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Os subsídios, todos os dias a baralhar.

por Jose Miguel Roque Martins, em 13.07.22

Não há nada mais popular em Portugal do que subsídios. Todos gostam de os receber, ignorando as distorções brutais que implicam na transferência ( normalmente indesejada ou injusta) de rendimentos entre grupos,  na menor produção de riqueza e no mais ineficiente uso dos recursos disponíveis em termos de bem estar geral ( e pessoal).

Hoje li duas noticias sobre subsídios, como acontece todos os dias.

A primeira, num jornal desportivo, que ilustrava a razoabilidade dos subsídios destinados a atrair emigrantes. No caso, a transferência de Trincão do Barcelona para o Sporting, beneficiando as partes de uma taxação mais baixa porque Trincão retornou a Portugal. Muitos até clamam por uma taxação especial no futebol, já que uma menor taxação noutros países, permitem-lhes ser mais competitivos em termos do que verdadeiramente importa, os salários líquidos dos jogadores. Sou a favor de menos impostos, mas para isso a despesa publica não pode continuar a subir. No entretanto, parece-me, temos que ter o futebol que podemos, tal como acontece com todos os outros sectores da sociedade.

A segunda noticia refere a provisão de cerca de 8 milhões para tratamentos de fertilidade de casais, o que é certamente um propósito mais nobre do que o Futebol.  Tecnicamente a iniciativa não é um subsidio, mas em termos práticos é um subsidio: apenas os contemplados dos milhares de candidatos, poderão aceder ao tratamento que não passa a ser uma cobertura universal do SNS. Todos sabemos que apenas os cidadãos mais informados, normalmente com maiores rendimentos, acabarão por beneficiar desta medida. Alguns melhor do que nenhuns é positivo, mas não se tenham ilusões, é um subsidio regressivo que beneficia as classes menos desfavorecidas. Dá-se uma no cravo e outra na ferradura, aumentando a já total opacidade do sistema distributivo Português.

Ir dando pequenas benesses a grupos legítimos ou menos legítimos de pressão, pode retirar algum vapor da caldeira de contestação.Apenas com o prejuízo de sermos um País mais justo e desenvolvido.


18 comentários

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De balio a 13.07.2022 às 14:58


Não me parece nada evidente que os tratamentos de infertilidade beneficiem predominantemente os cidadãos mais ricos.
Qualquer cidadão que tenha um médico de família pode queixar-se-lhe de que tem sido incapaz de ter filhos. Esse médico pode então recomendar a esse cidadão que recorra a tratamentos de infertilidade no SNS.
O SNS tem montes de outras valências que um cidadão normal ignora mas de que, se fôr a um médico, pode ser informado.
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De Pedro Oliveira a 13.07.2022 às 23:02

Concordo.
Quem escreve que os tratamentos ou melhor o subsídio para os tratamentos de fertilidade vão beneficiar os "ricos" desconhece o que se passa nessa área específica.
Pense que o dinheiro público será mais bem empregue em tratamentos de fertilidade para ricos, para pobres, para todos que em eutanásias pagas com dinheiro público.
Ou no caso da eutanásia será o ti Manel Alentejano que vai usufruir desse "frescura".
- Maria tou pensando matar-me.
- Ah, Manel, agora chama-se eutanásia
- Maria, levo uma corda e vou eutasaniar-me no sobreiro grande.
Os pobres resolvem o problema assim, os ricos, é que precisam de caviar, de uma enfermeira, dum médico e dum psicólogo para se matarem.
Nada contra, existe médica privada, mantém-se à vontade mas sem encargos para o Estado.
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De Pedro Oliveira a 13.07.2022 às 23:08

Errata:
(teclado inteligente, bah)
"Penso que o dinheiro (...)"
"Nada contra, existe medicina privada, matem-se à vontade mas sem encargos para o Estado '
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De maria a 13.07.2022 às 18:56

Pela conversa de António Costa apesar de receber tanto dinheiro da Europa afinal há mais pobres. Se aumentou o Cabaz e subsídios.
Interessa-lhe um país de pobres e dependentes, assim terá mais votos.
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De Anonimo a 13.07.2022 às 22:00

Isso, votem psd, que cortam salários,  pensões e ainda ficam sem cabaz. E é bem capaz de acabar com isso do retorno do imposto da gasolina.
É isso que querem, um país mais pobre?
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De Anónimo a 14.07.2022 às 00:36

Isso saíu-lhe assim tudo da cabeça de seguida ou teve que estar a juntar ideias a tarde toda?
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De Anónimo a 14.07.2022 às 09:36

"cortam salários, pensões... ficam sem cabaz".  


Que tristeza! Se fosse dantes, diriam que lhe tinham enfiado a cassette pela goela abaixo. Assim é só ignorância e falta de memória. Ora conte lá a quantas bancarrotas já assistiu? Já lhe perdeu a conta? E já agora: sabe quem as provocou?
A questão dos pobres pode resolver-se com cabazes mas isso é uma medida superficial, só serve para acudir a nível imediato e apenas temporariamente, pois o problema não fica resolvido. A pobreza vai persistir, porque não se está a actuar nas causas, nem vai ao fundo da questão. Não é com cabazes que se resolve a pobreza do nosso país.  Tem de se complementar com outro tipo de medidas, mais profundas, que mexam verdadeiramente no tecido social, que tragam mudanças efectivas e definitivas na vida das pessoas.  Mas já deu para perceber que isso é areia de mais para a sua camionete QED E também para os governantes em quem você vota. QED.
Há ainda a considerar um outro tipo de pobreza, que é a de espírito. Mas essa, nem com cabazes lá fôra... 

De modo que é assim,  pela rama, que governam esses molengões e langueiros em quem vota. Questões de fundo? Népias. Zero. Para isso teriam de pensar  e ter uma IDEIA para o país, mas isso dá trabalho. E trabalhar faz calos. Além do mais eles têm um horizonte temporal muito curtinho. Têm os olhos (e o sorriso) postos no telejornal da 8h, trabalham para as boas sondagens populares, garantia de bons resultados "eleiçoeiros", etc.
Quer ver outro exemplo? Veja o problema dos fogos que é a mesma coisa, só que em vez de ser com cabazes, pegam em mangueiras e zás, fica mais uma vez "resolvida" a questão. E adeus até ao meu regresso, que pró ano há mais mangueiradas.  E quem diz "cabazes", diz outra coisa qualquer, porque tudo serve para empurrar os problemas com a barriga, "à la socialista"...
Mas pronto, se «é disto que o meu povo gosta»...continue a votar neles. Pois claro! O que interessa é que o povo esteja feliz e contente!!! E o país há-de ter um lindo enterro.
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De maria a 14.07.2022 às 10:40

Anónimo idiota e pacóvio. Deve ser amigo do Costa.
Quem assinou o memorandum para receber 77.000 M€ foi o PS. Lá estava inscrito muitos cortes.
Não havia dinheiro para nada, nem salários nem para gerir ministérios.
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De Anonimo a 14.07.2022 às 11:34


Não sou amigo de Costa, mas Costa é amigo de todos. E amigo não empata amigo.

#Costabem
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De Anónimo a 14.07.2022 às 12:04

Maria, é mais um dos fregueses lobotomizados pelos que assinaram o "Memorando dos Cortes".
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De Anónimo a 14.07.2022 às 12:50

 "Memorando dos cortes"
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De Anonimo a 14.07.2022 às 11:33


Dr. Costa, e bem, redistribui a riqueza. Riqueza essa que os sucessivos governos de Direita teimam em querer para si, e para o grande capital neoliberal.
Por um Portugal mais justo e próspero. A caminho da frente europeia.
Um cabaz para cada português.
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De Anónimo a 14.07.2022 às 12:25

Ora, ora, direi mais! Muito mais! Iremos no pelotão da frente, de olhos em alvo a apontar o futuro! 
Viva o Costa! Pim!
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De Anónimo a 14.07.2022 às 12:53

Venham mais cabazes, Dr.Costa! 

(Que somos todos tão pobrezinhos! :-(
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De Anonimo a 14.07.2022 às 13:24


Dr. Costa é o homem certo para dar o passo sem frente, estando o país à beira do precipício.
Em Costa confio!
Fiquem em casa, e deixem o Governo trabalhar. Deixem-no trabalhar!
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De Anónimo a 15.07.2022 às 09:52

Repare que V. disse que confiava no Dr. Costa porque É O HOMEM CERTO PARA DAR O PASSO EM FRENTE ESTANDO O PAÍS À BEIRA DO PRECIPÍCIO.
Bem! Se diz ISSO com tanta certeza e convicção, quem sou eu para o desmentir? 


Contudo, suponho que ENTÃO não será muito boa ideia estarmos na mão do homem que dará o passo em frente  já estando o país "à beira do precipício".  Deixou-me a pensar: Talvez V. rejubile porque provavelmente será praticante de parapent ou de outro desporto afim.... 


Mas olhe que, para a maioria dos portugueses, esse "passo em frente" vai ser, pela certa, uma queda-livre. Não é costume haver em casa um pára-quedas à mão...
Bom, perante o cenário que apresenta, o melhor é não pensar "Em Costa confio!"


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De Anónimo a 15.07.2022 às 09:59

"Dr. Costa, e bem, redistribui a riqueza". _  A si quanto lhe calhou?
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De Anonimo a 15.07.2022 às 12:39

Isso sao questões do forno interno.


A mim calha sns de excelência, educação de topo, infraestruturas século xxi e uma ferrovia de fazer inveja ao Japão. E um cabaz.

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