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Foi nos bancos de escola, há quase 40 anos, que ouvi, pela primeira vez, uma ideia que me pareceu radical: uma das formas de fugir de uma sociedade com a qual não se concorda e/ou não permite o desenvolvimento económico que se pretende , é emigrar. Simplesmente, as pessoas fogem ao castigo quando podem. E continuar a viver num País menos bom, pode ser um grande castigo.
Estudei o fenómeno migratório de Portugal, sobretudo para França, na década de 60, depois das grandes migrações para as antigas colónias. Observo a sede de emigração para os EUA, essa sociedade tão malquista na Europa. Defrontei-me, nos últimos anos, com o problema das migrações do Médio Oriente e África, sobretudo na forma tentada, e na emigração galopante de Portugueses para Europa.
Já aqui falei no ciclo vicioso que se origina quando, os mais jovens e mais bem preparados emigram, , subtraindo o seu contributo para os que ficam: cada vez mais pobreza cada vez mais incapacidade de vender produtos de alto valor acrescentado e o acolhimento de imigrantes menos bem formados (e produtivos) do que aqueles que exportamos. Quem vai pagar as reformas?
Hoje li que, aqui ao lado, na Espanha também estatista, a Ferrovial pretende migrar a sua sede para a Holanda ( como já aconteceu com a Jerónimo Martins e muitas outras) , sendo a resposta do Governo Espanhol a esta intenção, típica de sociedades em perda e sem grandes argumentos: tentam impedir um contribuinte financeiro com recurso a leis que já nada impedem.
Pertencermos à CE não representa só estarmos no caminho das esmolas, também significa que as sociedades que não são competitivas tendem a ser cada vez mais pobres, dependentes, envelhecidas e precárias, porque perdem os seus habitantes.
É este o motivo pelo qual, um dia, fatalmente os Portugueses estarão mais capazes de perceber que continuar a insistir em receitas que não dão resultado ( mais estado, mais direitos sem substancia, mais ineficiência) talvez não seja o caminho.
No entretanto, atraimos quem vem de infernos na terra e repelimos quem pode fugir para sociedades melhores.
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