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A propósito da polémica gerada à volta da rusga na Rua do Benformoso, a esquerda em peso, na sua tradicional rejeição da burguesa autoridade policial, veio berrar contra o perigo das políticas condicionadas por “percepções”. Como se não fosse a função principal dos políticos gerir e cuidar das percepções geradas pela realidade que cada um experimenta. De resto uma percepção não é errada em si e é bom que cada um leve a sério as suas. A esquerda é aliás mestre no aproveitamento de percepções, ao acicatar a inveja contra o empreendedor capitalista, jogando com a percepção de que a riqueza é um bem estanque, que quando um empresário capitalista enriquece, o faz à conta das pessoas que empobrecem, como se a riqueza circulasse no mundo em circuito fechado em vasos comunicantes. O que a realidade analisada com cuidado nos mostra é que um empreendedor, ao criar um produto novo com interesse para o consumidor, (tomemos como exemplo a lâmpada eléctrica, ou a gravação sonora para consumo de Thomas Edisson) vai gerar uma riqueza que doutra forma não existiria, já para não falar do emprego que cria e dos impostos que gera, para usufruto do tão amado Estado.
Evidentemente que a percepção de insegurança é um problema que terá de ser aplacado pelo poder político, de pouco valem as estatísticas nacionais, no caso concreto de uma rua ou bairro onde de facto os moradores, vizinhança ou passantes se sentem inseguros, perante um panorama de consumo ou tráfico de droga. De resto, de pouco serve a comparação da realidade de Lisboa ou Porto com a realidade de uma grande metrópole sul-americana, a um munícipe que tenha sido assaltado na Meia Laranja ou que tenha receio de circular à noite numa rua dos subúrbios de Lisboa.
Nunca a longevidade, as condições sanitárias e os recursos de saúde foram tão democráticos como nos dias de hoje, mas convenhamos que é importante aplacar a percepção de insegurança de um utente na perspectiva de se confrontar com a necessidade de acorrer à urgência de um hospital. Os políticos no poder e na oposição sabem bem disso, que é pelas percepções que ele se conquista e perde. A estatística de pouco vale em confronto com as percepções; como sabemos, a Estatística é a ciência que diz que se eu comi um frango e tu não comeste nenhum, teremos comido, em média, meio frango cada um.
Bom Ano Novo a todos os leitores do Corta-fitas
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