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Pequeníssima reportagem

por José Mendonça da Cruz, em 15.11.23

A Sic está a dar hoje o primeiro episódio de uma série da rubrica «grande reportagem» de autoria do que é provavelmente o pior «grande repórter» vivo, Pedro Coelho. Tendo tido acesso à agenda de Ricardo Salgado, Pedro Coelho faz o que costuma fazer. Uma reportagem composta de

- 10% de imagens dele e da sua equipa a falarem de coisas importantíssimas, sem som;

- 20% de lamentos porque a maioria das pessoas com quem queria falar respondeu por escrito, ou tinha mais que fazer;

-20% de levantamento de suspeitas com base em factos e dados nenhuns;

- 30% de barro atirado à parede e a estatelar-se imediatamente no chão;

- 10% de textos gongóricos sem propósito ou conclusão;

-10% de atores, salas e móveis para servirem de «reconstituições».

A «grande reportagem» é tão séria e boa que Pedro Coelho enumera as vezes que Pedro Passos Coelhos recebeu ou falou com Ricardo Salgado sem nunca dizer que Passos Coelho lhe recusou o empréstimo de 2,5 mil milhões de euros que Salgado pedia para se salvar.


5 comentários

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De Filipe Costa a 15.11.2023 às 23:48

Tem razão e isso deve ser assinalado. Uma pergunta, Se o governo fosse do Sócrates, o BES/GES caia?
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De urinator a 16.11.2023 às 08:14

«SERGE HALIMI PRETENDE denunciar, em Os novos cães de guarda, o que chama de jornalismo de reverência,
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De Anónimo a 16.11.2023 às 10:18

Não vi, mas pelo que percebo, esse grande repórter Pedro Coelho trocou a ordem dos episódios e da história.  Logo nesse 1º episódio saltou para o fim da história, quando ela estava quase no seu desfecho. E deixou para trás todos os episódios mais importantes, os do desenvolvimento da história, a que tem as "cenas" mais interessantes certamente. Mas o repórter preferiu o viés e começar pelo fim, partir logo para a insinuação, que é uma forma velada de levantar uma suspeição. Ah! então significa que no "milieu" a afliçao deve ser muita! 
Sabe, J. Mendonça da Cruz, não há coincidências. Olhe para o calendário! O tempo urge. E esta gente ruge. A central da propaganda começou a aquecer os motores e vai entrar em acção. Já se ouvem os corneteiros. 
É muito bom sinal!

 Talvez tivesse mais lógica que um trabalho jornalístico com vários episódios seguisse mais ou menos com rigor a ordem dos acontecimentos: desde logo, recuava no tempo e centrava o trabalho onde tudo começou, porque é aí que está o "miolo" , o cerne da questão que explica tudo o resto (e muito mais!) do que viria a suceder. Trata-se obviamente  do conluio da dupla Salgado-Sócrates...
E o resto é treta.


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De balio a 16.11.2023 às 11:07

Os jornalistas em Portugal são muito semelhantes aos procuradores do Ministério Público (aliás, atuam em conluio uns com os outros). Todos eles fazem "levantamento de suspeitas com base em factos e dados nenhuns" e dedicam-se a "barro atirado à parede".
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De Frederico Pinheiro de Melo a 16.11.2023 às 17:30

Um pouco off-topic, eu sei (e irrelevante para o tema da "reportagem"), mas de alguma forma indicativo da falta de rigor ou escrúpulos com que se fazem as coisas — a casa mostrada na peça como "casa da família", onde o actor que representa Ricardo Salgado aparece sentado a ler papéis ou contemplativo a uma varanda, como se ali vivesse ou tivesse vivido, não é nem nunca foi de Ricardo Salgado. Foi de um ramo da família — tio e primos de RS —, mas não dele nem dos pais nem dos avós, isto é, não é a casa de família nalgum sentido de "casa-mãe do clã". Fica a nota. (E fica a pena que a Câmara de Cascais, a quem a casa pertence actualmente — e que deveria saber perfeitamente do que falo — se tenha prestado a cedê-la para uma reportagem nestas condições.)

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