Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]




P'ra quem é, bacalhau basta

por henrique pereira dos santos, em 10.06.22

Há coisa de uma semana, a propósito da ruptura dos circuitos mundiais de comércio de cereais, dizia a nossa Ministra da Agricultura: "Portugal produz atualmente 18% dos cereais que consome. Há uma estratégia para aumentar até 38%".

A declaração foi amplamente replicada na "rádio, tv, disco e na cassette pirata" e uma semana depois não se encontra, ou pelo menos eu não encontrei, seguimento dessas declarações amplamente difundidas, concluindo eu que toda a gente ficou descansada com a declaração tranquilizante da Senhora Ministra.

E é verdade que Portugal tem essa estratégia, desde Janeiro de 2018, para ser aplicada em cinco anos (ou seja, estamos nos últimos seis meses da sua aplicação, ou coisa do género).

É uma estratégia muito bem organizada em vinte medidas que, quase no fim do tempo para a sua aplicação, estão com certeza aplicadas, como se pode demonstrar logo pela primeira medida: "Redução dos custos da energia".

Quem por acaso tenha ouvido de raspão a Senhora Ministra, no actual contexto, terá pensado que face às dificuldades de exportação de grãos da Ucrânia, trigo e milho, sobretudo, Portugal estava bem apetrechado, com uma estratégia, para substituir essas importações, independentemente da tal estratégia pretender aumentar a produção de arroz em 80%, 50% o milho e 20% os cereais praganosos.

Ou seja, uma modernização da velha ideia do "se não têm pão, comam brioche", agora sugerindo o bolo de arroz.

Com o jornalismo e o escrutínio que existe, a revolução é impossível e, quaisquer mudanças de regime, ainda que "em suaves prestações mensais", são igualmente improváveis.

À senhora Ministra basta acenar com uma estratégia nunca aplicada para nos tranquilizar a todos e garantir o voto dos que acham que "p'ra pior já basta assim".


16 comentários

Sem imagem de perfil

De entulho a 10.06.2022 às 09:39

a 'menistra' era presidente da cãibra de Abrantes, uma cidadezinha a cair de podre com uma etar 'onde entra água e sai merda ' para um regato ainda chamado Tejo.
' tudo como dantes ...'. sobram os pastéis de Belém.
ontem MFL mencionou a mentira que nos vendem para esconder a caquexia actual






Sem imagem de perfil

De balio a 10.06.2022 às 11:07


aumentar a produção de arroz em 80%, 50% o milho


Sendo que o arroz e o milho são cereais especialmente dependentes do regadio, e sendo as secas cada vez mais frequentes, parecem-me dois objetivos completamente irrealistas.
Sem imagem de perfil

De anónimo a 10.06.2022 às 11:39


Na IT, indústria informática, existe o Hard-ware, o Soft-ware e o Vapor-ware.


"Vaporware (ou em inglês britânico: Vapourware) é um software ou hardware que é anunciado por um desenvolvedor muito antes do seu lançamento, mas que nunca chega a entrar em produção, tenha seu ciclo de desenvolvimento sido iniciado ou não. O termo implica um otimismo sem garantias ou até mesmo fraude (em alguns casos); isto é, implica que o anunciador sabe que o desenvolvimento do ...".(Wikipédia)



Em política existe a Real-politics ou Hard-politics, a Soft-politics e a Vapor-politics que igualmente "implica um optimismo sem garantias ou até mesmo  fraude"....


Sem imagem de perfil

De Tiro ao Alvo a 10.06.2022 às 12:23

Diz que "o jornalismo e o escrutínio que existe, a revolução é impossível", mas permita-me que pergunte: por andam as oposições, em especial a do PSD?
Sem imagem de perfil

De Ricardo a 15.06.2022 às 10:18

Ontem o sr Rio ainda falou(ou ouvi mal?)agora o outro sr que agora é chefe do partido...talvez tenha estado na loja e não tivesse tempo para falar nos mérdia.
Sem imagem de perfil

De Jota a 10.06.2022 às 16:14

A estratégia do Governo parece ser atirar grandes percentagens sobre vários temas nos seus discursos para que os media os repitam e discutam como factos. Pura propaganda.
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 10.06.2022 às 19:35

Não foi esta visionária privilegiada  que detectou no COVID uma oportunidade para as exportações agrícolas cá do  terrunho?
A mais que prostituída  comunicação "sucial"  da paróquia não tem interesse em relembrar estes "fait divers"?...E outros, e outros...
JSP
Sem imagem de perfil

De passante a 11.06.2022 às 00:46

 mais que prostituída


Tempos havia em que era só uma questão de venda de sabonetes.


Até parecia honrada, comparada com hoje.

Sem imagem de perfil

De lucklucky a 12.06.2022 às 13:06

Não é prostituida. Se fosse ainda era o menos.


Os jornalismo atrae as pessoas que querem moralisar - candidatos a Padres -  como quem  contrata é de esquerda, só os de esquerda entram e obviamente censuram os factos que são contra a esquerda. 
A peneira até se faz logo antes, nas "escolas de jornalismo".
Foi elucidativo tentar encontrar no Publico referência à fome no Sri Lanka porque o governo proibiu fertlizantes não biológicos e tal implicou uma queda enorme da produção agrícola. 
Estragava a narrativa ambientalista beata do Publico dar a entender que se passa fome sem fertilizantes manufacturados.  
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 12.06.2022 às 09:57

Um dos sinais do tempo novo: não contestar "estratégias" mirabolantes (e nunca executadas) como esta e tantas outras... Não fazer perguntas. Sobretudo não fazer perguntas! Nunca piar faz parte e ceder a todas as exigências é... uma exigência. Porque há uma "lei" não escrita, a da impunidade: não se escrutina este governo embriagado de poder. Quem se atreve a perguntar ao Costa (a começar pela CS) o que faz aos 41,8 % dos impostos que arrecada do nosso trabalho? Suas senhorias  _que de senhores e senhoras pouco têm_ podem lá ser ser maçadas com estas questiúnculas sem importância! Apenas temos de lhes entregar a bolsa e o bolsão (quem o tiver, bem entendido...). Antigamente parece que havia o costume (muito feio, diga-se) de se recomendar aos pedintes: "Veja lá como vai usá-lo! Não o gaste todo em vinho!". Nesta altura do campeonato provavelmente baila na cabeça de todos os portugueses a vontade de sugerir o mesmo a este governo.
  
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 12.06.2022 às 10:48

 Fui ler:
MEDIDAS PARA REDUZIR A DEPENDÊNCIA EXTERNA, CONSOLIDAR E AUMENTAR AS ÁREAS DE PRODUÇÃO
(transcrevo apenas algumas dessas medidas):
 - Redução dos custos de energia. Até final 1º Semestre 2019

 - Dinamizar a produção nacional de semente certificada e de genética nacional. Período programação pós 2020

- Reforço dos Meios de luta contra agentes bióticos Até final 1º Semestre 2019

- Simplificação do processo de licenciamento de infraestruturas hidráulicas

- Promover a capacitação técnica, reforçar os meios disponíveis para experimentação e prestação de serviços no âmbito da agricultura de precisão ao nível das OP.

etc. 
Não é a minha praia, mas gostava mesmo de saber, por ex., quem está a acompanhar e a verificar se as medidas estão (ou não) a ser cumpridas? É que de boas intenções está o inferno cheio e a avaliar pelo costume, há sempre muitos "planos" e muitas "planificações" que nunca saem do papel... 


Sem imagem de perfil

De pitosga a 12.06.2022 às 21:20

Qualquer um pode dar uma argolada: em Abrantes não há bacalhau (portanto nem que baste) e o Médio Tejo é aquele regato que ainda passa por aquelas bandas e serve para enviar os dejectos locais mais pró Sul. Sorte dos castelhanos.
Imagem de perfil

De Maria Araújo a 13.06.2022 às 23:16

É mais chique produzir estratégias que pô-las em prática.

Comentar post


Pág. 1/2



Corta-fitas

Inaugurações, implosões, panegíricos e vitupérios.

Contacte-nos: bloguecortafitas(arroba)gmail.com



Notícias

A Batalha
D. Notícias
D. Económico
Expresso
iOnline
J. Negócios
TVI24
JornalEconómico
Global
Público
SIC-Notícias
TSF
Observador

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Comentários recentes


Links

Muito nossos

  •  
  • Outros blogs

  •  
  •  
  • Links úteis


    Arquivo

    1. 2025
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    14. 2024
    15. J
    16. F
    17. M
    18. A
    19. M
    20. J
    21. J
    22. A
    23. S
    24. O
    25. N
    26. D
    27. 2023
    28. J
    29. F
    30. M
    31. A
    32. M
    33. J
    34. J
    35. A
    36. S
    37. O
    38. N
    39. D
    40. 2022
    41. J
    42. F
    43. M
    44. A
    45. M
    46. J
    47. J
    48. A
    49. S
    50. O
    51. N
    52. D
    53. 2021
    54. J
    55. F
    56. M
    57. A
    58. M
    59. J
    60. J
    61. A
    62. S
    63. O
    64. N
    65. D
    66. 2020
    67. J
    68. F
    69. M
    70. A
    71. M
    72. J
    73. J
    74. A
    75. S
    76. O
    77. N
    78. D
    79. 2019
    80. J
    81. F
    82. M
    83. A
    84. M
    85. J
    86. J
    87. A
    88. S
    89. O
    90. N
    91. D
    92. 2018
    93. J
    94. F
    95. M
    96. A
    97. M
    98. J
    99. J
    100. A
    101. S
    102. O
    103. N
    104. D
    105. 2017
    106. J
    107. F
    108. M
    109. A
    110. M
    111. J
    112. J
    113. A
    114. S
    115. O
    116. N
    117. D
    118. 2016
    119. J
    120. F
    121. M
    122. A
    123. M
    124. J
    125. J
    126. A
    127. S
    128. O
    129. N
    130. D
    131. 2015
    132. J
    133. F
    134. M
    135. A
    136. M
    137. J
    138. J
    139. A
    140. S
    141. O
    142. N
    143. D
    144. 2014
    145. J
    146. F
    147. M
    148. A
    149. M
    150. J
    151. J
    152. A
    153. S
    154. O
    155. N
    156. D
    157. 2013
    158. J
    159. F
    160. M
    161. A
    162. M
    163. J
    164. J
    165. A
    166. S
    167. O
    168. N
    169. D
    170. 2012
    171. J
    172. F
    173. M
    174. A
    175. M
    176. J
    177. J
    178. A
    179. S
    180. O
    181. N
    182. D
    183. 2011
    184. J
    185. F
    186. M
    187. A
    188. M
    189. J
    190. J
    191. A
    192. S
    193. O
    194. N
    195. D
    196. 2010
    197. J
    198. F
    199. M
    200. A
    201. M
    202. J
    203. J
    204. A
    205. S
    206. O
    207. N
    208. D
    209. 2009
    210. J
    211. F
    212. M
    213. A
    214. M
    215. J
    216. J
    217. A
    218. S
    219. O
    220. N
    221. D
    222. 2008
    223. J
    224. F
    225. M
    226. A
    227. M
    228. J
    229. J
    230. A
    231. S
    232. O
    233. N
    234. D
    235. 2007
    236. J
    237. F
    238. M
    239. A
    240. M
    241. J
    242. J
    243. A
    244. S
    245. O
    246. N
    247. D
    248. 2006
    249. J
    250. F
    251. M
    252. A
    253. M
    254. J
    255. J
    256. A
    257. S
    258. O
    259. N
    260. D