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"Parece-me só natural que um partido da extrema-direita, que defende a especulação imobiliária e o negócio imobiliário, não seja bem recebido numa manifestação pelo direito à habitação".
Não, não é um comentário de um taxista sobre o facto de deputados terem sido obrigados a sair de uma manifestação pública, aconselhados pela polícia, escoltados pela polícia, para evitar o aumento da violência potencial decorrente da sua presença nessa manifestação.
É de facto um comentário de taxista, mas feito pela manda-chuva de um partido parlamentar, que pelos vistos não reconhece a alguns partidos o direito à manifestação, nem reconhece o abuso dos manifestantes, colocando-se manifestamente ao lado dos mais fortes, naquela circunstância e contra os direitos dos mais fracos, naquela circunstância.
A discussão sobre a sensatez do Chega é uma discussão que não me interessa nada, nem naquele caso, nem em muitos outros (eu também acho completamente insensato pretender assegurar o direito à habitação sendo contra o negócio imobiliário, como se pode ver que é o que pensa Mariana Mortágua sobre o assunto, no comentário que citei, mas isso não me faz defender que Mariana Mortágua deva ser expulsa, com recurso à ameaça, seja de onde for), mas a discussão sobre a complacência perante a violência como método de actuação política, essa sim, interessa-me.
Longe de mim estabelecer paralelismos anacrónicos, mas a verdade é que os partidos nazi e fascista (os legítimos), tinham milícias violentas e justificavam-nas com a necessidade de se defenderem dos ataques, igualmente violentos, de que eram alvo (vários dos partidos que se lhes opunham também praticavam a violência como método de actuação política, sempre com o argumento de que lutavam contra a violência maior que resultava da exploração do homem pelo homem).
Aparentemente, Mariana Mortágua acha só natural que se use a ameaça e a coacção, a que ela chama candidamente, ser mal recebido, contra inimigos políticos.
Eu, pelo contrário, não acho nada natural que se aceitem declarações destas como se fossem mais uma patetice do Bloco, este tipo de declarações estão bem para lá do aceitável.
Mariana deve poder dizer isto, se quiser, porque as democracias liberais prezam o seu, da Mariana, direito à asneira e a liberdade de o usar amplamente, e eu, naturalmente, tenho todo o direito a escrever um post que quase ninguém lê, a dizer que este tipo de declarações definem muito mais o que seria o bloco com poder, que as declarações habituais.
”O Estado adotará uma política tendente a estabelecer um sistema de renda compatível com o rendimento familiar e de acesso à habitação própria.”
É assim que reza a nossa Constituição.
E sendo assim, qual a razão para o Estado não ter estabelecido que os empréstimos para a compra de habitação própria fossem concedidos com rendas (prestações) mensais compatíveis com o rendimento das famílias, e, em princípio, com taxas fixas?
O sistema financeiro tem meios para que os Bancos possam conceder crédito a taxas fixas, sem correrem riscos incomportáveis.
Por outro lado, quando o BCE praticou juros negativos para os depósitos (o que também atirou a Euribor para terrenos negativos), por que não se aproveitou essa folga para prevenir o natural aumento daquele indexante?
Concluindo, por que razão os nossos governos não cumpriram com o estipulado na Constituição da República?
Puderam? Sim, a lei não o proibia, mas essa modalidade fazia aumentar o preço da mensalidade. E daí…
O que defendo é que o Estado (e vá lá a DECO) devia aconselhar os interessados a escolherem taxa fixa - essa seria uma boa forma de defender o consumidor. Mas o Estado fechou os olhos e encolheu os ombros, e a DECO fez a mesma coisa...
O Luk sabe explicar porque é que nos outros países a maioria dos empréstimos é feita a taxa fixa? E que, por via disso, a subida da Euribor não está a afligir os outros europeus, beneficiários de empréstimos para a habitação própria, muito diferente do que acontece aos portugueses.
Para mim, os portugueses optaram em função do preço - prestação mais baixa -, sem que tenham sido alertados para mais que esperada subida das taxas de juros do BCE, com a correspondente subida da taxa Euribor, indexante geralmente adoptado em Portugal, com as consequências que todos os dias ouvimos falar.
Tem culpa a Banca e têm culpa os nossos governantes. Aos meus olhos, claro.
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