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São muitos os mitos associados ao liberalismo. Os principais, de particular importância para a esquerda, são associar o liberalismo a capitalismo selvagem, á negação de politicas sociais e á “exploração do homem pelo homem”.
A ideia que pretendem vender é simples e até razoável, não fora assentar em falsos pressupostos: que tudo é deixado á liberdade individual, que o Estado não tem qualquer tipo de intervenção legitima, que o interesse próprio de cada individuo legitima a sua atuação e se sobrepõe aos interesses da sociedade, que não há lugar a proteger os mais fracos e a promover politicas sociais.
Até pode ser que alguém pense assim e se julgue um liberal. Há muitos liberalismos como há muitos socialismos e outros ismos.
O liberalismo, enquanto corrente, assenta em pressupostos muito diferentes. Sendo, os mais essenciais, aqueles que defendem as liberdades individuais que não ofendem terceiros. Deixando ao Estado a obrigação de atuar quando é necessário. E só nessa circunstância se pede e exige que o Estado intervenha: o principio da subsidiaridade deve aplicar-se. Ora estes pressupostos, não apenas permitem mas obrigam á intervenção do Estado em muitas e variadas áreas. Da qual vamos focar apenas uma, a Economia.
A ortodoxia económica liberal, identifica claramente que o mercado e a liberdade dos agentes económicos é , de longe, o sistema económico mais eficiente. A liberdade individual permite, adicionalmente, ganhos adicionais ao desenvolvimento do cidadão. Mas também identifica patologias do mercado que compete ao Estado combater. É por isso extenso o rol de exigências que um liberal impõe ao estado: correção de externalidades, regulação, proteção da concorrência e atuação ativa em todas as falhas conhecidas de mercado . O que obriga a que um liberal não apenas seja adepto de Friedman mas também seja Keynesiano. Ao contrario do que normalmente também é ventilado, as doutrinas de Keynes , não é uma “licença para matar” e intervir, em qualquer circunstância, pelo estado.
É pois ridícula a recorrente piada de mau gosto de que os Liberais são Estatistas quando as dificuldades apertam. O que se passa verdadeiramente é que os Liberais percebem, aceitam e exigem que, quando vem um maremoto, que impede o mercado de funcionar, lançando-o nas circunstâncias que Keynes descreveu ( na década de 30 ), se devam usar os instrumentos económicos preconizados, testados e validados, para evitar uma catástrofe prolongada. É exatamente em circunstâncias como a da pandemia atual que se devem usar medidas de apoio e expansão por parte do Estado.
Alguns países, como a Alemanha, porque usaram no passado de contenção de medidas orçamentais, estão agora em condições ótimas para saírem mais rapidamente de uma crise e terem folga para reduzir ao mínimo a violência do impacto do sofrimento da sua população. Outros países, como Portugal, porque usaram políticas orçamentais injustificadas, estão agora numa posição frágil para enfrentar a crise, dependendo quase exclusivamente das ajudas Europeias para mitigar os cruéis efeitos da enorme depressão que ai vem.
Os Estatistas, porque exorbitam e não compreendem Keynes, gastam normalmente mal e extemporaneamente os recursos produzidos pela sociedade. E quando chegam momentos difíceis, não têm os meios para combater o sofrimento que sobre ela se abatem. É o caso Português: os Estatistas meios falidos e impotentes, o caso quase universal.
PS: Esse é o drama de Portugal. Como os Estatistas nunca admitem que o Estado tem limites á sua atuação, estamos a fazer de conta que existe capacidade para acudir á catástrofe económica e , em simultâneo, tentar conviver com infeções zero, que parece só ser possível com confinamento absoluto. Uma impossibilidade que conduz ao desastre.
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