Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]




"Parece-me só natural", diz ela

por henrique pereira dos santos, em 01.10.23

"Parece-me só natural que um partido da extrema-direita, que defende a especulação imobiliária e o negócio imobiliário, não seja bem recebido numa manifestação pelo direito à habitação".

Não, não é um comentário de um taxista sobre o facto de deputados terem sido obrigados a sair de uma manifestação pública, aconselhados pela polícia, escoltados pela polícia, para evitar o aumento da violência potencial decorrente da sua presença nessa manifestação.

É de facto um comentário de taxista, mas feito pela manda-chuva de um partido parlamentar, que pelos vistos não reconhece a alguns partidos o direito à manifestação, nem reconhece o abuso dos manifestantes, colocando-se manifestamente ao lado dos mais fortes, naquela circunstância e contra os direitos dos mais fracos, naquela circunstância.

A discussão sobre a sensatez do Chega é uma discussão que não me interessa nada, nem naquele caso, nem em muitos outros (eu também acho completamente insensato pretender assegurar o direito à habitação sendo contra o negócio imobiliário, como se pode ver que é o que pensa Mariana Mortágua sobre o assunto, no comentário que citei, mas isso não me faz defender que Mariana Mortágua deva ser expulsa, com recurso à ameaça, seja de onde for), mas a discussão sobre a complacência perante a violência como método de actuação política, essa sim, interessa-me.

Longe de mim estabelecer paralelismos anacrónicos, mas a verdade é que os partidos nazi e fascista (os legítimos), tinham milícias violentas e justificavam-nas com a necessidade de se defenderem dos ataques, igualmente violentos, de que eram alvo (vários dos partidos que se lhes opunham também praticavam a violência como método de actuação política, sempre com o argumento de que lutavam contra a violência maior que resultava da exploração do homem pelo homem).

Aparentemente, Mariana Mortágua acha só natural que se use a ameaça e a coacção, a que ela chama candidamente, ser mal recebido, contra inimigos políticos.

Eu, pelo contrário, não acho nada natural que se aceitem declarações destas como se fossem mais uma patetice do Bloco, este tipo de declarações estão bem para lá do aceitável.

Mariana deve poder dizer isto, se quiser, porque as democracias liberais prezam o seu, da Mariana, direito à asneira e a liberdade de o usar amplamente, e eu, naturalmente, tenho todo o direito a escrever um post que quase ninguém lê, a dizer que este tipo de declarações definem muito mais o que seria o bloco com poder, que as declarações habituais.


20 comentários

Sem imagem de perfil

De Anonimo a 01.10.2023 às 10:20

Ouvi num programa 5ª feira que o recurso à violência é legítimo se a luta for importante. Por isso...


Em pt há 2 respostas quando há este tipo de casos: justificável (o típico estava a pedir mesmo umas lambadas), ou nada justifica violência. A opção depende se quem responde é quem dá ou leva.
Sem imagem de perfil

De urinator a 01.10.2023 às 10:46

num país ml, quem tem bens ao luar, pode fazer e dizer o que quiser, porque é proprietário da verdade una e indivisível 
Sem imagem de perfil

De urinator a 01.10.2023 às 10:52


CONCEITO DE LEI EM SENTIDO JURÍDICO Carlos Schmiegue
« A palavra lei tem sido empregada indiscriminadamente, sem o menor cuidado quanto ao seu exato significado e importância nas relações sociais, salvo quando quem a emprega é pessoa realmente versada em Direito. No mais das vezes o que vemos e ouvimos são manifestações verbais em que a expressão lei é muito mal empregada, desvirtuando seu verdadeiro significado. A palavra lei tem sido impropriamente usada para designar textos normativos editados pelo Poder Executivo, como é o caso dos Decretos, dos Regulamentos e das Portarias, ou para designar atos do Poder Judiciário (sentenças e acórdãos) e Resoluções normativas. No âmbito do Direito é imperioso usar as palavras e expressões com o seu verdadeiro significado. Neste sentido, distinguir entre lei e norma é fundamental, para evitar confusões indesejáveis. Infelizmente até alguns
 bacharéis em Direito fazem mau uso dos vocábulos, atribuindo-lhes significados e efeitos que não lhes são próprios.
Sem imagem de perfil

De urinator a 01.10.2023 às 10:55

HISTORIA DE LA ESTUPIDEZ HUMANA PAUL TABORI

INTRODUCCIÓN 
Algunos nacen estúpidos, otros alcanzan el estado de estupidez, y hay individuos a quienes la estupidez se les adhiere. Pero la mayoría son estúpidos no por influencia de sus antepasados o de sus contemporáneos. Es el resultado de un duro esfuerzo personal. Hacen el papel del tonto. En realidad, algunos sobresalen y hacen el tonto cabal y perfecto. Naturalmente, son los últimos en saberlo, y uno se resiste a ponerlos sobre aviso, pues la ignorancia de la estupidez equivale a la bienaventuranza.
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 01.10.2023 às 11:34

BE e Chega jogam no mesmo campeonato. Estes dois são os mais genuínos rivais dentro do espectro político. Avaliam-se, observam-se e medem forças. Ambos sabem que têm o mesmo peso enquanto esperam no banco dos suplentes, prontos a responder à chamada _ a qualquer momento _ no caso de... serem precisos "reforços".
Cada um na sua especialidade "parece-me natural" esta disputa a tentar marcar pontos. Funcionam assim as democracias. 
No entanto não vale tudo. Um deles, em declínio evidente, faz "jogo" sujo por dois motivos: em desespero de causa por um lado e por outro porque na sua matriz ideológica está inscrito o uso sistemático da violência, da coacção e da ameaça como actuação política. Não tenhamos dúvidas dos seus métodos de repressão e de intimidação se um dia fossem poder. O que disse e defendeu a Mariana Mortágua é uma brincadeirinha de meninas , é apenas um "pálido" vislumbre do muito de que são capazes. Que ninguém se engane com a escolha de vozes melífluas e ciciantes como a das suas dirigentes.
Ter presente que o BE é um partido revolucionário trotskista,  no fundo uma espécie de actualização do marxismo puro e duro (encapotado como convém). 

Mas, já agora, convém sublinhar (e lembrar) que foi o dr.Costa que, também em desespero de causa,  lhes franqueou as portas dando-lhes espaço para todas as dissoluções e todas as agendas disruptivas a que vimos assistindo. De há 8 anos a esta parte que esta gente vive numa voragem e num desassossego permanente com tanto "afazer"  de refazer e desfazer.
Imagem de perfil

De O apartidário a 01.10.2023 às 12:13

E o pior é que a voragem ideológica já chegou à infância(dando para prever o que virá no futuro tendo em conta o estado mental de muitos adolescentes actualmente).
https://imagenssem.blogs.sapo.pt/o-neo-totalitarismo-62733
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 01.10.2023 às 14:57

 Onde não há proletariado, os marxistas arranjam maneira de trocar a luta de classes por outras "lutas". Identificam as novas vítimas para as "proteger" (as minorias) e acabam a atirar ao alvo. Sem quaisquer escrúpulos, estes decadentes que não olham a meios  para os seus fins, acabam a usar os mais desprotegidos: as crianças ( fazendo vítimas colaterais). Não é à toa que tanto lutam pela Escola pública. À guarda do Estado e em nome da "autoridade" do Estado e das suas orientações "pedagógicas"(!) as crianças ficam à mercê deste deboche. É, pois a Escola pública o palco ideal das suas "lutas" sob o controlo destes déspotas que a dominam _ by appointmente de sua Magestade. o Exª o dr. ACosta que, desde a geringonça, lhes concedeu de prémio esta "coutada" para as suas "científicas" experiências pedagogicas com as nossas crianças).  
Assim, os mais pequenos ficam expostas inocentemente a estas ideologias, sem capacidade de discernir que são alvo da mais perniciosa lavagem cerebral (leia-se sujeitas às influências que irrompem no ministério).  Veremos os estragos futuros.  
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 01.10.2023 às 19:54

... são crianças-cobaias! 
Sem imagem de perfil

De Hugo Filipe a 01.10.2023 às 15:06

No dia em que um deputado do Chega levar uma que já não se levanta, será interessante verificar as responsabilidades daqueles, que activamente ou passivamente, contribuíram para esta demonização e alienação mental.
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 01.10.2023 às 15:06

E o povo acredita nesta gente que desce as ruas até eles, luta por eles, arrepela-se e despe as vestes por eles. Ah! bom povo!


“Vamos ver o povo/ Que lindo é/ Vamos ver o povo./ Dá cá o pé.// Vamos ver o povo./ Hop-lá!/ Vamos ver o povo.// Já está" --- Mário Cesariny
Sem imagem de perfil

De Figueiredo a 01.10.2023 às 15:33

As “manifestações” pelo direito à habitação que ocorreram no dia 30 de Setembro de 2023, foram falsas manifestações organizadas pelos liberais/maçonaria, um teatro para dar a falsa ideia de que existe oposição ao regime liberal/maçónico imposto pelo golpe de Estado da OTAN a 25 de Abril de 1974. 


Estas falsas manifestações que decorreram contaram com a presença de vários Estrangeiros, uma situação muito grave que coloca em causa o País, pois temos neste momento Estrangeiros a cometer ingerência nos assuntos internos de Portugal e dos Portugueses e parolos a cometer ingerência nos assuntos de Cidades e Localidades de onde não são naturais. 


É preciso proibir os Estrangeiros de exercer actividade política em Portugal. 


Quanto ao confronto entre os elementos liberais/maçónicos que participavam do evento e o partido político liberal/maçónico Chega (CH), foi tudo preparado e combinado, uma encenação.
Sem imagem de perfil

De Carlos a 01.10.2023 às 17:52

”O Estado adotará uma política tendente a estabelecer um sistema de renda compatível com o rendimento familiar e de acesso à habitação própria.”

É assim que reza a nossa Constituição.

E sendo assim, qual a razão para o Estado não ter estabelecido que os empréstimos para a compra de habitação própria fossem concedidos com rendas (prestações) mensais compatíveis com o rendimento das famílias, e, em princípio, com taxas fixas?

O sistema financeiro tem meios para que os Bancos possam conceder crédito a taxas fixas, sem correrem riscos incomportáveis.

Por outro lado, quando o BCE praticou juros negativos para os depósitos (o que também atirou a Euribor para terrenos negativos), por que não se aproveitou essa folga para prevenir o natural aumento daquele indexante?

Concluindo, por que razão os nossos governos não cumpriram com o estipulado na Constituição da República?

Sem imagem de perfil

De lucklucky a 01.10.2023 às 23:23

As pessoas puderam escolher taxas fixas ou varíáveis. 
Sem imagem de perfil

De Carlos a 02.10.2023 às 17:37

Puderam? Sim, a lei não o proibia, mas essa modalidade fazia aumentar o preço da mensalidade. E daí…

O que defendo é que o Estado (e vá lá a DECO) devia aconselhar os interessados a escolherem taxa fixa - essa seria uma boa forma de defender o consumidor. Mas o Estado fechou os olhos e encolheu os ombros, e a DECO fez a mesma coisa...

Sem imagem de perfil

De lucklucky a 03.10.2023 às 02:50


Claro que o preço da fixa é maior quando os juros são baixos que raio de afirmação.
Ou seja você considera que as pessoas não têm capacidade para escolher taxa fixa ou variável mas devem poder votar...Diga  depois de quase 50 anos de escola publica "democrática" "inclusiva" etc etc  explique-me porque é que os trata como imbecis ou crianças?
Sem imagem de perfil

De Carlos a 03.10.2023 às 15:55

O Luk sabe explicar porque é que nos outros países a maioria dos empréstimos é feita a taxa fixa? E que, por via disso, a subida da Euribor não está a afligir os outros europeus, beneficiários de empréstimos para a habitação própria, muito diferente do que  acontece aos portugueses.

Para mim, os portugueses optaram em função do preço - prestação mais baixa -, sem que tenham sido alertados para mais que esperada subida das taxas de juros do BCE, com a correspondente subida da taxa Euribor, indexante geralmente adoptado em Portugal, com as consequências que todos os dias ouvimos falar. 

Tem culpa a Banca e têm culpa os nossos governantes. Aos meus olhos, claro. 

Sem imagem de perfil

De Terry Malloy a 01.10.2023 às 19:11


Não me parece que o maior problema seja o uso da "ameaça e a coacção [...] contra inimigos políticos". Talvez até seja uma coisa boa, quem sabe. Tudo é passível de ser debatido e analisado.



O problema no actual recurso à "ameaça e a coacção [...] contra inimigos políticos" é a unidireccionalidade da sua aceitação.



Os motins com que a esquerda americana queimou duas dúzias de cidades em 2020 e fez dezenas de mortos foram "fiery but mostly peaceful" (descrição da CNN, em directo contra um muro de chamas).


As agressões a deputados eleitos numa grande cidade portuguesa em 2023 são "só naturais".


Mas uma manifestação com berros e sem violência no lançamento de um livro LGBT é terrorismo de "energúmenos".


O problema não é a violência no jogo. É o modo como o relator do jogo (OCS) legitima a cacetada de uma das equipas, e apenas de uma.

Comentar post


Pág. 1/2



Corta-fitas

Inaugurações, implosões, panegíricos e vitupérios.

Contacte-nos: bloguecortafitas(arroba)gmail.com



Notícias

A Batalha
D. Notícias
D. Económico
Expresso
iOnline
J. Negócios
TVI24
JornalEconómico
Global
Público
SIC-Notícias
TSF
Observador

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Comentários recentes

  • O apartidário

    Parece é que poucos estão preparados para discutir...

  • Nuno Lopes

    Tenho um histórico de cirurgias infelizmente longo...

  • O apartidário

    Sendo que, no entanto,os doentes no Sns são(por co...

  • Migang

    O problema de Espanha é ter um tribunal de ideolog...

  • Anónimo

    Do ponto de vista de quem gere, um doente é um cli...


Links

Muito nossos

  •  
  • Outros blogs

  •  
  •  
  • Links úteis


    Arquivo

    1. 2023
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    14. 2022
    15. J
    16. F
    17. M
    18. A
    19. M
    20. J
    21. J
    22. A
    23. S
    24. O
    25. N
    26. D
    27. 2021
    28. J
    29. F
    30. M
    31. A
    32. M
    33. J
    34. J
    35. A
    36. S
    37. O
    38. N
    39. D
    40. 2020
    41. J
    42. F
    43. M
    44. A
    45. M
    46. J
    47. J
    48. A
    49. S
    50. O
    51. N
    52. D
    53. 2019
    54. J
    55. F
    56. M
    57. A
    58. M
    59. J
    60. J
    61. A
    62. S
    63. O
    64. N
    65. D
    66. 2018
    67. J
    68. F
    69. M
    70. A
    71. M
    72. J
    73. J
    74. A
    75. S
    76. O
    77. N
    78. D
    79. 2017
    80. J
    81. F
    82. M
    83. A
    84. M
    85. J
    86. J
    87. A
    88. S
    89. O
    90. N
    91. D
    92. 2016
    93. J
    94. F
    95. M
    96. A
    97. M
    98. J
    99. J
    100. A
    101. S
    102. O
    103. N
    104. D
    105. 2015
    106. J
    107. F
    108. M
    109. A
    110. M
    111. J
    112. J
    113. A
    114. S
    115. O
    116. N
    117. D
    118. 2014
    119. J
    120. F
    121. M
    122. A
    123. M
    124. J
    125. J
    126. A
    127. S
    128. O
    129. N
    130. D
    131. 2013
    132. J
    133. F
    134. M
    135. A
    136. M
    137. J
    138. J
    139. A
    140. S
    141. O
    142. N
    143. D
    144. 2012
    145. J
    146. F
    147. M
    148. A
    149. M
    150. J
    151. J
    152. A
    153. S
    154. O
    155. N
    156. D
    157. 2011
    158. J
    159. F
    160. M
    161. A
    162. M
    163. J
    164. J
    165. A
    166. S
    167. O
    168. N
    169. D
    170. 2010
    171. J
    172. F
    173. M
    174. A
    175. M
    176. J
    177. J
    178. A
    179. S
    180. O
    181. N
    182. D
    183. 2009
    184. J
    185. F
    186. M
    187. A
    188. M
    189. J
    190. J
    191. A
    192. S
    193. O
    194. N
    195. D
    196. 2008
    197. J
    198. F
    199. M
    200. A
    201. M
    202. J
    203. J
    204. A
    205. S
    206. O
    207. N
    208. D
    209. 2007
    210. J
    211. F
    212. M
    213. A
    214. M
    215. J
    216. J
    217. A
    218. S
    219. O
    220. N
    221. D
    222. 2006
    223. J
    224. F
    225. M
    226. A
    227. M
    228. J
    229. J
    230. A
    231. S
    232. O
    233. N
    234. D