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Precisamos de acreditar no Natal

por João Távora, em 24.12.17

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 (…) «Não temais, porque vos anuncio uma grande alegria para todo o povo: nasceu-vos hoje, na cidade de David, um Salvador, que é Cristo Senhor. Isto vos servirá de sinal: encontrareis um Menino recém-nascido, envolto em panos e deitado numa manjedoura». Imediatamente juntou-se ao Anjo uma multidão do exército celeste, que louvava a Deus, dizendo: «Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados».

 

Quem já viveu directa ou indirectamente o nascimento de uma criança conhece o radiante encantamento que isso provoca, ocasião em que um autêntico presépio acontece à volta do bebé e da mãe embevecida, com um vai e vem de visitas, quais pastores e reis magos que confluem para festejar a alegria da nova vida que desponta. Uma criança recém-nascida desperta no coração mais empedernido sentimentos de ternura e compaixão, é definitivamente sinal de esperança e reaviva o que há de melhor em nós. Por isso guardo memórias gratas dos nascimentos dos meus filhos, da casa quente e protectora como uma fortaleza, mas aberta para os outros numa harmonia de vontades, todas devotadas ao rebento e à mãe, suporte umbilical daquela chama frágil que desproporcionada e indefesa se adivinha entre os folhos dos xailes e colchas aconchegantes. Tendo os nascimentos dos meus filhos acontecido no Inverno, lembro-me como era importante sempre ter água fervida até para deitar no chá quando chegava mais uma visita, e da temperatura amornada pelo calorífero com as janelas fechadas que guardavam um cheiro a conforto que jamais esquecerei.

Com o presépio de há dois mil anos em Belém da Judeia acontece uma história igual mas com a proporção do universo, a dimensão da humanidade. Aquele menino recém-nascido projecta-se feito luz e Amor na nossa História, não para uma família, mas para o mundo inteiro; profecia cumprida da libertação do homem da sua precariedade, Deus feito frágil menino para vencer a morte e converter do Mundo à Boa Nova que Ele constitui. Oferecendo paz aos corações atormentados, esperança aos descrentes, conforto aos desamparados. Talvez por isso, e apesar de tudo, a mensagem do Natal continua actual a ecoar ao fim de dois milénios no coração de tantos pastores e de reis que queremos ser por estes dias, para acorremos enlevados ao chamamento do anjo: «Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados».

No dia em que o Homem deixar de se encantar com o milagre da Vida que lhe foi dada está condenado às trevas, à extinção. Por isso é urgente acreditarmos no verdadeiro Natal.

 

Votos de um Santo Natal para todos os leitores do Corta-fitas.

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