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"Em entrevista à RTP, António Lacerda Sales falou na importância do número de camas de enfermaria ocupadas com doentes Covid, que deve ser inferior a 1500, o número de camas em Unidades de Cuidados Intensivos, que deve ser inferior a 200, e, por fim, uma incidência cumulativa a 14 dias que deve ser de 60 casos, o que significa 400 a 428 casos por dia".
Do ponto de vista do Governo (e de grande parte da sociedade) a sociedade deve organizar-se para obter uma determinada pressão sobre os serviços de saúde, em vez de se organizarem os serviços de saúde para garantir o apoio adequado à sociedade.
Mas ainda que se faça essa opção, por que razão se devem escolher estes limites em detrimento de outros?
Durante semanas a fio de incidência relativamente baixa, por exemplo, durante todo o Verão, a questão não eram os números verificados, mas as tendências, agora que as tendências são todas no mesmo sentido, isso já não interessa, o que interessa são os números e, note-se, não os números relevantes da epidemia, mas sim os números relevantes para a gestão dos serviços de saúde.
Repare-se que a incidência referida nunca existiu desde o início de Setembro. A pergunta, legítima, é se se tenciona manter um confinamento, com escolas fechadas, até ao Verão.
Acresce que se se calcula a incidência acumulada a 14 dias, contando com os treze dias antes da data, então significa que haverá um atraso dos números em relação à realidade, o que quer dizer que o governo e os especialistas acham que abrir uma semana mais cedo ou mais tarde as escolas é irrelevante, pode perder-se uma semana de aulas pelo mero artifício estatístico de usar uma incidência acumulada a 14 dias, em vez de usar os dados do relatório semanal de incidência e transmissibilidade.
Do mesmo modo, o número de internamentos considerado fundamental nunca existiu desde o fim de Outubro, e o número de camas de cuidados intensivos consideradas fundamentais nunca foi atingido desde 20 de Outubro, ou seja, passámos todo o Outono e Inverno, até agora, sem problemas de maior com os níveis de pressão dos serviços de saúde acima do que se pretende ter agora, com excepção de Janeiro.
Mas porque em Janeiro, por razões que podemos discutir, mas razões indiscutivelmente excepcionais, houve uma pressão excepcional, passamos a achar que a sociedade não pode funcionar, que a vida de milhares de pessoas pode ser condicionada, para que os serviços de saúde funcionem com limites de ocupação que os responsáveis pela sua gestão acham confortáveis.
E acham confortáveis por razões que consideram não ter de explicar convenientemente, em especial, demonstrando a ponderação de ganhos e perdas globais para a sociedade da definição desses limites.
Isto não é governar, é simplesmente gerir o medo da facção que ocupa o poder tem de perder as eleições seguintes.
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