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(...) As luminárias intelectuais da época não lhe recusavam o convívio. As suas canções eram interpretadas pela nata, de Sinatra a Ella, de Bing Crosby a Sarah Vaughan. McCartney era um símbolo sexual, da moda, da cultura e da contra-cultura. À escala da música popular, era igualmente um símbolo cimeiro de talento. Num determinado instante, que durou meia dúzia de anos, McCartney era o “maior”. E, sob a simpática ligeireza que afectava, ele sabia-o. E nem assim endoideceu. E isso, a ausência de loucura, é sobretudo o que o distingue dos parceiros de fama, quase todos menos famosos e quase todos um bocadinho avariados.
Ao contrário de Brian Wilson, o único contemporâneo seu concorrente em competência melódica, McCartney não se enfiou deprimido na cama por uma década ou duas. Ao contrário de Elvis, a única celebridade comparável, não se refugiou no peculiar conforto de Vegas e dos hambúrgueres. Ao contrário de inúmeros outros, não morreu de overdose, nem adoptou 17 esquimós, nem aderiu a um culto, nem apoiou terroristas, nem destruiu “suites” por desfastio. Ao contrário desse em que vocês estão a pensar, não se devotou a uma “artista” sem competências discerníveis e a clichés “contestatários” próprios da pré-adolescência. É verdade que, por pirraça, McCartney teimou em conceder à mulher um papel público que nada justificava. É verdade que se tornou vegetariano militante. É verdade que, para exibir com desfastio as credenciais do ofício, se viu preso no Japão por posse de marijuana. Insignificâncias, pois. Aos 80 anos completados hoje, 16 além dos 64 da lenda, crivado de homenagens e reverência, é possível dizer que McCartney foi um sujeito bastante “normal” para a vida anormalíssima que viveu. E demasiado normal depois que “morreu”. (...)
Alberto Gonçalves a ler na integra aqui
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Voluptuosa..............
No caso não é escassez artificial, é real: a procu...
Escassez artificial?Mas se com a chegada do metro ...
Tem toda a razão, hps.Mais um anónimo a quem só a...