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O boneco acima é de ontem, um montado jovem (aparentemente sem qualquer descortiçamento) ardido.
Não é por haver esta fotografia, é porque disto se encontra aos pontapés em qualquer lado onde existam sobreiros, ou azinheiras ou mesmo montado de outras espécies (sim, o montado não é apenas de sobro ou azinheira, é menos frequente mas existe com mais espécies, mesmo considerando que aos de castanheiro produtores de castanha se chamam soutos e não discutindo sequer o facto de também os soutos não serem forçosamente de castanheiros) que é para mim estranho continuar tanta gente a garantir que algumas espécies de árvores não ardem ou, os mais sofisticados, que alguns tipos de povoamentos, como o montado, não ardem.
Não é o facto da realidade existir que nos impede de a negar, seja nos incêndios, seja em Gaza, seja na Spinumviva, seja na habitação, seja no que for, quando queremos muito, muito, muito, acreditar numa coisa, não existe demonstração feita pela realidade que nos demova.
É por isso que ainda existem comunistas, apesar da demonstração empírica de que essas ideias deram sempre asneira, e não é mau que assim seja, na verdade não há razão nenhuma demonstrável para não admitir a hipótese teórica de que aquilo funcione bem um dia, num contexto particular.
Como ouvi um dia ao Carlos Guimarães Pinto, a propósito das discussões sobre as catástrofes ambentais por vir, para os que, como eu, acham que à medida que as restrições de contexto forem sendo mais severas, as sociedades vão inventando soluções para lhes responder, é preciso que esta hipótese esteja sempre, sempre certa, mas para os malthusianos que acham que um mundo de recursos finitos um dia acabará por resultar numa catástrofe ambiental se não nos moderarmos, basta que tenham razão uma vez.
Até aqui, cada um de nós acredita no que quiser, encontrando as explicações mais engenhosas para poder dizer que há espécies que ardem mais ou menos que outras, ou que o montado dificilmente tem incêndios como os da fotografia do início.
O que me chateia é que os jornalistas que têm como obrigação descrever o que está para cá da fé, tentem apresentar a realidade que encaixa nas suas convicções como sendo a realidade que é materialmente demonstrável, mesmo que, como é frequente, isso implique distorcer informação, omitir informação, ou exagerar um bocadinho num ponto ou noutro.
Aparentemente o Hamas, no essencial, aceitou a sua rendição e vai libertar os reféns (até ao lavar dos cestos é vindima, claro), mas haverá sempre quem negue que isto é a rendição do Hamas (por exemplo, argumentando que amanhã vai surgir outro grupo qualquer igual ao Hamas, o que é uma probabilidade razoável, mas o facto é que o Hamas não é esse grupo) e muitos mais irão negar que só se chegou a este ponto, frágil, com certeza, mas auspicioso, porque o exército israelita enfraqueceu suficiente o Hamas para o obrigar a aceitar um acordo que jamais estaria no seu horizonte há dois anos.
Javier Milei e a experiência argentina reabre uma questão antiga: até que ponto a liberdade pode regenerar uma sociedade habituada à dependência?
Para a Europa e para Portugal o fenómeno Milei coloca-nos desafios à reflexão sobre nós próprios. O liberalismo de Milei é o de um povo que decide ser adulto e viver sem tutelas do Estado nem de oligarquias. Esta é também uma questão essencial para Portugal.
O chamado “fenómeno Milei” é muito mais do que um acidente populista ou um manual de política económica. A liberdade económica não é uma questão de eficiência; é uma questão moral, e o igualitarismo é injusto porque destrói o mérito e ambição. O fenómeno Milei é, portanto, um sobressalto cultural e uma reação de sobrevivência moral ao cansaço do socialismo.
O colapso das economias começa quando uma sociedade deixa de acreditar que o mérito e o esforço valem a pena. Daí que a Argentina tenha falido moralmente antes de falir financeiramente. Em Portugal não estamos ainda em situação de colapso, mas vivemos num consenso social-democrata que vê o Estado como proteção natural
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