui para ver doentes e não para cumprir normas burocráticas, mas vá doutor, na sua clínica privada já estão à sua espera. Eu trabalho aqui). Portanto antes de querer destruir o edifício limpe-se da podridão que o faz desabar.
5º - Não defendo um SNS para os pobres - ou para pagar despesas que nem o Sr. Amorim pode pagar. Isso faz-me recordar o tempo em que uma pessoa sem posses recorria ao sr. Presidente da Junta e ao seu Pároco para que um atestasse pela frente e o outro por trás, que era necessitado.
6º - Nada tenho contra os Privados se 
   a) atenderem todos que lá acorrem, com ou sem seguro, segundo as suas necessidades e não segundo as suas posses;
   b) não fizerem concorrência desleal ao Estado (que é o conjunto dos cidadãos portugueses) pagando exorbitâncias aos seu trabalhadores mais qualificados, para cuja qualificação nada concorreram a não ser pagarem os devidos impostos, se é que a empresa que os gere não vive num paraíso;
  c) se não aceitarem nos seus quadros profissionais que trabalhem no Estado;
  d) Que se capacitem de uma vez por todas que tratar a saúde não é um negócio, como o de vender diamantes.
 É só isto,
Zé Onofre
   


 
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De Anonimo a 28.11.2023 às 22:02

Discordo apenas da b). 
O resto parece óbvio. 


Acrescentaria que esta discussão parece centrada em Lisboa e Porto. Cinco milhões de clientes a um passo. Descontentes com hospitais cuja resposta não cresce na proporção do aumento de população. 
Qual será o ROI de um hospital privado no Alto Alentejo,  ou Beiras?
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De G. Elias a 28.11.2023 às 22:35

Dizer que a saúde não é um negócio é o mesmo que dizer que todos os médicos (que tenham clínicas, por exemplo), devem dar consultas de borla. É o mesmo que dizer que os enfermeiros devem trabalhar pro bono. É o mesmo que dizer que as farmacêuticas não devem ter lucro e portanto os medicamentos devem ser todos gratuitos. E já agora os dentistas deviam todos trabalhar de borla.


Diga-me só uma coisa: quantas pessoas acha que estariam interessadas em trabalhar de borla pela saúde dos outros?
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De zé onofre a 30.11.2023 às 15:14

Boa tarde G. Elias


É fácil fazer-se desentendido.
Toda a gente que trabalha, desde a profissão considerada mais humilde, às consideradas de eleição, têm o direito a um salário justo que lhes permita viver com dignidade, ponto.
A saúde não é um negócio e com isto quero dizer que não se deve usar os cuidados de saúde como um meio de tirar "dividendos" da sua prática.
Penso que fui claro.
zé onofre 
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De henrique pereira dos santos a 30.11.2023 às 15:26

Mas o que é um salário se não o dividendo de uma prática profissional, seja ela qual for?
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De zé onofre a 30.11.2023 às 15:30

Boa tarde, Henrique


Acha que um salário, por exemplo de um trabalhador da SONAE, por exemplo, é um dividendo do capital acionista da mesma?


zé onofre
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De henrique pereira dos santos a 30.11.2023 às 15:36

Não  percebo a pergunta.
O salário do trabalhador é a remuneração da sua actividade, seja ela qual for.
Não percebo o que tem isso com o dividendo do accionista.
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De G. Elias a 30.11.2023 às 15:41

zé onofre, eu não me estou a fazer desentendido. E não, aqui não se trata apenas de receber um salário. Trata-se de que quando um médico dá uma consulta, ele vai cobrar um valor que lhe permita não apenas cobrir todos os custos que tem com a sua actividade, mas ainda obter uma margem de lucro, que de certa forma remunere todo o investimento que ele fez anteriormente (nomeadamente os anos todos que passou a estudar). É esta definição de negócio. Não vou entrar aqui em demagogias sobre qual é a margem de lucro "justa" pois essa é outra questão que tem a ver com a dimensão da margem e não com o princípio em si. O meu ponto aqui é apenas de que quem presta serviços de saúde tem em vista obter algum tipo de vantagem financeira com isso e nesse aspecto isso não difere muito de qualquer outra área de negócio.
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De zé onofre a 30.11.2023 às 16:01

Boa tarde
"ele vai cobrar um valor que lhe permita não apenas cobrir todos os custos que tem com a sua actividade, mas ainda obter uma margem de lucro, que de certa forma remunere todo o investimento que ele fez anteriormente (nomeadamente os anos todos que passou a estudar)."
1º - Se esse médico trabalhar no seviço público os custos estão pagos. Quando opta pelo privado, consultório próprio, já sabe que tem despesas a pagar, e essas despesas podem refletir-se no custo da consulta, mas nunca de uma forma tão exorbitante que cada doente pague, por exemplo, um medidor de tensões.
2º - Agora falando de médicos formados em Portugal. Os médicos portugueses, aqueles que defendem a medicina privada e se acham mal pagos pelo SNS que levedm o liberalismo a sério e ponham os olhos no Estado Liberal por ecelência. os USA, e verifiquem quanto custa um curso de medicina, porque de medicina falamos, e depois reflitam se se têm muito a queixar do investimento que fez na sua formatura, ou se pelo contrário devem muito ao Estado que lhes proporcionou a Formatura.
zé onofre
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De G. Elias a 30.11.2023 às 16:36

Zé Onofre,
Sobre o ponto 1, estamos então de acordo que o médico pode ter um consultório e uma margem de lucro. O problema deixou de ser o lucro e passou a ser a margem. Eu já desconfiava que era isso, mas obrigado por esclarecer.
Quanto ao ponto 2, tenho perfeita noção que os custos inerentes à formação em medicina nos EUA são muitíssimo superiores aos de cá. Agora vá lá ver quanto se paga por uma consulta médica nesse país e veja se os médicos lá não querem o seu investimento remunerado também.
De qualquer forma, quando anteriormente escrevi investimento não me referia apenas aos €€€ e sim ao tempo investido (os anos em que se estuda são anos em que não se obtém rendimento e o curso de medicina não é conhecido por ser curto).
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De zé onofre a 30.11.2023 às 20:33

Boa tarde


"De qualquer forma, quando anteriormente escrevi investimento não me referia apenas aos €€€ e sim ao tempo investido (os anos em que se estuda são anos em que não se obtém rendimento e o curso de medicina não é conhecido por ser curto)." 
Tem toda a razão nesta afirmação. O que é certo é que enquanto estudantes se não obtêm rendimento, também não têm despesas - e o que gastam ou é suportado pelos pais - erradamente porque é ao Estado que compete dar formação - e pelo Estado. Não será pois exigir muito que esses estudantes depois de formados tenham um tanto de reconhecimento para com os pais e para com o Estado que os sustentou durante esses seis anos de Curso.
zé onofre 
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De G. Elias a 30.11.2023 às 22:07

"Não será pois exigir muito que esses estudantes depois de formados tenham um tanto de reconhecimento para com os pais e para com o Estado que os sustentou durante esses seis anos de Curso."


Reconhecimento é para si prescindir de qualquer lucro durante um período de X anos após a licenciatura, trabalhando como "voluntários" (ou recebendo, vá, um salário mínimo), de modo a agradecer ao Estado a oportunidade que lhe deu de se tornar um senhor doutor? E já agora, porque é que essa lógica de "dever de reconhecimento" se aplica em concreto ao curso de medicina e não às outras licenciaturas todas?
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De zé onofre a 01.12.2023 às 03:06

Boa noite, G. Elias
Não tenho presente o que disse sobre o curso de medicina, mas creio que introduzi um - já que falamos de medicina - portanto não faria sentido falar em outros cursos.
Nunca falei que os médicos devam ser voluntários, já nem os sacerdotes divulgam o evangelho de graça. Todo o trabalhador merece um salário digno, mas não só os médicos, mas todos desde a profissão menos considerada socialmente à mais socialmente considerada.
Se falei no "investimento dos pais e do Estado" na formação dos estudantes de medicina foi em resposta "ao investimento que os estudantes fazem."
zé onofre    
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De G. Elias a 01.12.2023 às 12:57

Zé Onofre, a nossa troca de ideias começou depois da sua afirmação (ver acima) de que "a saúde não é um negócio" o que o levou a concluir que os estudantes de medicina, depois de formados, tenham algum tipo de reconhecimento para com os pais e com o Estado. O que eu lhe pergunto é se essa lógica da necessidade de reconhecimento só se aplica ao curso de medicina (por causa dessa visão de que a saúde não é um negócio) e se nas outras áreas de formação, dado que já podem ser um negócio, esse mesmo reconhecimento para com os pais e com o Estado pode ser dispensado.
Por outras palavras, o que lhe estou a perguntar é se considera que quem tira medicina está eticamente mais obrigado a trabalhar "por reconhecimento" por comparação com outras áreas de formação académica.
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De henrique pereira dos santos a 30.11.2023 às 18:48

a maneira mais eficiente de não pagar um balúrdio é ter outro médico ao lado para onde possa mudar, não é fingindo que o espírito santo paga os custos seja do que for
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De zé onofre a 30.11.2023 às 20:27

Boa tarde
"a maneira mais eficiente de não pagar um balúrdio é ter outro médico ao lado para onde possa mudar,"
Mas o médico ao lado é ´tão caro como o da porta de onde saí". Logo a mudança não é eficiente.
Resta-me pedir ao Presidente da Junta e ao Padre que um "ateste pela frente e o outro por trás" que sou necessitado e me enviem para a Santa Casa.
zé onofre 
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De lucklucky a 28.11.2023 às 22:39

Se a saúde não é negócio não terá saúde. 



Os portugueses vão começar a identificar-se como cães e gatos para poderem ser atendidos a tempo no veterinário que é um negócio...
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De zé onofre a 30.11.2023 às 15:07

Boaz tarde, lucklucky


Se a saúde é um neghócio, viver também o é.
E viver com dignidade está pela hora da morte.
zé onofre
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De henrique pereira dos santos a 30.11.2023 às 15:28

Mas é que é mesmo isso, a vida, tirando a dos eremitas, é uma sucessão permanente de negócios, um negócio não é mais que um acordo de troca entre partes que se consideram mais bem servidas depois do negócio.
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De zé onofre a 30.11.2023 às 15:33

Boa tardede, Henrique


O que diz poderá ser considerado na transção de um lingote de ouro, mas nunca num cuidado de saúde.
zé Onofre
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De henrique pereira dos santos a 30.11.2023 às 15:43

A transacção de um lingote de ouro ou uma cirurgia seguem as mesmas regras, com uma eventual diferença: em muitas sociedades, a filantropia ou o Estado pagam a cirurgia, mas não o lingote de ouro, que tem de ser pago pelo seu beneficiário.
Mas as regras das transacções e dos processos produtivos que levam à transacção, são as mesmas (ler Marx pode ajudar).
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De zé onofre a 30.11.2023 às 15:49

Boa tarde


De Marx pouco conheço, por isso não me digo marxista, nem Leninista, nem Stalinista, nem Trtsquista, nem Maoista, ou outro "ista" qualquer.
O que eu me sinto é Humanista ed como tal acho que a saúde de uma pessoa não um quilo de massa que se vai comprar ao mercado. A saúde de uma pessoa é algo pessoal, intransmissível, por isso não negociável. 
E, como supostamente o "Estado" (que somos nós com os impostos que pagamos) foi criado para defesa dos seus cidadãos é sua obrigação pagar o nosso bem estar.
zé onofre
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De henrique pereira dos santos a 30.11.2023 às 15:57

O Estado é um instrumento de repressão nas mãos das classes dominantes, não somos nós, nem defende os mais fracos, nem foi criado para a defesa dos seus cidadãos.
A saúde pode ser uma coisa pessoal e intransmissível, mas uma acção médica, como uma injecção, não é pessoal e intransmissível, é uma actividade que, para existir, tem de ser remunerada, independentemente da opinião de cada um sobre a sua saúde.
Ou seja, alguém que precisa de uma injecção paga a quem lha possa dar para a obter, é a definição canónica de uma transacção económica.
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De zé onofre a 30.11.2023 às 16:05

Boa tarde
Concordo que o Estado é um meio de repressão da classe dominante sobre as outras.
Por isso me irrita que as classes dominantes - onde se inclui a medicina privada - não satisfeita com ter un Estado que já os defende queiram ainda esmifrar mais uns cobres a quem lhes paga o protedtor - O Estado.


zé onofre
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De henrique pereira dos santos a 30.11.2023 às 18:51

Mas as suas irritações não resolvem dores de dentes, ou alguém paga o que é preciso para deixar de ter uma dor de dentes, ou fica com a dor de dentes.
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De zé onofre a 30.11.2023 às 20:20

Boa tarde


Tem razão as minhas irritações não me resolvem a dor de dentes. Mas se a medicina pública cumprisse com o seu dever e se não o cumpre não encolhendo os ombros - "é assim e sempre assim foi" - que o faremos cumprir. A solução é mudar de paradigma social, porque está visto que este não tem concerto, nem social-democracia, socialismo democrático. ou liberalismo. Mudar para o quê, não sei. Só sei que não quero ficar aqui.
Zé Onofre
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De henrique pereira dos santos a 29.11.2023 às 07:11

Historicamente há dezenas de experiências de aplicação dessa ideia de que o pão é um bem essencial que deve ser assegurado pelo Estado, exigindo de todos segundo as suas possibilidades e devolvendo de acordo com as suas necessidades.
O único problema é que todas essas experiências resultaram no mesmo: a falta de pão para todos.
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De zé onofre a 29.11.2023 às 15:41

Boa tarde, Henrique P. Santos


Tem a certeza que o pão faltou para todos?
O meu sogro foi, infelizmente, distribuidor das senhas de racionamento durante a 2ª Guerra. 
Se havia aqueles que apenas viviam da ração que  lhes era destinada, outros havia que conseguiam mais e havia merceeiros que enriqueciam. Isto é apenas um exemplo não generalizável.
Do mesmo modo talvez o principio citado esteja certo, mas quem o aplica não o cumpra.
Enquanto na ideologia liberal é aceitável e previsível que haja fome por isso não é tão azedamente posto em causa, enquanto que "no de todos segundo as suas possibilidades e a cada um segundo as suas necessidades" essa, a falta de pão para todos, é o que se quer acabar e é isso que acontece, certamente que cai o Carmo e a Trindade.
Esta não é para mim a questão. A questão é - aceitamos como inevitável "a exploração do homem pelo homem", ou tentamos avançar? 
Como dizia Freinet (e Edison também) só se avança com tentativa e erro. Quem tem medo de errar não vai a lado nenhum, fica instalado no que há, por mais injusto que seja.
Zé Onofre
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De henrique pereira dos santos a 29.11.2023 às 15:48

Não percebi o que tem a história do seu sogro com o assunto, mas a questão não é saber se aceitamos ou não a exploração do homem pelo homem, a questão é saber se conseguimos fazer um homem novo que funcione de forma diferente deste que existe.

As experiências históricas dizem que nunca se conseguiu fazer isso, mas nas tentativas, morreram milhões, foram presos milhões, foram humilhados milhões, foram torturados milhões.
De resto, nunca em nenhuma altura histórica houve tão pouca fome no mundo como actualmente, graças ao capitalismo liberal.
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De zé onofre a 30.11.2023 às 15:05

Boa tarde, Henrique


Concordo consigo quando diz que nas tentativas para um " mundo melhor" morreram milhões de pessoas.
Mas essa tentativa para um mundo melhor, e o libedralismo foi um passo em frente, quem disser o contrário, em minha opinião não estará bem inforfmado, quantas mortes provocou? Quantos milhões de crianças morreram frente aos teares? Quantos milhões de pessoas morreram de exaustão depois de dezasseis horas de trabalho nas fábricas? Quantos milhões de pessoas morreram nas "guerras" pelo controle dos medrcados? (guerra do ópio, guerra nas colónias entre potências colonizadoras; guerras da independência das colónias; guerras entre os novos Estados pelo controle das riquezas minerais, por exemplo - México x EUA; Catanga x Congo; Biafra x Nigéria; Cabinda x Angola; Brasil x Argentina (de onde nasceu o Uruguai); guerra Fraça x Prússia pelo contrfole da Renânia; Inglaterra x Colónia da Irflanda e depois com a Irlanda do Norter; 1ª guerrra mundial pela redistribuoição das colónias africanas; 2ª guerra mundial pela expansão das terras germânicas; guerra da Rússia x Ucrânia pelo controle das riquezas do solo e subsolo; guerra Israelo X Palestina pelo controle das vias comerciais, da água e do Petróleo ; França x Viedtname x EUA; e muitas outras que de momento não me ocorrem - não teriam matado muitos mais milhões do que a tentativa "ded cada um segundo as suas possibilidades, a cada um segundo as suas necessidadedes"?
Depois há que lutar contra o conformismo, como o fazia Edison - um liberal - que quando os seus trabalhadoeres lhe diziam - "já tentamos mil vezes e nada. Continuem a tentar a solução está mais perto." (não ipsis verbis).
Qued lhe parece qual é melhor - conformarmo-nos com esta situação que tem mostrado que não vive sem conflitos, ou tentar uma solução em que os conflitos se acabem?
Zé Onofre
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De henrique pereira dos santos a 30.11.2023 às 15:35

Morre gente todos os dias, à frente de teares ou de outra coisa qualquer, não percebo a sua questão: a esperança média de vida tem aumentado, e muito, em todo o mundo.

Nunca se viveu tão bem como actualmente e nos países mais liberais vive-se melhor que naqueles em que se pretende acabar com a exploração do homem pelo homem, portanto não percebo bem a sua questão.
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De zé onofre a 30.11.2023 às 20:12

Boa tarde, Henrique
1 - O sr. é que falou em milhões de mortos na tentativa de se fazer com que todos tivessem "pão por igual".
Eu respondi-lhe com os milhões de mortos que o "liberalismo" tem provocado desde a "revolução industrial" até hoje.
2 - Agora dizer-me que " Morre gente todos os dias, à frente de teares ou de outra coisa" com as crianças que morriam nas fábricas ao fim de dezasseis horas de trabalho; com os homens e as mulheres que morriam de inanição por dezasseis horas de trabalho oito dias por semana, parece-me que é querer fugir ao assunto.
3 - "Nunca se viveu tão bem como actualmente e nos países mais liberais vive-se melhor que naqueles em que se pretende acabar com a exploração do homem pelo homem." 
Qual o país de África nas condições que citou? Na África Oriental morrem 30 pessoas por segundo.
Qual o país da América do Sul que não seja Liberal? Lá as condições e média de de vida equiparam-se, não quero ir mais longe, à dos portugueses?
O México é um país Liberal da América do norte? O seu nível de vida aproxima-se da do Canadá?
Nas grandes cidades dos países mais desenvolvidos quantos milhões vivem sob as pontes?
zé Onofre
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De G. Elias a 30.11.2023 às 22:13

"Na África Oriental morrem 30 pessoas por segundo."

Por acaso parou meio minuto para pensar sobre isto que acabou de escrever? Acaso lhe ocorreu fazer as contas para perceber se este número tem ponta por onde se pegue?

Imagino que não, por isso eu ajudo:
30 pessoas por segundo vezes 60 dá 1800 pessoas por minuto; 1800 pessoas por minuto vezes 60 dá 108 mil pessoas por hora; 108 mil pessoas por hora vezes 24 dá 2,59 milhões de pessoas por dia.
Considerando que na África Oriental habitam 490 milhões de pessoas, isto significaria que a população da África Oriental desaparecerá em menos de seis meses.
Acredita mesmo nestes valores que escreveu?

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De zé onofre a 01.12.2023 às 02:55

Boa noite, G. Elias
Reconheço que cometi um erro ao transcrever de memória a parte de um relatório da OXFAM que li há uns tempos atrás.
Transcrevo - cópia - de um relatório mais atual -
"Estima-se que a cada 48 uma pessoa morra na Etiópia, Quénia e Somália, onde se agrava a situação de seca, sendo que se verificam os efeitos da guerra na Ucrânia que fez disparar os preços dos alimentos", alerta a Oxfam. 

O relatório "Profiting from Pain" ("Lucros da Dor") da Oxfam, sobre o período entre março de 2020 e março de 2022, conclui que "os milionários" do setor da alimentação aumentaram os lucros em 382 mil milhões de dólares (quase 370 mil milhões de euros).

Deste modo, refere a Oxfam, "menos de duas semanas de lucros seriam mais do que suficientes para financiar a totalidade do programa de recolha de fundos da ONU que pede 6.200 milhões de dólares para a África oriental"

zé onofre

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De passante a 28.11.2023 às 20:27

instrutivos de como o estatismo é uma doença fortemente entranhada em Portugal.


Por isso é que o fulano que falou do "delírio burocrático dos portugueses" é tão mal visto nos círculos bem pensantes.


Topava-nos à légua.

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De Albino Manuel a 28.11.2023 às 20:42

Tanto quanto sei, na Europa há duas famílias de sistemas de saúde, bismarckiano (parece ser o que defende) e Beveridge (inglês), no qual o nosso se inspirou (abençoado pelo Santo Oriente Lusitano) e que, tal como aquele, tem sido progressivamente alterado. Dizem que os primeiros funcionam melhor.


Seja como for, há um problema de base: o dinheiro. Não chega. Os cuidados de saúde são cada vez mais caros; há medicamentos que custam acima de 100 000 euros. E o pessoal quer os seus direitos porque a saúde não tem preço, dizem. Como se não chegasse, os velhos parece que têm Duracell e rebentam com a despesa pública. Pior, criancinhas é a conta gotas.
Numa situação destas, que é estrutural e com tendência para agravamento, podem escolher o sistema que quiserem, se tal for possível, mas a degradação é inevitável. Vou até mais longe: à medida que aumentanr o recurso aos privados também estes vão ficar pior. Falo naturalmente de Lisboa, Porto e Coimbra, porque pela província a miséria ainda é maior. 
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De henrique pereira dos santos a 29.11.2023 às 07:15

Que há um problema global com a prestação dos serviços de saúde, que são cada vez mais caros, estamos de acordo.
A discussão é sobre as formas de, independentemente dessa questão global, conseguirmos prestar os melhores serviços a preços mais baixos, ou seja, é uma discussão sobre eficiência, que tende a ser abafada pela barulheira dos que acham que isto é uma discussão sobre as vantagens ou desvantagens de saber quem é o dono das paredes do hospital (ou da escola, ou da padaria, o que se quiser).
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De Albino Manuel a 29.11.2023 às 12:49

Com certeza, mas com duas ressalvas:
- A primeira, relativa aos administradores hospitalares: pelo menos em França, dizem que têm poder excessivo. Se é ou não o caso e porquê, desconheço;
- A segunda é não pensar que deixando o Estado de ser o patrão acabou-se o poder dos grupos de pressão. Os sindicatos podem perder poder, mas em contrapartida as empresas contratadas pelo Estado vão ganhar poder - às tantas até mais que os sindicatos. Viu-se com os contratos de associação. Lutaram até ao fim para "servirem o público, sempre com sacrifício". Um bom exemplo é a Austrália e os casos de pedofilia. Segundo a imprensa local os políticos receavam a hierarquia religiosa porque dava emprego a muita gente. A natureza humana é o que é e o Estado terá sempre pela frente alguém a defender os seus interesses. Pensar que tal não será o caso é uma ilusão.
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De henrique pereira dos santos a 29.11.2023 às 15:30

A ideia de que as decisões do Estado são imunes à defesa de interesses privados é uma ideia absurda
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De urinator a 28.11.2023 às 20:53

o estado existe para gastar o dinheiro dos contribuintes de acordo com a ideologia no poder.
momento presente:
1/2 dos votantes abstém-se (democracia muito representativa)
1/3 tem seguro de saúde 
1/10 tem ADSE
44% seriam pobres, mas a SS reduz para 18%
no passado 3 BANCARROTAS do ps
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De Anonimo a 28.11.2023 às 21:56

Realmente,  comparar um restaurante,  ou qualquer actividade comercial, com sns, ensino, transportes, segurança ou outro serviço público é, como diz, extraordinário. O SEF funciona mal? É entregar a uma empresa de segurança. Alguém aqui escrevia sibre o exército. O que não faltam são empresas de mercenários que cumpram os serviços. 
No caso da gravidez, mal seria se não fizesse o spin para ter razão. Não há qualquer plafond, estava tudo pago (quarto, pessoal) e à última recusaram. Ah, a bem do doente. Só faltava agradecer-lhes, e o hospital público que os recebeu à papo seco olha, fossem privados.
Quanto à comparação PPP-privado, quem teve o ónus financeiro de construir as instalações do Beatriz Ângelo? Foi um privado? É que custa... e a pergunta tão retórica de saber quanto custa uma consulta ou mcdt num privado, e quanto o sns contratualiza com um hospital. Não é propriamente o mesmo número,  como deve saber (e sabe, porque tem conhecimento dos dados).
Como disse no comentário, não tenho pavor ideológico dos privados, sou utente, mas apenas porque tenho bom seguro. Mas tenho consciência de que essa coisa de que o tendencialmente privado não iria beneficiar o país. E queria ver privados a abrir grandes instituições fora das grandes zonas urbanas.
Se a teoria para um sns a definhar é desistir em vez de corrigir, percebo a resignação de votar num Costa.
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De henrique pereira dos santos a 29.11.2023 às 07:19

O Beatriz Ângelo tinha um modelo que funcionava melhor por um preço mais baixo que o actual, em que funciona pior.
Esse modelo foi terminado pelo Estado por razões estritamente eleitorais, para responder a eleitores que estão convencidos de que é muito importante ser o Estado a prestar cuidados de saúde porque acreditam que os mesmos médicos, os mesmos enfermeiros, os mesmos auxiliares, com os mesmos equipamentos e consumíveis, asseguram muito melhor cuidados de saúde porque estão concentrados no doente quando o dono do hospital é o Estado, mas passam a estar concentrados no lucro quando o dono do hospital é o Zé dos Anzóis, independentemente da demonstração de que antes o Beatriz Ângelo funcionava melhor, com um custo mais baixo.
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De Anonimo a 28.11.2023 às 22:47

Ao ler este texto só posso concluir a desonestidade (também pode ser falta de literacia, ou vontade, mas duvido) do escriba. Desde apelidar quem não conhece, até mentir descaradamente (o maníaco do público até disse que usa o privado), distorcer argumentos,  um verdadeiro,  e aqui vou usar um insulto, António Costa. 
Uma amostra da neo ciência woke, usa um exemplo para sustentar uma teoria, quando se apresenta um exemplo que prova (que não prova nada, a ideia era essa) o oposto, não vale, não serve, é ideologia, só a minha filosofia é que é a certa e quem discorda está errado. A definição do perfeito crente.
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De henrique pereira dos santos a 29.11.2023 às 07:21

E responder a este argumento, não acha que seria mais útil: " a alternativa teria sido o de seguir o doente desde o princípio, isto é, ter de prestar mais serviços que não se traduziriam em mais receita".
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De lucklucky a 28.11.2023 às 22:49

Este texto fez-me pensar que talvez se deva discutir a inteligência do português e como a melhorar. Estou convencido que uma parte da inteligência não é genética e pode-se aprender.


Como bem diz o caso é este. 


Para o socialista-estatista - perdão pela redundância - :
Se um privado falha e há muitos privados com praticas diferentes isto prova que todos os privados não prestam e devem ser fechados, mas se o estado falha e só há um estado isto ao contrário de provar que o estado não presta e deve ser fechado prova que os estado precisa de ainda mais dinheiro.
Notem que nunca é melhor gestão, melhor trabalho, ser mais inteligente , ter melhores práticas,  é sempre mais dinheiro.

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