Os empates, os empatas e a vitória do progressismo

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Os empates, os empatas e a vitória do progressismo

por José Mendonça da Cruz, em 13.10.25

Autárquicas: conclusão.

1. Às empresas de sondagens e à generalidade dos media, um agradecimento por terem tão esforçadamente acalentado o suspense em Lisboa e Porto. Os «empates técnicos» foram, mais uma vez, fonte de apreciável diversão. Parabéns, a vossa informação a contrario foi certeira mais uma vez. Contactos dos centros de emprego para algum infortúnio: https://www.iefp.pt/redecentros.

2. A notícia da morte do bipartidarismo era manifestamente exagerada. O PS saiu muito menos maltratado do que a herança de Costa e Santos faria supor. O Chega saiu muito maltratado, sobretudo em relação ao que as suas esperanças fariam supor. Parece que o CDS, mesmo com Nuno Melo, afinal ainda existe. A IL existe ainda menos. E o PCP sai sempre vencedor, libertado como está das grilhetas do que a realidade diga. [O Bloco. Esqueci-me do grupo excursionista do Bloco.]

3. E agora, cavilosamente, para virar contra ele um velho argumento do PS: sim, é verdade que o PS mantém presença considerável em diversas regiões do interior, e até numa velha cidade afligida por inexplicável máventura. Mas onde realmente importa, nas regiões mais evoluídas, mais cultas, mais afluentes e criativas, mais progressistas, em suma, como Lisboa e Sintra e Cascais e Porto e Vila Nova de Gaia (e na Associação de Municípios, em geral) as promessas do socialismo já não parecem colher.

4. Aguardam-se - ansiada e ludicamente - novas sondagens e ditames para as eleições presidenciais.

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6 comentários

De Nelson Goncalves a 13.10.2025 às 13:45

"A IL existe ainda menos."

Mas curiosamente existe um bocadinho mais. Teve mais votos e mais eleitos do que em 2021 (a olhómetro uns 15% a 20% mais). Mas sim, nada de entusiasmante. Em Pombal, donde venho, tivemos 1/3 dos votos nas legislativas deste ano. As autárquicas ainda são muito decididas pelas personalidades locais.

Disclaimer: sou membro da IL.

De Anónimo a 13.10.2025 às 14:03

Em favor do pessoal das sondagens quero só dizer que sempre que fui vítima duma tentativa de sondagem disse o exacto contrário do que tencionava fazer.

Não sei se procedi bem ou mal mas detesto ser o macaco das experiências preditivas pelo que não me importo nada de as sabotar.

No caso do PS o actual líder teve manifestante, pouco tempo pelo que o resultado até nem é mau, longe disso.

O PSD passou muito bem por aquela coisa manhosa onde era suposto escorregar.

O Livre teve o resultado que se esperava e a IL idem aspas ou sem aspas.

Notável a todos os títulos o resultado do Bloco.

Gaza Forever. Resultou em cheio. Clap Clap Clap

😱

De cela.e.sela a 13.10.2025 às 15:13

em relação à estrumeira da CS, 'comenta dores' e 'tenho uma são daje que me dá um vão taje' lembro Manuel Alegre:
Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.

Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.

De Silva a 13.10.2025 às 18:56

"O PS saiu muito menos maltratado do que a herança de Costa e Santos faria supor."

Sim, a pulhice dos eleitores continua bem visível e exposta.

De Francisco Almeida a 14.10.2025 às 12:56

O Chega só sai maltratado se compararmos as votações com as legislativas anteriores. Se compararmos com as autárquicas anteriores teve um crescimento notável. André Ventura errou ao ter expectativas baseadas nas legislativas, embora viesse depois admitir e realçar o crescimento em relação às anteriores autárquicas.
O sistema eleitoral português é completamente diferente em legislativas (conhece-se o possível 1º ministro mas não o possível governo e maiorias relativas não garantem a nomeação, ao contrário das autárquica).
O que estes resultados mostram é que há muitos eleitores que rejeitam os partidos tradicionais mas não são incondicionais do Chega. A quantidade de listas independentes ganhadoras, prova o ponto. Agora, os analistas que festejam o regresso ao bipartidarismo, estão redondamente enganados. Nas legislativas não há listas independentes e o Chega vai recuperar o eleitorado perdido. Se recupera, todo, parte ou se ainda vai crescer, depende de vários factores dos quais serão importantes o resultado das presidenciais e o desempenho do governo de Montenegro.
As empresas de sondagens estão ao (baixo) nível do país. Se as houvesse a sério, saber-se-ia que percentagem de eleitores do Chega acreditam ser um bom partido de oposição mas não acreditam que seja um bom partido de governo.

De O apartidário a 14.10.2025 às 13:12

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