De Ana Branco a 12.04.2021 às 14:15
A pobreza é ideológica?
Antes do 25 de Abril, Portugal devia ser dos países mais ricos. A maioria dos portugueses vivia na pobreza extrema.
De Anónimo a 12.04.2021 às 14:23
Antes do 25 de abril, também padecíamos de desconfiança no mercado e crença no Estado todo poderoso! Apenas a partir de 1960 crescemos a ritmos "chineses" , quando se aligeirou a falta de liberdade economica.
De Ana Branco a 12.04.2021 às 14:44
Lá está, a pobreza é ideológica?
De Ana Branco a 12.04.2021 às 14:48
Ou é o resultado de uma série de factores nacionais e internacionais?
De Anónimo a 12.04.2021 às 16:52
Não. È uma questão de escolha. Quando se abdica da receita de sucesso de quem é rico, como seja não adoptar uma economia de mercado e um estado eficiente e contido.
Essa escolha é no entanto ideológica, não lhe parece?
De Ana Branco a 12.04.2021 às 20:42
"Mais um relatório sobre a pobreza em Portugal".
É assim que o autor inicia a publicação.
«(....) para se combater a pobreza há que ter em conta as diferentes formas em que esta se traduz, para que se possam encontrar remédios (medidas) adequados aos diversos perfis específicos, por contraponto a medidas genéricas, de baixo impacto nos diversos subgrupos em que é divisível.(...)»
Leu o relatório (https://www.ffms.pt/publicacoes/grupo-estudos/5364/a-pobreza-em-portugal-trajectos-e-quotidianos/)?
Se não houver riqueza suficiente ( como não parece haver) não deixará de existir pobreza.
De Ana Branco a 12.04.2021 às 21:39
A UE podia fortalecer os esforços no combate à pobreza, principalmente através das suas recomendações anuais, no entanto, em vez de priorizar investimentos na saúde, educação e protecção social, essas recomendações frequentemente impõem cortes orçamentais em nome da eficiência de custos.
Até 2019 (uma vez não existirem dados dos efeitos da pandemia), os Estados-membros da EU embarcaram numa corrida à redução de impostos, salários e protecção aos trabalhadores por pensarem que podem atrair investidores e melhorar a competitividade dos custos externos.
A cada ano, devido a competição fiscal, perdem-se entre 160 e 190 bilhões, resultando na transferência da carga tributária de grandes corporações e indivíduos ricos para trabalhadores e consumidores.
Não há riqueza suficiente, ou os benefícios não são distribuídos uniformemente?
De Anónimo a 12.04.2021 às 21:42
Claramente em Portugal, o problema não é a redistribuição. È a falta de criação de riqueza e falta de eficiência do Estado.
Já nos EUA o problema maior é a falta de redistribuirão.
De Ana Branco a 12.04.2021 às 21:54
Segundo o relatório referido, Portugal é um dos países em que mais trabalhadores são pobres ou estão em risco de pobreza. A maioria das pessoas pobres, no nosso país, tem um emprego e um salário certo.
Se a maioria trabalha para a riqueza da minoria, o problema não está na redistribuição?
Já temos um nível de carga fiscal astronómico que esmaga o que resta da classe media. O nosso nível de redistribuição tem crescido nos últimos anos e é dos mais elevados do mundo. O problema é que temos um PIB per capita lastimável, que, mesmo distribuindo, não impede a existência de pobreza.
Os baixos salários são consequência de um grande conjunto de políticas, que impedem a criação de riqueza, esbanja parte da criada num estado ineficiente e condena uma sociedade a duas velocidades. Em que a mais baixa está condenada á pobreza. O pior é que é tudo em nome da igualdade ( na miséria)
Veja o caso da Irlanda. Há pouco mais de 30 anos tinha um rendimento per capita semelhante ao nosso. Hoje é 2,5 vezes superior. Lá não há pobreza. Escolheram o caminho do progresso, apostando no mercado e num Estado que cumpre regras ( como alias nos países escandinavos) de eficiência máxima. Por exemplo, contratando ao mercado a maioria dos serviços que presta e deixando o mercado laboral fluir.
A grande questão do post são exatamente os preconceitos que se têm e que não correspondem á realidade. Todos percebem de economia e têm uma perspectiva baseada no que acham estar certo. Não é verdade: como um professor uma vez me disse, depois de uma resposta errada que lhe dei, algumas questões na economia não são intuitivas. È preciso estudar longos anos para se perceberem. Mas há uma alternativa: olhar para o que acontece noutros países e estabelecer comparações. E a resposta certa não é de que somos mais burros, periféricos e preguiçosos do que os mais ricos. Apenas escolhemos caminhos que estão errados.
De Ana Branco a 12.04.2021 às 22:33
Mais acima, perguntei se a pobreza não é o resultado de uma série de factores nacionais e internacionais.
Primeiro: desde que Portugal entrou na UE, as decisões importantes estão "limitadas" à política económica europeia. Já para não escrever sobre a intervenção do FMI e da troika que deixaram um rastro de destruição na vida de milhares de portugueses.
Segundo: cada país da UE vive realidades distintas. Tentarmos estabelecer políticas iguais, a qualquer outro país, não terá resultados iguais.
Terceiro: sim, os políticos (todos os que governaram ao longo dos anos) tem seguido caminhos, cujo destino, está longe da estabilidade.
Quarto: não considero ser uma questão de ideologia, porque a ideologia não faz o homem. Os seus interesses pessoais e hierarquia de valores, sim.
De Andre Gouveia a 13.04.2021 às 10:17
Parece que a Sra. Ana está a tentar desculpar fraquezas estruturais com fatores circunstancias.
Primeiro ponto: incorreto. A grande maioria das decisões de política económica e orçamental estão na mão dos países. E mesmo quando no papel há limitações, não existem na prática, por exemplo, os limites ao défice são rotineiramente ultrapassados. A política
monetária é que saiu das mãos dos países na zona euro, deve vir daí a confusão.Quanto ao comentário sobre a intervenção da Troika, isto é o mesmo dizer que uma cirurgia de emergência arruinou a saúde de alguém, omitindo o problema de saúde que levou à dita cirurugia...
Segundo: pura e simplesmente não é verdade, como autor refere e é do conhecimento geral, as políticas são muito diferentes de país para país. Penso ser mesmo esse o ponto do autor. Independentemente da opinião que se tenha delas, as políticas nos países anglófonos, centro, leste e norte europeu têm dado muito melhores resultados por comparação com os países do sul europeu, onde há mais pobreza, menos equidade e maior mal-estar social.
Terceiro: não sei o que pensar deste comentário, não sei se falta de estabilidade seria principal crítica a fazer aos políticos em geral, na minha opinião. De qualquer forma, lembrar que um partido esteve muito mais tempo no poder que os outros...
Quarta: opinião de que não discordo necessariamente, mas é uma tangente ao que estava a ser discutido no post
De Ana Branco a 13.04.2021 às 14:37
Escrevi "as decisões importantes estão "limitadas" à política económica europeia.", referindo-me a uma mudança estrutural da economia portuguesa que permitisse sair deste "ciclo viciado". E, sim, a globalização é o factor preponderante.
Independente dos motivos que levaram à intervenção da Troika, foi, mais tarde, provado e condenado o "exagero" das medidas aplicadas a Portugal e à Grécia. Em teoria, foi a última vez que assim procederam. Por outro lado, as decisões são do político "A" ou "B", as repercussões somos nós, cidadãos, que as sentimos. Atenção que o fundamento dos meus comentários está na questão da pobreza em Portugal, para a qual todas as más decisões contam, independente da origem.
O seu comentário: «Segundo: pura e simplesmente não é verdade, como autor refere e é do conhecimento geral, as políticas são muito diferentes de país para país.»
O meu comentário: «Segundo: cada país da UE vive realidades distintas. Tentarmos estabelecer políticas iguais, a qualquer outro país, não terá resultados iguais.»
Está a "acusar-me" de quê?
Quanto ao «
não sei se falta de estabilidade seria principal crítica a fazer aos políticos em geral», não tenho por princípio ofender. O mais "longe" que irei será isto: em teoria, há países socialistas, comunistas e capitalistas. Na prática, há homens e mulheres sem ética, uma vez que colocam os interesses pessoais à frente dos povos, a que é suposto servir, e à frente da ideologia, que é suposto defenderem.
De Anónimo a 13.04.2021 às 23:16
A arrogância e ódio da Ana Branco a quem cria , faz e inventa demonstra bem uma da causas de pobreza Portuguesa.
Porque raio alguém há de criar riqueza com uma Ana Branco a querer usar a violência para tirar a quem ganhou?
Veja-e esta pérola Fascistoide/Comunista
"A cada ano, devido a competição fiscal, perdem-se entre 160 e 190 bilhões"»
Perdem-se? ficar na mãos de quem enriqueceu é perder-se?
De Fascistoide ou Comunista? a 14.04.2021 às 10:59
«Perdem-se? ficar na mãos de quem enriqueceu é perder-se?»
Depende do ponto de vista:
Se a ideia é mantermo-nos na selva, não.
Mas se descemos das árvores para encontrarmos uma forma social mais equilibrada e que minimize as privações dos indivíduos menos capazes, então sim, não é só perder-se - é um roubo e é imoral...
A arrogância e ódio de quem cria, faz, e inventa, a quem entende que a criação, execução e invenção devem servir o todo (por oposição ao seu contrário) demonstra bem uma das causas da pobreza Mundial...
De Ana Branco a 14.04.2021 às 15:15
É isso.
Infelizmente, escrevo eu, a ética não é um "mal geral".
De Ana Branco a 14.04.2021 às 15:12
Um :) ao seu comentário.
Há quem trabalhe para outrem que tem de sobra.
O pagador, paga o mínimo.
Há quem trabalhe para outrem e receba um pouco mais, ou muito mais, que o mínimo.
O pagador desconta o mínimo.
Há quem trabalhe para outrem, horas a mais.
O pagador não paga o esforço suplementar.
Há quem tenha negócios à "porta fechada".
Não paga impostos.
Rico o que cria, faz e inventa, lucrando apenas com o seu sacrifício.
Se lucramos com o sacrifício dos outros, sejam os outros indivíduos ou a sociedade como um todo, somos?
Se queremos ser livres, se não gostamos das regras que se impõem para vivermos em sociedade, é melhor largar tudo e começar do nada no meio do nada.
A vida é para nós o que concebemos nela.