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Precisamos de um milagre

por João Távora, em 31.08.20

Igreja-S-Leonardo--Atouguia-da-Baleia.jpg

As minhas preocupações mais profundas prendem-se com questões a que a política há muito deixou de acorrer. Duzentos anos passados sobre o início das revoluções liberais, a descristianização de Portugal tornou-se um processo acelerado – como no resto da Europa, o individualismo espalhou-se como um vírus que não olha a fronteiras. Aliás, a epidemia do “distanciamento social” só veio salientar a questão e agora entram-nos com violência pelos olhos adentro as igrejas encerradas e as missas cada vez menos participadas por esse país afora. A ligação à comunidade das paróquias é cada vez mais ténue, em muitos locais subsiste graças ao seu cariz assistencialista – é bom que os cristãos se distingam por cuidar dos mais frágeis. Os padres e cristãos consagrados são “a resistência” dos nossos tempos. Em abono da verdade nem a minha família (que é muito maior que a minha casa), de tradição profundamente católica romana, escapa a esta sanha pagã; o facto é que a maioria dos meus sobrinhos deixou de ir à missa e não se vislumbra que alguns dos meus sobrinhos netos venham a ser baptizados. Sim, há um problema geracional, a mensagem de Jesus Cristo, o drama humano, é pouco compaginável com o Instagram ou mensagens de WhatsApp, e não está a passar para os mais novos. Como não desejo a salvação só para mim, isso angustia-me, tanto mais que para lá do problema existencial a questão é também de identidade. De dia para dia, os portugueses, entretidos nos seus pequenos prazeres e idolatrias, vão-se desligando das suas raízes culturais (e territoriais). Ao final do dia suspeito que este não seja um problema exclusivo dos católicos. E que precisamos todos de um milagre que nos salve desta massificação hedonista e de que, um dia destes, a nossa Pátria não se dilua num mero algoritmo.

Fotografia: Igreja de S. Leonardo Atouguia da Baleia (Séc. XIII)


23 comentários

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De Anónimo a 31.08.2020 às 20:22

Sr. Marquês, não esteja a perder a fé. Não desanime assim. Vai tudo voltar aos eixos. É homem de pouco fé?
Os seus sobrinhos apenas estão com medo de contágio. Até á primavera as Igrejas vão encher outra vez. Garanto... 
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De zazie a 31.08.2020 às 20:38

Assin por baixo todo o texto, excepto o detalhe do "distanciamento social" ter afastado as pessoas.


Pelo contrário. Só um cristão é capaz de entender que o pequeno sacrifício de afastamento físico (que não é social) e protecção com máscara ou outras liberdades que se perderam agora só fazem sentido por serem por amor ao próximo.


A Liberdade como teorizou Tomás de Aquino não pode ser apenas o livre arbítrio nem a liberdade de se fazer o que é imoral, Porque a liberdade tem de estar subordinada a valores para ser a Liberdade Maior que nos aproxima da Liberdade Divina.


E isto foi uma conquista cristã. Nunca os antigos gregos ou romanos tiveram uma noção de liberdade. Eram apenas iguais entre iguais com deveres de staus iguais.


O que se perdeu foi a noção cristã de Bem Comum que nada tem a ver com o que o Estado Manda mas com a obediência e temor a Deus, sem a soberba de nos considerarmos divinos. 
Com a humildade de sermos capazes de restringir a nossa liberdade (como bem explicou Tomás De Aquino) sempre que ela se encaminhava para o Mal e não para o Bem.


A modernidade desconhece isto. Os liberais apenas conhecem a Liberdade jacobina baseada na noção de propriedade. 


E é por isso que Direita a existir terá de ter a coragem de recuperar as suas raízes católicas. Nas paróquias, como bem referiu, na pequena escala. Em toda a parte onde ainda existe memória do que fomos e contra a substituição de todo este legado estrutural, pelo artificial do oportunismo político-partidário-jacobino. 
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De voza0db a 31.08.2020 às 22:03


Espero bem que os ingleses fiquem lá no ilhéu...
Por falar em milagres,


https://youtu.be/kB0MEjHgkfM
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De Carlos Sousa a 01.09.2020 às 01:31


Com a criminosa manipulação de massas que está neste momento em curso não sei se os Santos que temos chegam para fazer os milagres que precisamos. 
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De Anónimo a 01.09.2020 às 01:32

Milagre, milagre, seria  a Escola oficial de Portugal, nos três níveis do ensino, voltar a seguir as linhas mestras do Estado Novo, modernizadas e simplificadas:
Disciplina, rigor, amplitude de conhecimentos, tónica no que a Portugal e aos Portugueses diz respeito, Religião e Moral, prémio ao mérito.
Livros únicos, Alunos e Professores avaliados imparcialmente pelo seu desempenho  anual e todas as classificações tornadas públicas.
Serviço militar obrigatório simplificado.
Guerra implacável aos vícios (álcool, drogas, tabaco) e controlo apertado aos estabelecimentos de diversão nocturna.
Mini-estágios profissionais em todas as áreas produtivas para os Alunos que a isso se candidatassem a partir dos 16 anos de idade.
Estímulo intensivo à criação de postos de trabalho produtivo e não meramente burocrático, em todo o território nacional.
Estímulo à criatividade nacional em Investigação e Desenvolvimento.
Forte estímulo à exportação de bens e serviços.
Se este Milagre se concretizasse, Portugal prosperaria, recuperaria a sua soberania, deixaria de ser governado por nódoas, pagaria as suas dívidas e seria respeitado pelo Mundo civilizado.
Está nas mãos dos Portugueses escolherem o seu caminho: ou o da cigarra ou o da formiga. 
O Milagre é possível.
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De Anónimo a 01.09.2020 às 01:58

A descristianização de Portugal tem vindo a ser preparada há mais de 200 anos.
De forma paciente e persistente, pela jacobina seita-que-não-se-pode-nomear. E não só.
Apagar, cessar o Cristianismo e regressar a um tempo "anterior" a ele é seu objectivo. Restaurar um tempo pagão onde foram banidos os limites à liberdade, às  restrições, donde foram excluídos todos os interditos ou "linhas vermelhas" e, como tal,  não existe a consciência da Transgressão, i.e. do Pecado, (no sentido cristão do termo) sem o qual também não há noção de Culpa.  E onde não há sentimento de Culpa, não há escrúpulo (no seu significado inicial, etimológico de "scrupulum").
Sem a noção de transgressão/pecado é forçoso a descrença na punição/ castigo (divino). Daí, que não haja tementes a Deus. O homem que nada teme, porque sem Deus.
Tem sido um processo ao longo do tempo. Acelerou? Talvez o Maio de 68  tenha exponenciado esta nova forma de "estar" na vida e no mundo, cujo slogan "il est interdit d' interdire" o sintetiza. 
O Homem que dispensa regras, normas, que não tem interdições, nem Deus, transforma-se na forma mais extrema de Soberba, convertendo-se no deus do seu próprio caos e desordem interior. Julgo que é neste ponto que nos encontramos no Ocidente.
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De zazie a 01.09.2020 às 09:15

Ainda voltando ao catolicismo que vai sendo destruído pelo avanço do jacobinismo, do egoísmo e de tudo o que afasta o ser humano de Deus, também não creio que seja totalmente como o vê.


Na Madeira e nos Açores o povo continua arreigado às suas tradições e ritos católicos. 
Por cá, quem tem dado exemplo que não é por falta de coragem dos padres ocuparem os adros das igrejas e aí fazerem a missa (e até há quem faça em Lisboa- conheço duas paróquias onde tal aconteceu em pleno confinamento) são os ucranianos ortodoxos.


Os imigrantes ucranianos são extremamente religiosos. E as igrejas continuam fechadas, precisamente porque para eles o egoísmo do euzinho liberal nem se coloca. Eles pensam sempre em função do colectivo.


E é também por isso que lá, na Ucrânia, esta pandemia ultrapassou as ordens estatais nas pequenas comunidades aldeãs.


O que se fez nas aldeias é, para mim, o melhor exemplo da sabedoria milenar e da noção de "política natural" no sentido de "o nosso solo"; a nossa aldeia; as nossas pessoas"- primeiro.
E por isso eles pura e simplesmente barricaram as aldeias antes de poder entrar alguém contaminado. E patrulharam e ainda patrulham diariamente para que nada de fora lhes traga doença, uma maleita para a qual não há tratamento e que um verdadeiro cristão não se arma em valente a desleixar toda a precaução.


Bem Comum é isto- o que é feito em nome de Deus pelo colectivo da terra onde se nasceu. Não há aqui Estado para nada. É anterior a essas fabricações. E não entra aqui manifestações nem revoltas contra ordens do Estado para nada. Porque a ordem do Bem comum em prol do bem do que lhe é familiar e vizinho, vem de Deus.


Esta pandemia pode ser aproveitada para se recuperar (ainda que apenas temporariamente) o único sentido natural da "gestão da polis" pelos exemplos das paróquias.
E é este o traçar de linha divisória entre o que está certo e é pelo Bem e o que está errado e labora pelo demo. As berrarias e pretextos para desacatos tendem sempre a juntar os anti-sociais. Os que deveria ser ostracizados. E os negacionistas de todas as espécies são gente a ostracizar.
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De Anónimo a 01.09.2020 às 12:35

Falou a inquisição. 
Porque é que não falas da Suécia como exemplo de combate ao vírus sem comprometer o convívio social?
Já pensaste bem que o combate a esta pseudo pandemia está a destruir um dos valores básicos da sociedade?
Se a economia colapsar por causa deste alarmismo infundado vais proteger o quê?
Achas que o dinheiro vai cair do céu, com a maioria das pessoas confinadas, em lay-off ou sem emprego?
Sabes quantas pessoas é que estão a deixar de comprar medicamentos porque não têm dinheiro nem para comer?
Encara a realidade, e não entres nesta histeria colectiva, informa-te e pensa com a tua cabeça. 
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De José Lopes da Silva a 01.09.2020 às 13:00

O seu comentário foi muito interessante. Obrigado.
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De Anónimo a 01.09.2020 às 10:10


“Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem".


São, por isso, poucos aqueles que preferem entrar pela "Porta Estreita" porque o caminho é mais apertado, pedregoso, mais custoso, o que exige um grande esforço "pouco compaginável com o Instagram ou mensagens WhatsApp" ou com os prazeres instantâneos neste mundo hedonista donde foi banida a palavra "sacrifício", a sua prática e dela se desconhece o seu sentido.


Hoje é bem visível qual das duas portas tem sido a mais escolhida neste tempo de utilitarismo e de materialismo que, a todo o momento e por todos os meios, se tem aplicado em fazer o apelo ao prazer momentâneo como se este fosse o bem supremo e o objectivo da vida. Muitos são os que entram pela Porta Larga porque o caminho que a ela conduz tem muita gente e por isso é mais animado, mais espaçoso, mais folgado e não cansa.
Levou tempo até chegarmos a este admirável Mundo Novo. Mas é lamentável que à maior parte das pessoas tenha escapado como ele foi sendo induzido, direccionado gradualmente, primeiro administrado em pequenas doses, até à sua promoção, e, finalmente, a sua exaltação como sendo o futuro e o progresso. 
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De Anónimo a 01.09.2020 às 11:00


Um pedido de desculpas antecipado, caro Sr., por ser chocante o final deste video tão breve, mas suficientemente esclarecedor sobre  quem está no fim do percurso e é finalmente "revelado" naquele trono. É claro que o negam e nem todos sabem "quem" estão realmente a servir.
 Mas do que se vai conhecendo da sua simbologia a "descida ao poço" faz parte de certas cerimónias iniciáticas (veja-se o Palácio da Regaleira). Por que razão se auto-denominam  "Filhos da Luz" sabendo quem era o tal "portador da Luz" ou do Fogo?


https://www.youtube.com/watch?v=ZmibxWxARVA
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De Anónimo a 01.09.2020 às 13:15

Em Gênesis (https://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%AAnesis), a serpente é retratada como uma criatura enganadora ou trapaceira, que promove como bom aquilo que Deus proibiu, e demonstra perspicácia ao fazê-lo. O Novo Testamento (https://pt.wikipedia.org/wiki/Novo_Testamento) identifica a serpente do Gênesis como Satanás (https://pt.wikipedia.org/wiki/Satan%C3%A1s) e nesse processo redefine o conceito de Satanás ("O Adversário) de tal forma que Satanás/Serpente se torna parte de um plano satânico para afastar o ser humano de seu criador.


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De zazie a 01.09.2020 às 13:35

Essa igreja é uma maravilha e atesta algumas características de uma espiritualidade mais antiga em que o poder laico estava subordinado.
Ainda tem arcossólios exteriores para os sepulcros
E tem hárpias em vez de sereias nas mísulas. 


É necessário ensinar História aos jovens e começar pelo património local e suas tradições.
Está lá tudo o que é preciso. A base de formação católica é perfeita. Nunca se conseguiu inventar nada que a substitua.
Nem sequer os psicólogos fazem melhor que a confissão e a palestra com o padre.


E por isso que hoje em dia os grandes analfabetos são letrados mas perderam a sabedoria antiga.
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De Anónimo a 01.09.2020 às 17:36

Subscrevo as suas palavras sobre o catolicismo. Mas o Cristianismo é muito mais do que uma religião. Esquecemo-nos da sua outra dimensão: a sua função civilizadora ao longo dos tempos e em distantes lugares. Quando há tempos a Professora Fátima Bonifácio se referia à Cristandade num texto que gerou tanta polémica,, poucos entenderam que ela simplesmente exaltava essa dimensão civilizadora. Mas a ignorância reinante que nada percebe, quase a condenava ao ostracismo.
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De zazie a 01.09.2020 às 18:52

Claro que sim. O cristianismo é a base cultural do Ocidente e de grande parte do mundo. Quem disser o contrário é ignorante.


E é por isso que as igrejas até têm mais gente com os imigrantes.
Eu tenho aprendido muito com o contacto com ucranianas. Gente simples mas com um sentido moral e sabedoria como o povo português tinha há muito tempo atrás (demasiado). Daí concordar com o pessimismo do João Távora.
Só que o que ele chama "individualismo" está retratado nesta militância descabelada das estatísticas e de que os velhos iam morrer na mesma e toda a gente morre e estamos cá para isso, portanto vá de ser egoísta dentro do carrinho e da protecção social de elite.


Isso ninguém me vende. E isso nada tem a ver com espatifar a economia. Antes pelo contrário- para se trabalhar há que usar as protecções existentes e são básicas e quem mais arrisca anda de transporte público. E convém ter presente que é uma porcaria que será neutralizada com vacina.


Mas a China devia pagar pelo que fez. Porque esconderam


Até os dias da semana se afastaram do paganismo, apenas pela palavra do S. Martinho de Dume.
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De Anónimo a 02.09.2020 às 08:31

Essa cultura de que fala era sabedoria profunda, milenar, acumulada ao longo de gerações. Mas isso já foi, já era!  Hoje tudo esmorece e se vai perdendo. Efeito da inoculação de jacobinismo militante que até ao povo simples chega. Os países de leste, de certa forma, foram poupados a essa "catequese", por isso ainda encontra nessas ucranianas uma sabedoria intacta que elas sabem preservar, até porque conservar a sua cultura lhes dá o sentido da sua identidade.
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De zazie a 02.09.2020 às 12:02

Pois é isso mesmo. Por isso me agrada tanto o convívio com elas (um acaso que nem estava previsto).


Mas, há uns 15 anos atrás ainda percorri Portugal inteiro, incluindo ilhas e havia povo. 
Nas Ilhas permanece essa tradição arreigada e profunda religiosidade.
Lembrei-me das missas no adro porque cheguei a presenciar isso por lá. Era tanta gente que não cabiam dentro da igreja e cerimónia prolongava-se cá fora.


E mesmo a reza pelos defuntos e outras tradições ainda são feitas ao ar-livre. Nos alpendres que por lá se mantiveram.
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De zazie a 02.09.2020 às 12:09

Aos países de Leste aconteceu outra coisa- provaram a sério o comunismo.
Ficaram vacinados. 
Estas ucranianas lembram-se de Holodomor. Uma delas, que é muito engraçada, perguntou-me aqui há tempos como é que nós tolerávamos os comunistas com tanto poder. Disse ela que nem parecia coisa de um país mais civilizado que o dela 
ahahah
E todas adoram Portugal e os portugueses. Agora comunas, nem vê-los.
Esta mais despachada e que está a par de toda a política, no outro dia estava fula por causa de uma festa da escola da neta.
Uma treta de uma dança tradicional, completamente abastardada por música funk. Que aquilo era uma vergonha e que estragava a tradição.
E não se ficam por "da boca para fora". Nas aldeias quem manda é mesmo o povo, tal como referi com as barricadas e proibição de entrada de forasteiro, enquanto esta porcaria do bicho não estiver neutralizada.


E nem querem saber se é de lei ou não é de lei. É de lei de Deus e é quanto basta.

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