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Se a realidade corresponder às previsões, teremos até ao próximo Domingo um episódio consistente de vento Leste.
Isto significa que teremos uns dias lindos, uma luz fantástica, bastante mais frio, maiores amplitudes térmicas e, sobretudo, baixa humidade atmosférica que, em algumas alturas do dia, irá abaixo dos 40%.
No caso da Montis a queima é feita de acordo com todas as regras e autorizações, com técnicos qualificados, com apoio de bombeiros, com faixas de contenção do fogo perfeitamente executadas e portanto o principal problema que enfrentamos é apenas faltar um bocado de vento que permitisse uma maior intensidade de fogo em algumas circunstâncias, havendo o risco de parte do giestal não arder ou arder mal, não cumprindo integralmente os objectivos da queima.
Na generalidade do país, todos os pastores estarão a pensar o mesmo que nós: até Domingo há uma boa oportunidade para queimar em boas condições, depois começa a chover, facilitando a recuperação da vegetação e o renovo dos pastos, e sabe-se lá quando haverá nova oportunidade.
É portanto natural, normal e francamente positivo, que se comecem a ver colunas de fumo e alguns fogos mais intensos daqui até à chuva de Segunda-Feira. A esmagadora maioria destas queimadas são totalmente ilegais - o quadro legal, penso que escrito, no essencial, por Kafka, não ajuda -, algumas não serão feitas nas melhores condições e, aqui e ali, podem representar riscos que eram perfeitamente escusados e perfeitamente controláveis se o Estado se convencesse que é mais útil ter um bom apoio técnico no campo a uma grande estrutura repressiva a tentar parar o vento com uma peneira.
É também possível, aí com maiores riscos, que muita gente tente resolver nestes dias a limpeza de terrenos para se livrar de multas, e desate a queimar a trouxe-mouxe à volta de casas e aldeias.
O favor que queria pedir é muito simples: meus caros decisores públicos, comandantes de bombeiros e GNR, por favor, deixem arder o que deve arder, acompanhem o fogo para limitar e eliminar riscos, apaguem-no só quando existe alguma coisa relevante em risco, mas deixem arder o mato quando não há nada que possa ser negativamente afectado por estas queimadas, feitas nesta altura e nestas condições.
É que o que arder agora, em condições favoráveis, com baixas temperaturas e em condições de fácil controlo é combustível que é retirado aos fogos de Julho, Agosto e Setembro, é um serviço que nos é prestado, gratuitamente, pelos pastores.
E se querem gastar recursos e conversa sobre a limpeza de combustíveis à volta da casa, aproveitem para dizer às pessoas que as condições até estão boas para queimar, mas que o façam com cabeça, com quem sabe e com os olhos postos nas condições meteorológicas, em especial tenham medo de alterações de vento traiçoeiras.
Se, pelo contrário, desatarem a multar toda a gente que vai queimar por estes dias, o resultado será as pessoas optarem por queimar nas horas em que terão menos probabilidades de ser vistas e tenderão a largar o fogo e desaparecer, para não serem apanhadas, deixando o fogo sem acompanhamento, a desenvolver-se nas piores alturas.
É só este o meu pedido.
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