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Ricardo Arroja e Ricardo Pais Mamede estiveram na RTP3 a falar sobre a subida dos preços dos combustíveis fósseis. Vale pena ouvi-los. O que disseram?
Em resumo, a regulamentação vai obrigar alguns setores a uma forte redução das taxas emissões de CO2, nomeadamente a indústria. A ambição do Governo, disse Ricardo Arroja, é reduzir a intensidade energética da indústria até 2050 em 50%. O que vai obrigar a investimentos anuais equivalentes a 1,2% do PIB.
O próprio modo de financiamento das indústrias está ameaçado porque há já uma pressão internacional sobre a banca para que deixe de financiar indústrias e fontes de energias poluentes. Os bancos estão a ser obrigados, pela regulamentação, a seguir a pegada carbónica dos seus clientes e a penalizar os seus clientes que têm uma elevada pegada carbónica.
Há também uma pressão para que os intermediários financeiros deixem de apoiar a angariação de fundos através dos mercados, quando são empresas de energias poluentes.
Os combustíveis fósseis vão encarecer e não vão desaparecer de um dia para o outro, disse Ricardo Pais Mamede, portanto durante a longa fase de transição a menor produção de combustíveis fósseis e com mais custos sem que a procura acompanhe essa redução ao mesmo ritmo vai originar uma subida dos preços. Se a oferta baixa e a procura não... inflação.
A custo do carbono vai ainda ser alargado à generalidade dos setores económicos. Vêm aí tempos difíceis.
A transição energética exige solidariedade e planeamento por parte dos Estados, o que nos levará a mais subidas de impostos.
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