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Claro que me incomoda profundamente o encerramento do Convento da Cartuxa em Évora, o último mosteiro contemplativo masculino existente Portugal. Hoje, um espasmo de gozo aliviou momentaneamente o tormento de Afonso Costa a arder no inferno dos déspotas. Vem nas notícias: com idades entre os 80 e os 90 anos, os quatro monges que lá resistem em clausura, em "silêncio, oração e absoluta entrega a Deus", em Outubro vão ser transferidos para outro mosteiro, em Barcelona. A questão que me aflige não tem tanto que ver com o destino a que irá ser dado àquele precioso património monumental e arquitectónico, mas ao facto da ordem em Évora, nas últimas frívolas décadas, não ter sido capaz de se renovar. Um sinistro sinal dos tempos. Quem não acredita que a oração (e o silêncio, meu Deus, o que fizeram ao silêncio?!) seja vital para a nossa harmonia como pessoas e sociedade, talvez perceba que estas ancestrais comunidades ao se extinguirem, na mesma medida em que vão perdendo corpo as velhas paróquias e rareando as famílias com laços sólidos, deixam expostos os indivíduos, cada vez mais solitários e vulneráveis, ao controlo e voracidade do cada vez mais desmesurado Leviatã, e à sua sagrada Ordem - aparentemente só querem os nossos impostos mas estamos bem domesticados. Não quero ser desmancha-prazeres, mas suspeito que isto, antes de um dia se voltar a humanizar, ainda vai piorar muito.
Fotografia daqui
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