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Porque seria?

por João Távora, em 20.07.22

1866-maria-rattazzi.jpeg

A silvicultura está em Portugal, no último lugar. Os camponeses um têm horror pronunciadíssimo pelas árvores, e não só as não plantam, mas aproveitam todas as ocasiões para arrancar as que existem.

In Portugal de Relance de Maria Rattazzi, publicado em 1879. Na carta décima terceira, em que se aborda a agricultura e a silvicultura nas diversas regiões de Portugal.


8 comentários

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De balio a 20.07.2022 às 16:49

Isso não podia ser verdade, porque os agricultores necessitavam da lenha das árvores como combustível doméstico.
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De passante a 20.07.2022 às 18:18

https://www.dn.pt/arquivo/2005/uma-fogueira-de-vaidades-para-queimar-maria-rattazzi-608383.html



Por cá há muito que se liga demais aos dislates dos turistas - haviam de ser os ingleses a importar-se com o que um bantu qualquer dissesse deles. Apesar do outro vir reclamar "the giftie gie us. To see oursels as ithers see us!"


Excepção, os americanos estudam Tocqueville, com proveito. Observou-lhes coisas interessantes - "um povo democrático gosta de falar de si próprio" em vez de mergulhar em clássicos passados - e puseram-no no currículo.


Nós é mais indignação sem emenda ou memória, se fosse caso disso. 
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De Anonimo a 20.07.2022 às 20:29

Devia ser culpa do Passos
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De passante a 20.07.2022 às 23:44

(posso pedir ao nosso impecavelmente gentil anfitrião uns parágrafos?)


Isto de livros de viajantes (já lá vamos) é pior do que o "traduttore/traditore".


Para já, fulanos que saem de casa para viajar mundo são um bocado suspeitos. O que é que se passa com eles, estão bons da pinha ou são procurados por algum crime? Sofrem de alguma curiosidade patológica, ou são vítimas de claustrofobia se rodeados pelo que lhes é nativo?


Alguns são simplesmente aristocratas com a mania que é tudo deles, mesmo longe de casa, ou tolos com a ilusão que são "cidadãos do mundo", uma coisa perniciosamente inexistente que hoje em dia qualquer tougo vem clamar na imprensa a demonstrar a sua debilidade mental.


Depois há quem faça a distinção entre turista (derivado popular degenerado do "grand tour" inglês à Europa) e viajante, uma espécie etéreamente superior porque não está só a divertir-se acéfalamente, está a comungar com os nativos ou coisa assim.


Treta. A menos que estejam a viajar para lucrar com mercadoria ou similar, são tudo turistas. Alguns têm a lata de mandar bojardas sobre aquilo que viram e quase de certeza não perceberam - como é que iam perceber, nem sabem a etiqueta de pedir um café naquele sítio.


Se virem um livro escrito por um turista, podem ler para se rir dele.
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De João S. Fernandes a 21.07.2022 às 00:55

É um tema interessante. A gestão florestal até teve em França no séc. XIX uma filosofia e simbólica ligados à ala política da direita. 
Parece-me óbvio que o povo, por questões práticas, e sem impedimentos legais, necessite de abater árvores. E, depois, nem todos gostem de plantar de novo. Além disso hoje a defesa florestal limita-se a áreas específicas mínimas geridas por técnicos e autoridade atenta.
Exceto a Amazónia, por irrupção natural, todas as espécimes florestais foram plantadas e preservadas em tempo longíquo por grupo restrito, como se esse plantio fosse uma ampla Mata do Bussaco onde os frades avisavam que o abate seria punido com a vida.
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De Anónimo 78 a 21.07.2022 às 13:40

Não quero generalizar e, muito menos concluir. Apenas deixo a minha experiência.
Herdei com as minhas irmãs uma área florestal encostada e por vezes intercalada com micro parcelas. O meu avô e antes o seu antecessor, criaram uma vasta área de fazendas (4 ha) e roças (3 ha) entregues a camponeses do Norte, uns beirões de passagem para as ceifas no Alentejo, outros do Douro e Minho fugidos às terríveis fomes do início da República. Um processo com semelhança com os foros mas com a garantia de contrato de arrendamento que estipulava a autorização de construção de uma casa de habitação e a posse de quaisquer benfeitorias. A ideia era fixar mão-de-obra para trabalhos agrícolas numa grande propriedade em que, além de sobreiros e azinheiras de má qualidade, nada existia - nem pinheiros - pois fôra anteriormente um couto de caça.
Desde que aí me fixei, tive mais de 20 incêndios, apenas um por causas naturais, a maioria iniciados nas bermas de estradas mas alguns claramente por fogo posto. Um desses incêndios, aliás pequeno e numa área cercada de estradas que eram eficazes corta-fogos, esteve perto de 4 casas, onde só devia haver uma. A matriarca daquele clã, não agressivamente é certo, perguntou-me com azedume e hostilidade porque é que eu não cortava as árvores e "punha a terra a pão" (sic). 
Claro que nem sabia que eu não podia cortar sobreiros e azinheiras, muito menos que, não sendo rico(*) nunca poderia suportar o garantido prejuízo de qualquer cultura naquelas terras.
O ódio às árvores era evidente. Para a geração e condição dela, era cultural. Sem o poder garantir, creio que já viria do Norte.
(*) O meu avô era banqueiro; eu fui bancário. E a diferença é uma merda.
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De passante a 21.07.2022 às 23:17

Bravo.
As histórias que tenho de família são menos conclusivas - umas oliveiras e árvores de fruto aqui, um pinhal acoli. Nada de particularmente arboricida.
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De entulho a 21.07.2022 às 16:13

« o voo da pássara» CCB
" 2ª edição mais incorrecta e augmentada»

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