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Outra vez a biomassa?

por henrique pereira dos santos, em 25.09.24

Episódios de fogos dramáticos - insisto que desta vez foram só dois ou três dias de condições desfavoráveis e os ventos não estavam muito fortes - geram muita confusão depois, como demonstra Tiago Oliveira na sua tese, num gráfico muito interessante que liga a quantidade de produção legislativa e a ocorrência de anos maus de incêndios.

leis.jpg

Com o PS, de maneira geral dominam grandes proclamações de reforma da floresta que acabam por traduzir-se em reforço do combate, proibições várias, medidas estruturais, no papel, e projectos delirantes assentes no dinheiro dos contribuintes, no que diz respeito à gestão da paisagem (até se produzem coisas interessantes, como este relatório em que se empenhou fortemente o meu amigo Pedro Bingre do Amaral. Quem conheça as nossas relações pessoais um bocado agitadas pode pensar que aquele "amigo" é irónico, mas não é, temos fortíssimas divergências, mas o Pedro é, de entre as pessoas que acho que têm uma perspectiva errada do problema, das que produzem informação mais interessante).

Com o PSD vem a conversa autárquica e bombeiral dos incendiários, das ajudas, dos apoios, da necessidade de dar poder aos autarcas para fazer o que está certo (que já têm, mas como custa dinheiro, o que na verdade estão a dizer é que querem que o Estado central lhes entregue dinheiro para se substituírem aos proprietários, em vez de o Estado central pagar directamente aos proprietários o que pretende que seja feito), queiram ou não os proprietários, a conversa dos fundos, de apoiar quem está no terreno, da criação de emprego no interior, e etc.

Independentemente de algumas diferenças há grandes coincidências que se mantêm, em especial a desvalorização do conhecimento científico produzido (a forma como tanto responsável político tem estado a ignorar o trabalho de Cristina Soeiro sobre o perfil do incendiário é extraordinária, mas mais extraordinária é a forma como a generalidade dos jornalistas enfiam a treta pela goela abaixo sem pestanejar e confrontar os responsáveis políticos com a informação objectiva produzida) e o endeusamento do conhecimento de inspiração divina, que de estudo não é, que autarcas e responsáveis de bombeiros têm sobre como gerir o fogo, compreendendo o seu comportamento e a sua ecologia.

Por tudo isto, um dos assuntos que recorrentemente aparece na discussão são as centrais de biomassa (por exemplo, veja-se a última missa dominical do grande especialista de economia rural e fogos, Marques Mendes).

Face à evidência avassaladora de que temos um problema sério de ausência de gestão, ou sub-gestão, dos materiais finos que alimentam o fogo, há duas grandes linhas de pensamento, e uma pequena, pequeníssima comunidade que vai defendendo o pagamento público de um serviço público, directamente aos que o prestam.

As duas linhas de pensamento dominantes, reconhecendo que estamos perante um problema de ausência de criação de valor associada à gestão de matos, querem criar valor para essa actividade, mas sem pôr os contribuintes a pagar essa gestão.

Uns acham que as terras marginais são rentáveis, é só o seu contexto administrativo e de propriedade que impede os amanhãs que cantam, portanto empenham-se em discussões intermináveis sobre fiscalidade e direito sucessório com o objectivo de criar um proprietário novo, o proprietário que ganha dinheiro a gerir mato, uma vez liberto dos constrangimentos que o tolhem.

Outros acham que é preciso valorizar a biomassa, portanto, encontrar-lhes um destino economicamente radioso, os mais sofisticados torram dinheiro num laboratório ali para os lados de Coimbra, para conseguir produzir combustíveis a partir do mato, os mais básicos pedem centrais de biomassa.

Judiciosamente, Paulo Fernandes costuma lembrar que o fogo florestal e a central de biomassa têm dietas diferentes, o que o incêndio quer é combustível fácil e rapidamente inflamável para que a chama seja transmitida a partir de quantidades de energia libertadas relativamente baixas, a central de biomassa quer material denso, com elevado potencial energético, para maximizar a produção de energia aumentando o tempo de residência da chama.

Ou seja, a optimização económica de uma central implica ter materiais grossos o mais perto possível da central, a optimização do incêndio florestal acontece quando existem materiais finos onde Judas perdeu as botas.

Sobre isto, convém ter em atenção que os tais materiais finos que alimentam o fogo florestal, e dificilmente alimentam uma central de biomassa (nos seus tempos áureos, a central de biomassa de Mortágua tinha uns 2% de matos no mix de combustíveis que a alimentavam), são sobretudo ar e água e têm baixo potencial energético, o que significa que os custos de transporte disparam para uma criação de valor em energia muito baixo.

Cortar mato é caro, transportar mato para o transformar em energia é ainda mais caro, razão pela qual as centrais de biomassa que podem ser competitivas não se alimentam de combustíveis finos trazidos do fim do mundo, mas estão associadas à valorização de resíduos de actividades que concentram biomassa a partir de outra actividade que tira partido do produto principal (por exemplo, serrações, fábricas de processamento de madeira, seja para que fim industrial for, etc.).

As únicas centrais de biomassa que podem ter interesse para ganharmos controlo sobre o fogo são centrais que se deslocam ao sítio onde estão esses materiais finos e os consomem sem necessidade de operações caras de corte.

Felizmente existem, têm quatro patas e chamam-se cabras.

Paguemos esse serviço a quem as pastoreia e conseguimos muito mais resultados, de forma muito mais barata.


16 comentários

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De Anónimo a 25.09.2024 às 10:36


Recentemente li um livro sobre ambiente que enfatiza que praticamente toda a poluição do ar tem origem na combustão de alguma coisa. Acabe-se com a combustão e acabam-se os problemas de poluição do ar.
De entre todas as combustões, aquelas que estão associadas a mais sérios problemas de poluição são geralmente a queima de biomassa (lenha ou variados resíduos vegetais).
Nesse sentido, qualquer combustão de matéria vegetal, seja em fogos controlados seja em centrais de biomassa, pode transformar-se num problema mais ou menos sério de poluição do ar (geralmente localizado, mas potencialmente forte).
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De Susana V. a 26.09.2024 às 10:28

A madeira vai arder de qualquer maneira. Ou arde de forma controlada, ou de forma descontrolada num incêndio. 
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De Silva a 25.09.2024 às 14:55

"Paguemos esse serviço a quem as pastoreia"


Eis HpdS a promover o socialismo através da subsídio-dependência e a promover a via para transformar as cabras em novas funcionárias públicas.
O que é preciso é acabar com o socialismo.
É necessário implementar, rapidamente e em força, reformas estruturais a começar, repito, a começar pela abolição do salário mínimo, liberalização dos despedimentos e abolição dos descontos seguindo-se outras reformas estruturais.



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De henrique pereira dos santos a 25.09.2024 às 16:11

Deve ser isso, é completamente absurdo que se incentive um soldado a ser soldado dando-lhe um subsídio mensal
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De Silva a 25.09.2024 às 17:06

Vamos lá a ver:
Quanto é que propõe pagar aos pastores por mês (valores líquidos)?
Quantas cabras devem esses pastores ter sob sua responsabilidade?
Quanto é que seria o valor a pagar por cabeça?
O valor a pagar por cabeça seria o mesmo para uma cria recém-nascida (que ainda não come erva e mato) e para um cabra que já come mato?
Quem iria fiscalizar essas situações?
Quem iria controlar quantas cabeças têm cada pastor subsidiado
Quem faz o controlo se esses pastores pastoreiam nas serras ou se as cabras  estão a ser apenas criadas numa quinta ou numa herdade?
Será preciso criar uma equipa de fiscais (quantos seriam?) para controlar isso com a criação de uma estrutura dirigente?
Quais seriam os poderes dos fiscais? Poderiam emitir coimas, contra-ordenações, autos-de-notícia, etc.
Quantos processos judiciais iriam existir com a criação desta nova estrutura na Admnistração Pública?
Quantos carros seriam necessários para os fiscais efectuarem o serviço de fiscalização?
Já que muitos dos sítios a fiscalizar seriam serras e matas, os fiscais deveriam conduzir carros normais ou (jipes e todo-terrenos).
Será que deveriam ser utilizados drones? Seria necessário implementar um curso de formação para haver monitorização com drones?
De quanto em quanto tempo as viaturas e os drones deveriam ser substituídos?
Qual seria o custo dos fiscais (e de toda a estrutura onde os fiscais estariam inseridos com água, energia, telecomunicações, combustíveis, computadores, telemóveis, viaturas, drones, papel, etc. e outros custos incluídos)?

A que Ministério essa entidade estaria incorporada (Ministério da Agricultura, Ministério do Ambiente, Ministério da Administração Interna)?



Olhe que estas são apenas umas poucas questões básicas?
Não reflectir sobre isso, seria uma enorme falha de carácter (independentemente do comentário ser ou não censurado).
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De henrique pereira dos santos a 25.09.2024 às 18:26

Sim, as questões parecem-me mesmo muito básicas, na linhas das intervenções repetitivas que tem vindo a fazer.
A proposta é simples: pagar cem euros por hectare a quem tiver os combustíveis finos com menos de 50 cm de altura. Se houver muita gente a concorrer, o preço está alto e é preciso baixar, se houver pouca gente a concorrer, o preço está baixo e é preciso subir.
Qual é mesmo a sua questão que não seja básica?
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De henrique pereira dos santos a 25.09.2024 às 18:27

E sim, deito muitos comentários seus para o lixo porque são lixo.
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De José Monteiro a 25.09.2024 às 20:34

A) Biomassa: Central na ZI Fundão há anos, o autarca a levar empregos para a cidade. Há anos em discussão pela população vizinha, parece interminável.
B) As cabras, solução alimentada há anos, para ninguém fazer nada, nomeadamente ao nível dos governos.
B) Custear a limpeza do mato: na zona da cidade do Fundão, meio circulo de 50 metros diâmetro, no limite do terreno de habitação ao lado: há três anos, custo 300 euros; recentemente, impossível de limpar, por ocupação de um dos poucos técnicos muito ocupados em áreas extensas na zona afastada da vila.
C) Nas TV, a solução milagrosa dos comentadores profissionais: a panaceia da tecnologia no combate ao foguetório geral.
Talvez nos moldes do caso recente da prisão da vigilância que economiza guardas ou métodos electrónicos mais simples!
PS: com base no factor humano, farei por enviar artigo no JF em 2010.
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De Anónimo a 26.09.2024 às 12:18

Meu caro HPS totalmente de acordo. Só faria uma pequena alteração. Como ninguém quer ser pastor, avançava outra ideia. As Câmaras Municipais compram as cabras em quantidade adequada à extensão dos espaços críticos (zonas com maior probabilidade de incêndio e de acessos difíceis) onde depois seriam libertadas para fazer o seu trabalho. Criar pontos de distribuição de água para as ditas, se necessário. Claro está que isto implica algum tipo de monitorização a ser feito pelas Câmaras ou Juntas de Freguesia. E como é óbvio proibir a caça à cabra.
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De vasco Silveira a 26.09.2024 às 12:38

Caro senhor


Peço desculpa, não vou comentar o seu post, mas apenas fazer uma pergunta sobre a qual terá por certo facilidade em me esclarecer:
Na UE (27 ?) e desde 2000 até 2023, Portugal tem uma percentagem do seu território ardida ( média anual) superior a 1 por cento (1,02%), e é o país com mais elevada percentagem do seu território consumido anualmente pelo fogo.  O país que lhe segue tem um valor (%) de cerca de um terço menor (grécia - 0,38%) Croácia e Chipre quatro vezes menor, e, por exemplo Espanha, quase 10 vezes menor percentagem do território nacional ardido.


Será possível que as características próprias nacionais (clima, relevo, ...) justificarão agrande parte desta disparidade, ou a mesma tem sobretudo origem no nosso (des)ordenamento territorial, de culturas e plantações, na (in)existência em boa parte do país de actividade económica agrícola favorável para as pessoas e coberturas vegetais.
Como exemplo/justificação do meu cepticismo, apontaria talvez a grande superfície nacional do Alentejo (Alto ?), densamente povoado por montado de Sobro e Azinho, mas que tem também, explorações de gado e cereais ( na maioria, vacum, e fenos); movimenta as terras (gradado, semeado, ...) e mantém populações (animais e humanas) nos territórios.
Por esta leitura, parece que a origem dos grande  fogos (fogos haverá sempre pois são fenómenos naturais; é sobretudo o grande fogo/área ardida) terá eesa culpa humana: plantamos e semeamos as espécies erradas; não damos o acompanhamento dos solos adequado).
E, por favor, não peça ao estado para expropriar  e explorar: já somos ambos suficientemente crescidos para saber o terrível desastre produtivo ( para além doutros) que a reforma Agrária foi.


Cumprimentos


Vasco Silveira
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De Anónimo a 26.09.2024 às 16:44


Será possível que as características próprias nacionais (clima, relevo, ...) justificarão agrande parte desta disparidade


Não sei nada sobre Croácia, Chipre e Grécia. Mas em Portugal o problema está relacionado com a abundância de chuva na primavera, que causa um crescimento de plantas muito maior do que, por exemplo, em Espanha. Parece que se chama a isso "produtividade primária": a quantidade de matéria vegetal que se cria num hectare de terreno num ano. A produtividade primária de Portugal é, segundo julgo saber, especialmente alta.
A Espanha também tem uma produtividade primária muito alta na Galiza, que também arde muito tal como Portugal. A média nacional de Espanha oculta este facto: há zonas de Espanha que ardem muito, mas são contrabalançadas por outras que ardem muito pouco.
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De vasco Silveira a 27.09.2024 às 18:55

Caro Senhor
Agradeço a sua informação.


Cumprimentos
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De vasco Silveira a 26.09.2024 às 12:43

Desculpe, não dei origem dos dados numéricos:
_ vi ha´algumas semanas no Economist, em revista que que entretanto se foi, e encontrei agora o "Copernic's. Europe's eyes on earth.
( https://forest-fire.emergency.copernicus.eu/apps/effis.statistics/estimates)
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De Anónimo a 26.09.2024 às 12:54

atenção que as cabras não comem madeira, primeiro têm de limpar o terreno dos matos mais grossos.
Ps: eu tenho cabras
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De Anónimo a 26.09.2024 às 16:38


as cabras não comem madeira, primeiro têm de limpar o terreno dos matos mais grossos


Mas mesmo havendo caules grossos, as cabras podem comer-lhes as folhas de tal maneira que o caule fica sem com que se aguentar vivo. É o que acontece com as silvas: as cabras não comem o caule (picar-se-iam se o fizessem), mas lambem as folhas uma a uma de tal forma que a silva fica sem sustento para continuar a medrar.
Segundo já fui informado, os burros fazem o mesmo trabalho: comem as folhas das silvas uma a uma.
(As silvas são um terror particular meu, de tal forma elas medram nalguns terrenos meus.)
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De José Carlos Ferreira a 27.09.2024 às 12:42

As cabras comem as folhas e deixam os matos secos. As cabras têm um grande problema que é a sua guarda. Elas gostam muito das hortas dos vizinhos.

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